quinta-feira, 30 de março de 2017

6181. Portugal vai monitorizar clima e sismos em águas profundas no Algarve

A informação foi prestada à Lusa pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que coordena cientificamente a participação portuguesa. A rede Observatório Europeu Multidisciplinar para o Fundo do Mar e Coluna de Água (EMSO, na sigla em inglês), junta oito países, incluindo Portugal, e tem sede em Roma, em Itália.
Portugal participa, numa primeira fase, com um observatório marinho profundo no golfo de Cádis, ao sul de Sagres, uma zona de interesse sísmico e de confluência de correntes marítimas, do oceano Atlântico e do mar Mediterrâneo. Um dos investigadores do IPMA envolvidos no projecto, Pedro Brito, explicou que vão ser instalados sensores entre dois a três mil metros de profundidade, que irão permitir uma observação continuada e prolongada da coluna de água – desde a superfície até ao fundo do mar – e com os quais será possível recolher dados de temperatura, pressão e propriedades da água e da velocidade de correntes, e sobre o solo e a vida subaquáticos. Com estes instrumentos, os cientistas poderão monitorizar a actividade sísmica, o clima e os gases com efeito de estufa, a produção de fitoplâncton (algas microscópicas), os mamíferos marinhos e as reservas de pesca, assim como estudar a origem e os limites da vida e a dinâmica dos ecossistemas marinhos.
Um observatório submarino para testar a tecnologia a usar a sul de Sagres será instalado em águas de menor profundidade, até 200 metros, na zona norte de Portugal continental.
O projecto português, o EMSO PT, inclui ainda, na primeira fase, a criação de dois laboratórios: um para análise dos dados transmitidos pelos sensores (via satélite) e das amostras de água e sedimentos recolhidas por veículos robotizados, e outro para a manutenção de equipamentos electrónicos. O EMSO PT, que o IPMA espera que possa começar em Maio, com um prazo de execução até 2020, está orçado em mais de oito milhões de euros, financiados por fundos portugueses (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e europeus (Programa Portugal 2020). Ao todo, estão envolvidas mais de uma dezena de instituições académicas e científicas.
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Fonte: PÚBLICO

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