A AMN pediu à população para se afastar das arribas e de zonas de
costa rochosas afectadas, "evitar passeios tanto junto à base, como no
topo destes locais" e "cumprir e respeitar a sinalização e as
indicações das autoridades".
A queda de uma arriba na praia dos Careanos, em Portimão, na
terça-feira, foi o 18.º desmoronamento registado na costa do barlavento
algarvio desde o início do mau tempo, revelou hoje a Agência Portuguesa do
Ambiente (APA). A APA é a entidade pública responsável pela monitorização das
arribas e falésias da costa do Algarve e explicou que esse é um trabalho de
"rotina" que faz todo o ano, mas é "densificado" quando se
verificam condições meteorológicas adversas ao nível da precipitação e da
agitação marítima.
"Durante o período da referida tempestade, entre 28 de Fevereiro
e [terça-feira] 06 de Março, foram já identificados 18 desmoronamentos das
arribas, nos concelhos de Albufeira, Lagoa e Portimão. O desmoronamento de
ontem [terça-feira] na praia dos Careanos corresponde ao 18.º e foi a derrocada
de maiores dimensões associada a este evento, mobilizando volume de cerca de
200 metros cúbicos" de detritos, quantificou a APA num comunicado. A mesma
fonte anunciou que vai manter a "rotina de observação e registo" das
arribas até Maio, para definir antes do início da época balnear se é necessário
intervir com máquinas para estabilizar zonas que apresentem risco elevado de
desmoronamento.
Além das "intervenções tendentes a minorar o risco associado à
geodinâmica das arribas" e "eventuais derrocadas controladas",
será também feito até ao início da época balnear "o reforço da
sinalização" ou a "implantação de balizamento". A APA reiterou a
necessidade de ter em conta que as arribas são "naturalmente
instáveis" e as pessoas devem "evitar permanecer e/ou circular na sua
base ou no topo, particularmente durante estes episódios" de mau tempo. "Nos
períodos de incidência de agitação marítima, de tempestade ou de forte
precipitação, as campanhas de observação são densificadas, uma vez que os
eventos de desmoronamento das arribas são frequentemente desencadeados durante
esses episódios", justificou.
O organismo público precisou que, como "autoridade de gestão
costeira do Algarve, iniciou a observação e registo de desmoronamentos em
1995" e, "desde 2002, como rotina, anualmente são realizadas
campanhas de observação por terra, mar (a bordo de embarcação com a Autoridade
Marítima) e ar (a bordo de uma aeronave)". Na terça-feira, foi registada a
última derrocada, quando uma arriba com cerca de 10 metros de altura se
desmoronou na praia dos Careanos, em Portimão, no Algarve, sem registo de
vítimas, disse na ocasião à agência Lusa o capitão do porto local. "A
ocorrência foi ouvida e testemunhada por pessoas que telefonaram para nós a
dizer o que tinha acontecido, foi-nos logo reportado que não estaria lá
ninguém, mas de qualquer dos modos fomos confirmar", disse o capitão do
porto de Portimão, frisando que ninguém foi atingido.
Já na segunda-feira, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertou a
população para a possibilidade de derrocadas de arribas e costas rochosas, por
a sua estabilidade poder ter sido afectada pelo mau tempo, estendendo o alerta
a "toda a população do continente, Madeira e Açores, e em particular à
costa sul algarvia".
A AMN pediu à população para se afastar das arribas e de zonas de
costa rochosas afectadas, "evitar passeios tanto junto à base, como no
topo destes locais" e "cumprir e respeitar a sinalização e as
indicações das autoridades".
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Fonte: Diário de Notícias
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