domingo, 31 de agosto de 2025
ALENTEJO CENTRAL: Aguaceiros acompanhados por lama
quarta-feira, 27 de agosto de 2025
terça-feira, 26 de agosto de 2025
domingo, 24 de agosto de 2025
IPMA: Agitação marítima forte no continente a partir de dia 26
O ciclone pós-tropical ERIN encontra-se no dia 23 a oeste do arquipélago dos Açores, em deslocamento para nordeste, prevendo-se que permaneça quase estacionário a oeste das ilhas Britânicas até ao final da próxima semana. O campo de vento muito forte associado a este sistema irá gerar ondulação no Atlântico Norte, que se irá propagar e chegar a Portugal continental a partir de dia 26.
Assim, prevê-se ondas com altura significativa até 4 metros na costa ocidental no dia 26, e que poderão atingir altura máxima até 7 metros. Salienta-se os valores muito elevados do período de pico, esperados, entre 15 a 20 segundos, o que se traduzirá em ondas muito energéticas e com volume de água elevado, aumentando significativamente o risco de fortes correntes de retorno junto à costa. No período de maré-cheia durante a tarde, conjugado com uma amplitude de maré previsivelmente elevada, várias praias poderão ficar sem areal disponível. Face a este cenário, foram emitidos avisos AMARELO de agitação marítima para a costa ocidental.
Derivado à ondulação ter uma direcção de noroeste, a costa sul do Algarve não ficará tão exposta a esta situação, prevendo-se ondas de sudoeste até 1 metro.
A ondulação manter-se-á forte na costa ocidental ao longo da semana, com alturas significativas entre 2 a 3 metros.
Esta situação, não sendo inédita, é pouco frequente nos meses de Julho e Agosto, pelo que se recomenda o acompanhamento dos avisos e o cumprimento das recomendações sugeridas pelas autoridades competentes.
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Fonte: IPMA
segunda-feira, 18 de agosto de 2025
domingo, 17 de agosto de 2025
PORTUGAL CONTINENTAL: Ponto da situação relativamente aos incêndios florestais
A declaração ao país da ministra da Administração Interna deste domingo durou menos de cinco minutos. Nela, Maria Lúcia Amaral comunicou que o Governo entendeu estender por mais 48 horas a situação de alerta face ao agravar dos incêndios – que já consumiram mais de 170 mil hectares e que, durante os últimos dias, levaram à morte de pelo menos duas pessoas, além de terem provocado destruição e consumido habitações e explorações agrícolas. No final, os jornalistas na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil tentaram fazer perguntas à ministra, mas a Maria Lúcia Amaral recusou-se a responder.
A decisão do Ministério da Administração Interna de não responder às perguntas dos jornalistas surge no mesmo dia em que a Protecção Civil admitiu falhas no sistema SIRESP, a rede de comunicações do Estado para comando e coordenação de comunicações em situações de emergência. Um problema que tem sido recorrente de cada vez que o país enfrenta uma crise – aconteceu, por exemplo durante o apagão geral de Abril deste ano – e que levou o comandante dos bombeiros Luís Martins a descrever o assunto desta forma à CNN Portugal: "A rede de SIRESP muitas vezes falha e todos os anos falamos disto. É mais do mesmo, é de lamentar que uma das ferramentas importantes dos bombeiros não esteja disponível para o combate."
Não houve, no entanto, qualquer referência da parte da ministra ao SIRESP, sistema o Governo pretende substituir – depois de em Julho ter anunciado uma prorrogação de um estudo técnico com "o objectivo de encontrar uma solução que assegure um sistema de comunicações robusto, fiável, resiliente, tecnologicamente adequado e plenamente interoperável". De resto, as explicações dadas pela ministra abordaram também os factores naturais que têm prejudicado o combate operacional aos incêndios, como o "agravamento dos ventos" e o "fumo intenso".
O comandante Jorge Mendes refere à CNN Portugal que há "muita coisa ainda por explicar". "Sabemos neste momento que há bombeiros parados à espera de indicações para combater incêndios. Há zonas de combate que estão sem rede de comunicação. Há um certo desnorte em algumas zonas. Depois de isto tudo ter terminado, espero que as pessoas responsáveis façam uma avaliação e retirem consequências. Isto é demasiado mau, temos Sabugal completamente rodeado de chamas, temos Seia com o mesmo problema. Alguém terá de tirar as suas consequências."
A comunicação da ministra foi feita ao país num momento particularmente difícil no combate às chamas no Sabugal, onde quatro aviões Canadair deram este domingo apoio no incêndio que afecta o concelho raiano da Guarda desde sexta-feira, o que acabou por evitar que as chamas atingissem a aldeia de Rapoula do Côa, que esteve cercada. Os fogos, no entanto, continuam em pólos opostos - o que tem dificultado a resposta das autoridades.
Também em Seia, a frente que nasceu em Teixeira passou as Pedras Lavradas, no Parque Natural da Serra da Estrela, e progride “com grande violência” na direcção da freguesia da Erada, na Covilhã. Foi também neste município que foi registada a segunda vítima mortal desta vaga de incêndios: tratou-se de um bombeiro que morreu num acidente de viação enquanto se deslocava para um incêndio no Fundão. Em comunicado, a Protecção Civil indicou que o acidente ocorreu pelas 19:10 e que existiram ainda “quatro bombeiros feridos, que estavam a ser resgatados/assistidos pelas equipas de emergência no local”.
Já em Pampilhosa da Serra, a situação tornou-se mais dramática nas últimas horas, com o presidente do município a explicar que o vento "mudou", avançou a "grande velocidade" e que o fogo ficou "completamente descontrolado". “Neste momento a dimensão está de tal maneira... está de tal maneira descontrolado que já não há carros suficientes até para proteger as povoações”, avisou o autarca.
A situação mantém-se portanto "desfavorável" - nas palavras do Ministério da Administração Interna - dois dias depois de Portugal ter pedido ajuda europeia para responder aos incêndios. O Governo accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil na sexta-feira após ter rejeitado, num primeiro momento, essa possibilidade. A 7 de Agosto, o MAI justificava que o país não precisava de ajuda externa por ter meios suficientes para responder ao avançar dos fogos. "Ainda não chegámos, felizmente, e esperamos e contamos não ter de chegar, à verificação de que já não somos capazes de debelar um problema com os nossos próprios meios", referia, na altura, a ministra.
Essa decisão criticada pela oposição. No início do mês, o Chega disse que iria questionar o Governo sobre o atraso na activação do mecanismo e o PS garantiu na altura que o apoio deveria ter sido pedido antes de forma a pré-posicionar meios aéreos para o combate aos incêndios. "O tempo deu-me razão", disse este domingo José Luís Carneiro à CNN Portugal, acrescentando que "há falhas graves de coordenação e essa coordenação precisa urgentemente de um comando político".
Henrique Magalhães Claudino
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Fonte: CNN
Nota de esclarecimento sobre greve dos Observadores Meteorológicos do IPMA
-O IPMA recebeu o pré-aviso de greve da Federação Nacional dos Sindicatos do Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FP), no dia 29 de Julho, remetido para o IPMA e para vários Gabinetes Ministeriais. O Conselho Directivo do IPMA articulou no imediato com a sua tutela as iniciativas adequadas a prosseguir;
-O IPMA informou a SATA desta situação, através do seu Delegado Regional do Açores, tendo a SATA enviado comunicação escrita no dia 8 de Agosto informando dos serviços mínimos estabelecidos por acórdão do TA de 2024;
-O IPMA respondeu nesse mesmo dia à SATA, remetendo o pré-aviso de greve do sindicato, o qual refere explicitamente que os serviços mínimos serão cumpridos nos termos legais, e reportou que iria prestar informação dos voos considerados serviços mínimos aos serviços afectados e respectivos trabalhadores;
-No dia 8 de Agosto, foram enviados para os serviços as orientações para os serviços mínimos como assumidos pelo sindicato, no próprio pré-aviso de greve;
-No dia 11 de Agosto foi emitido NOTAM, como legalmente exigido, pelas autoridades da Meteorologia Aeronáutica, para todas as situações de possível interrupção de serviço;
-No dia 12 de Agosto, por iniciativa da tutela, foi realizada uma reunião com o Sindicato, que contou também com a presença, da Sr.ª Secretária de Estado da Administração Pública e do próprio CD do IPMA, no sentido de procurar um princípio de acordo, na expectativa se serem resolvidas as questões suscitadas e bem assim ser possível desconvocar ou suspender a referida greve, considerando que muitas das questões levantadas estavam em vias de resolução;
-No dia 13 de Agosto foi comunicada ao IPMA pela SATA uma rectificação dos voos que servem necessidades sociais impreteríveis;
-Face à manutenção da greve por parte do sindicato, comunicada a 14/8, o IPMA enviou, nesse mesmo dia, para todos os serviços potencialmente atingidos os voos que deveriam ser assegurados no âmbito dos serviços mínimos e de acordo com a jurisprudência.
-Da informação recolhida até ao momento, dos 44 voos solicitados pela SATA (com base no acórdão do tribunal), realizaram-se 36 desses voos, sendo os outros cancelamentos não relacionados com a falta de informação meteorológica. Mais se acrescenta que, em todas as ilhas da Região Autónoma, houve pelo menos um toque e que do total das partidas/chegadas previstas (216), foram realizadas 64%, ou seja, muito além do mínimo solicitado pela SATA;
-O IPMA cumpriu escrupulosamente as respectivas obrigações, em termos de adopção de todas as medidas adequadas ao cumprimento dos serviços mínimos, sem violação do direito à greve, que constitui um direito fundamental dos trabalhadores consagrado constitucionalmente, o qual o IPMA, enquanto Laboratório de Estado, naturalmente respeita.
Por fim, cumpre realçar que o IPMA, em estreita articulação e colaboração com o Governo dos Açores, tem investido muito significativamente na melhoria das condições de segurança e protecção de pessoas e bens na Região Autónoma, como atestam a inauguração e entrada em funcionamento, nos dois últimos anos, dos novos Radares de Ponta Delgada e Flores, ou quais muito contribuíram para a operacionalidade e segurança aeronáutica, como é publico e notório.
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Fonte: IPMA
Domingo, 17 de Agosto (16h00)
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Mértola (Vale Formoso) – 41,8 ºC
Reguengos (São Pedro do Corval) – 41,5 ºC
Amareleja – 41,5 ºC
Castro Verde (N. Corvo) – 41,1 ºC
Mirandela – 39,9 ºC
Ourique (Santana da Serra) – 39,9 ºC
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Aveiro (Universidade) – 21,3 ºC
São Pedro de Moel – 21,3 ºC
Viana do Castelo (Chafé) – 21,1 ºC
Porto (Aeródromo de P.Rubras) – 21,1 ºC
Cabo Carvoeiro – 20,8 ºC
Cabo Raso – 20,6 ºC
Cabo da Roca – 19,6 ºC
Alto do Cabouco/Faial (Açores) – 18,8 ºC
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Fonte: IPMA
SATA impedida de voar devido a greve do IPMA quer ser ressarcida de prejuízos
Em comunicado enviado este sábado à agência Lusa, a companhia aérea açoriana referiu que a paralisação dos trabalhadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) obrigou, na sexta-feira, ao cancelamento de 42 voos, "afectando cerca de 3.000 pessoas". "A administração do grupo SATA vai agir judicialmente para ser ressarcida dos prejuízos causados por esta greve e pelo não cumprimento dos serviços mínimos", adiantou a empresa.
O cancelamento de diversas ligações aéreas "comprometeu gravemente a mobilidade dos açorianos". "O acesso a serviços essenciais, incluindo cuidados de saúde, ficou dificultado e foram violadas obrigações elementares de serviço público", referiu.
Segundo a nota, no dia 08 de Agosto "a presidência do IPMA confirmou à administração do grupo SATA que estava salvaguardado o cumprimento dos serviços mínimos, mas tal não aconteceu". "A situação é particularmente grave não só pelo incumprimento, mas também porque impediu a companhia de adoptar medidas preventivas adequadas, dado que o IPMA não informou em tempo útil que os serviços mínimos não seriam efectivamente cumpridos", disse.
A SATA Air Açores (responsável pelas ligações interilhas) adiantou que "está a fazer todos os esforços para repor a normalidade da operação durante o dia de hoje, com diversos voos extraordinários programados para minimizar os impactos para os passageiros".
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Fonte: Jornal de Negócios
Greve dos observadores meteorológicos e geofísicos com adesão superior a 90%
A greve dos observadores meteorológicos e geofísicos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) conta hoje com uma adesão superior a 90%, segundo a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS). A adesão dos trabalhadores com funções de observador meteorológico e geofísico à paralisação convocada pela FNSTFPS dá, assim, “uma resposta firme à ausência de resposta do Governo às suas reivindicações”, considerou a federação num comunicado.
A adesão de 90% foi conseguida, segundo a FNSTFPS “apesar de nas últimas horas do dia de ontem [quinta-feira], o Conselho Directivo do IPMA ter exercido muita pressão para que os trabalhadores não exercessem o direito à greve, tentando impor de forma ilegal serviços mínimos que não foram previamente negociados com a Federação”. Os trabalhadores com funções de observação meteorológica e geofísica exigem “resposta urgente às suas reivindicações que passam pela consolidação das mobilidades intercarreiras e a abertura de concursos para todos os trabalhadores que exercem as funções de observador meteorológico e geofísico”, refere o comunicado.
Em causa, segundo a estrutura sindical, estão cerca de 60 trabalhadores que desempenham as mesmas funções, mas que estão em quatro carreiras distintas, com salários diferentes e perspectivas diferentes de progressão na carreira. Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, disse à Lusa na segunda-feira que “nada foi feito” pela tutela para alterar a situação e integrar, como deveria ser, todos os trabalhadores na carreira técnica superior. O dirigente admitia que a paralisação, de 24 horas, poderia afectar o serviço de informação meteorológica prestado aos aeroportos e aeródromos.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Agricultura e do Mar, que tutela o IPMA, indicou que “está a articular esforços” com o Ministério das Finanças “para resolver esta situação”. “Em causa está o processo da consolidação da mobilidade intercarreiras dos observadores meteorológicos do IPMA, uma aspiração dos trabalhadores que remonta a 2017 e à qual o actual Governo pretende dar resposta”, referiu o Ministério da Agricultura e do Mar.
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Fonte: Observador
PORTUGAL CONTINENTAL: Análise sinóptica
Fonte: Met Office
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A situação sinóptica no território de Portugal Continental permanece marcada nas últimas semanas pela presença do anticiclone dos Açores a noroeste da Península Ibérica, estendendo-se em crista para a Europa Ocidental e impede à aproximação de qualquer sistema frontal ao território do continente; durante o período diurno formam-se depressões de origem térmica no interior da Península Ibérica, favoráveis ao estabelecimento de correntes de massas de ar quentes e secas, com percurso continental e com origem no norte de África, resultando em tempo muito seco e temperaturas muito elevadas.
sábado, 16 de agosto de 2025
Opções fora de tempo... incompetência!
A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil confirmou a activação do Mecanismo Europeu de Protecção Civil, na sequência de não terem conseguido conter o incêndio no concelho da Lousã e outros grandes fogos que lavaram na região centro durante esta madrugada. Em briefing pelas 12h de sexta-feira, foi indicado um pedido de apoio com quatro aviões Canadair até ao dia 18 de Agosto (Jornal Observador, 15 de Agosto)
Ao fim de largas semanas em onda de calor e fogos generalizados pelo território do continente, finalmente a opção da activação do Mecanismo Europeu de Protecção Civil.
Afinal, quem andou largas semanas a adiar este pedido de apoio, quando a meteorologia previu esta situação? Por onde andaram os decisores da ANEPC quando os climatologistas e os meteorologistas anteciparam esta situação propícia aos incêndios catastróficos ao longo de tantas semanas? Quem foram os decisores responsáveis por aquele pedido ter demorado tanto tempo a acontecer? Quem paga as largas centenas de milhões de euros de prejuízos talvez evitáveis se tivessem sido feito os pedidos de ajuda ao estrangeiro a tempo e a horas?
Mobilização de operacionais para os incêndios em território nacional ultrapassa os cinco mil
Mais de cinco mil operacionais combatiam, às 17:00, 78 incêndios rurais activos em Portugal continental, oito dos quais a mobilizar o maior número de meios, segundo a Protecção Civil. De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), estavam no terreno 5.148 operacionais, auxiliados por 1.600 meios terrestres e 42 meios aéreos.
Os fogos mais significativos são os de Sátão (distrito de Viseu), com 906 elementos das forças de socorro e segurança, 296 viaturas e três meios aéreos empenhados, e de Piódão, no concelho de Arganil (distrito de Coimbra), com 892 operacionais a combater as chamas, apoiados por 305 meios terrestres e seis meios aéreos. Ambos os fogos, que tiveram início na quarta-feira, já se estenderam a vários concelhos vizinhos. O de Sátão acabou por se tornar num único fogo ao juntar-se, no território, ao que teve origem no domingo em Trancoso, distrito da Guarda.
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Fonte: Diário de Coimbra
Sábado, 16 de Agosto (16h00)
Algumas temperaturas às 16h00
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Portel (Oriola) – 41,2 ºC
Pinhão (Santa Bárbara) – 41,0 ºC
Alvalade – 40,9 ºC
Beja – 40,7 ºC
Mértola (Vale Formoso) – 40,4 ºC
Alcácer do Sal (Barrosinha) – 39,9 ºC
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Viana do Castelo (Chafé) – 22,6 ºC
Santa Cruz (Aeródromo) – 21,7 ºC
São Pedro de Moel – 21,4 ºC
Cabo Raso – 20,9 ºC
Cabo da Roca – 20,3 ºC
Cabo Carvoeiro – 19,9 ºC
Pico Santos de Cima (Açores) – 17,3 ºC
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Fonte: IPMA
Incêndios: Autarca de Penedono diz que 90% do território verde está negro
O incêndio rural que atingiu Penedono queimou 90% da mancha verde daquele território e deixou os cerca de 3.000 habitantes, que vivem da agricultura e pecuária, sem sustento, disse a presidente da do município. “Tenho 90% ou mais do território queimado, mas pronto, não chegou a nenhuma casa pelo menos, registamos isso”, adiantou à agência Lusa, às 17h25, a presidente da Câmara Municipal de Penedono, Cristina Ferreira.
A autarca do norte do distrito de Viseu acrescentou que “aquilo que era um território verde está negro, num concelho que vive da terra, da agricultura, das árvores, dos animais que ficaram sem alimento nenhum”. Ainda ontem, a autarca social-democrata tinha deixado um apelo dramático a pedir mais meios porque o concelho estava “sem apoio”.
Actualmente com cerca de 3.000 habitantes, o município de Penedono tem na sua “principal actividade económica a castanha e o azeite – é a alavanca do concelho” – e ainda a amêndoa e a maçã. Cristina Ferreira sublinhou que “a castanha, o azeite e a amêndoa são os principais produtos endógenos, que são a resiliência do concelho”.
“Este ano a quebra é total, porque os soutos estão todos queimados. As manchas de soutos, que é a visão que predomina no nosso concelho, estão completamente queimadas”, reforçou. Cristina Ferreira disse que este incêndio “devastou económica e ambientalmente” o concelho, “porque não se pode só falar do desastre ecológico, mas sim da economia dos habitantes”.
“Nós já temos anos em que ficamos na expectativa se a castanha vai ter bom calibre ou vai ser boa. Este ano nem isso temos. Não temos castanha. Não sei como é que os produtores vão sobreviver. Onde é que vão comprar alimento para os animais? E a rega dos pomares? Como é que vai ser?”, questionou. Ainda sem ter um levantamento feito, a autarca disse que o fogo, já sem frentes activas, deixou um rasto “devastador”.
No que diz respeito ao abastecimento de água, “houve algumas situações que já estão resolvidas, tal como na energia, apesar de haver ainda umas situações pontuais”. O mesmo não se pode dizer das comunicações: “Estão muito más. Eu ainda vou conseguindo falar, tenho 91 [Vodafone] e em determinados locais ainda consigo conversar, mas quem tem 96 [Meo] não consegue estabelecer comunicações”.
Este incêndio que teve origem em dois – Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) – tornou-se um só e alastrou-se a 11 municípios destes dois distritos: Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).
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Fonte (imagem e texto): Jornal doCentro
Mais de três mil operacionais combatiam os sete maiores fogos às 8h30
Mais de 3.300 operacionais combatiam às 8h30 de hoje os sete principais incêndios no continente, com os de Arganil (Coimbra) e Sátão (Viseu) a concentrarem o maior número de meios, segundo a Protecção Civil.
O incêndio do Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra, que deflagrou na quarta-feira, em consequência de uma descarga eléctrica de uma trovoada seca, mobilizava 989 operacionais e 335 meios terrestres, seguido do de Vila Boa, Sátão, na região de Viseu, Dão e Lafões, que teve início também na quarta-feira, e que empenhava 959 operacionais e 316 veículos.
As chamas em Frexes, Trancoso, na região das Beiras e Serra da Estrela, que eclodiram a 9 de Agosto, eram combatidas por 445 operacionais e 147 meios terrestres, enquanto o incêndio que lavrava em povoamento florestal em Candal, na Lousã, no distrito de Coimbra, desde quinta-feira, mobilizava 330 operacionais e 108 meios terrestres.
O incêndio em Poiares, Freixo de Espada à Cinta, na região do Douro, com início na sexta-feira, empenhava 287 operacionais e 94 meios terrestres, ao passo que o fogo em Pêra do Moço, na Guarda, iniciado no mesmo dia, envolvia 235 operacionais e 85 veículos.
Já as chamas que consumiam mato em Aldeia de Sabugal, no Sabugal, distrito da Guarda, iniciadas na tarde de sexta-feira eram combatidas por 129 operacionais e 38 meios terrestres.
De acordo com a página na Internet da ANEPC, estavam no terreno a essa hora 3.374 operacionais e 1.123 meios terrestres mobilizados só para os sete maiores incêndios em curso.
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Fonte: SAPO Notícias
sexta-feira, 15 de agosto de 2025
Sexta-feira, 15 de Agosto (16h00)
Algumas temperaturas às 16h00
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Amareleja – 40,7 ºC
Reguengos (São Pedro do Corval) – 40,0 ºC
Alvega – 39,4 ºC
Zebreira – 39,3 ºC
Beja – 39,1 ºC
Portel (Oriola) – 38,9 ºC
Castro Verde (N. Corvo) – 38,9 ºC
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Porto (Serra do Pilar) – 21,7 ºC
Cabo da Roca – 21,5 ºC
Cabo Carvoeiro – 21,4 ºC
Santa Cruz (Aeródromo) – 21,3 ºC
Cabo Raso – 21,3 ºC
Esposende (CIM) – 21,2 ºC
Alto do Cabouco/Faial (Açores) – 15,7 ºC
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Fonte: IPMA
Há aldeias cercadas por chamas nos distritos de Viseu e Guarda
“Principalmente na zona norte do incêndio, Penedono, Sernancelhe, São João da Pesqueira, mas também em Aguiar da Beira há uma série de situações de risco, porque é onde o incêndio está com mais intensidade", disse à agência Lusa, pelas 15h10, o segundo comandante regional do Centro. Jody Rato admitiu ainda que "há várias aldeias rodeadas de chamas", mas preferiu não identificar, "não só, porque são várias, mas para não criar alarme, porque há meios em todas elas a trabalhar no sentido de rapidamente a situação ser ultrapassada".
O comandante realçou que, "os bombeiros estão todas a fazer aquilo que são as defesas perimétricas, porque, em primeiro lugar, está a defesa de pessoas e bens, depois aquilo que é o combate". "O acompanhamento está a ser feito em todas as situações", assegurou.
As aldeias são "um pouco" por toda a região afectada por o incêndio que, teve origem em dois, Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) e, neste momento, está já em 10 municípios dos dois distritos. O incêndio afecta os municípios de Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e "também já a entrar" em São João da Pesqueira (distrito de Viseu), Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Meda e Celorico da Beira (distrito da Guarda).
O alerta para o incêndio de Freches, no Município de Trancoso, distrito da Guarda, aconteceu no sábado, dia 09, pelas 17h21. Pelas 15h15 combatiam este incêndio 497 operacionais, apoiados por 173 veículos, segundo a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).
O incêndio de Vila Boa, freguesia de Ferreira de Aves, em Sátão, distrito de Viseu, teve alerta pela 01:03 de quarta-feira, dia 13, e no mesmo dia chegou aos municípios de Sernancelhe, também no distrito de Viseu, e ao de Aguiar da Beira, distrito da Guarda. Pelas 15h15 combatiam este incêndio 1 013 operacionais, apoiados por 324 veículos e 10 meios aéreos, segundo a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).
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Fonte: Notícias ao Minuto
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
Quinta-feira, 14 de Agosto (16h00)
Algumas temperaturas às 16h00
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Alvega – 41,8 ºC
Lousã (Aeródromo) – 41,5 ºC
Tomar (Valdonas) – 41,0 ºC
Avis (Benavila) – 41,0 ºC
Mora – 41,0 ºC
Amareleja – 40,8 ºC
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São Pedro de Moel – 22,2 ºC
Cabo da Roca – 21,3 ºC
Santa Cruz (Aeródromo) – 21,2 ºC
Cabo Raso – 21,0 ºC
Cabo Carvoeiro – 20,6 ºC
Esposende (CIM) – 20,5 ºC
Alto do Cabouco/Faial (Açores) – 16,4 ºC
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Fonte: IPMA
Ponto de situação: mais de 3000 operacionais combatem incêndios em Portugal
Mais de 3000 operacionais estão agora a combater os incêndios em Portugal, segundo dados da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil consultados às 12h37. Também estão a ser utilizados 990 veículos terrestres e 30 meios aéreos. No país, são 64 ocorrências, sendo cinco consideradas “em curso” e três “em despacho” (quando os bombeiros já foram alertados e estão em trânsito). O fogo em Piódão é o que mobiliza mais recursos, com 910 pessoas, 298 meios terrestres e 11 aéreos.
O incêndio em Sátão também preocupa as autoridades de protecção civil. "Neste momento, o incêndio que afecta três municípios está com duas frentes activas. Uma mais na cauda do incêndio, na zona de Sátão/Aguiar da Beira, com sensivelmente 1,5 quilómetro", disse à agência Lusa, pelas 10h15, o segundo comandante do Comando Regional do Centro da Protecção Civil. A acção de combate às chamas mobiliza 487 operacionais, 152 veículos terrestres e oito meios aéreos.
Dois aviões Canadair que se tinham avariado já foram substituídos pela Avincis, empresa responsável por esta operação. A segunda aeronave chega esta quinta-feira. Na sequência destas avarias, Portugal accionou o mecanismo de cooperação bilateral com Marrocos, que enviou dois aviões Canadair de substituição, que passaram a integrar o DECIR até ao final desta semana e estão a operar a partir da Base Aérea de Monte Real.
Entretanto, em Quirás, concelho de Vinhais, dois homens foram apanhados em flagrante a atear um incêndio com um isqueiro na localidade adiantou, hoje, a GNR. Em comunicado, o Comando Territorial de Bragança indica que os dois suspeitos, de 42 e 61 anos, foram surpreendidos por militares enquanto ateavam um fogo "com chama directa", na quarta-feira, numa zona onde se encontrava uma equipa da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro.
Além disso, a GNR deteve um homem de 72 anos, suspeito de ter ateado um incêndio florestal, quando estava a queimar um ninho de vespas em Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, informou hoje aquela força de segurança.
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Fonte: Expresso
quarta-feira, 13 de agosto de 2025
Quarta-feira, 13 de Agosto (16h00)
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Amareleja – 41,7 ºC
Alvega – 41,3 ºC
Reguengos (São Pedro do Corval) – 40,8 ºC
Pinhão (Santa Bárbara) – 40,6 ºC
Portel (Oriola) – 40,5 ºC
Ponte de Sôr (Aeródromo) – 40,2 ºC
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Santa Cruz (Aeródromo) – 21,4 ºC
São Pedro de Moel – 21,0 ºC
Esposende (CIM) – 20,7 ºC
Cabo Raso – 20,2 ºC
Cabo Carvoeiro – 20,1 ºC
Cabo da Roca – 19,4 ºC
Alto do Cabouco/Faial (Açores) – 17,8 ºC
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Fonte: IPMA
Perto de 1.900 operacionais combatem os cinco fogos mais preocupantes no país
Perto de 1.900 operacionais estavam esta quarta-feira, pelas 12:05, empenhados no combate aos cinco mais preocupantes incêndios em destaque na página da Protecção Civil na Internet, e que lavram em Arganil, Viseu, Vila Real, Tabuaço e Trancoso. Segundo o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, nos cinco fogos qualificados como ocorrências significativas estavam empenhados 1.871 operacionais, apoiados por 585 meios terrestres e 25 meios aéreos.
Os incêndios em Tabuaço (Viseu), Trancoso (Guarda), Sirarelhos (Vila Real) Sátão (Viseu) e Arganil (Coimbra) estavam em curso, enquanto outros dois incêndios de dimensões significativas – Vilarinho do Monte (Macedo de Cavaleiros) e Ermidas do Sado (Santiago do Cacém) -- se encontravam em resolução, sem perigo de propagação.
O fogo que lavra na serra do Alvão, em Vila Real, em zona de declive acentuado, lavra há 12 dias. Teve início às 23:45 do dia 02 de Agosto, já esteve em conclusão e sofreu duas reactivações no sábado e na segunda-feira à tarde, estando ainda activo. O incêndio, que teve início em Sirarelhos, estava a ser combatido por 434 operacionais, 144 meios terrestres e dois meios aéreos.
Já o incêndio que deflagrou na tarde de sábado na zona de Freches, no concelho de Trancoso, distrito da Guarda, mobilizava o maior número de meios, com 522 operacionais, apoiados por 168 viaturas, e seis meios aéreos. Hoje, a aldeia de Queiriz, no concelho de Fornos de Algodres, está a viver uma "situação complicada" devido ao incêndio rural que lavra desde sábado no concelho vizinho de Trancoso.
"O fogo está junto à povoação e a situação está complicada, com bombeiros e população a fazerem a protecção das casas", disse à agência Lusa Carlos Silva, comandante operacional do Oeste, que está no posto de comando. Esta frente progrediu com intensidade durante a manhã, vinda de Aldeia Nova, no concelho de Trancoso, tendo passado por localidades como Casal do Monte e Aveleiros. O fogo teve início no sábado, em Freches, no concelho de Trancoso, e já terá consumido cerca de 12 mil hectares e afectado 11 das 21 freguesias daquele município. "Não há registo de casas afectadas, apenas quintais, pastos e um povoamento florestal que ardidos", acrescentou o comandante operacional.
Quanto ao fogo que lavra na freguesia de Távora e Pinheiro, no concelho em Tabuaço, distrito de Viseu, activo desde a madrugada de segunda-feira, tinha no terreno 311 operacionais, apoiados por 94 meios terrestres e um meio aéreo.
O incêndio na zona de Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra, estava, por sua vez, a ser combatido por 433 operacionais, 129 meios terrestres e nove meios aéreos. Este fogo resultou da progressão do incêndio que tinha deflagrado no domingo na Covilhã, distrito de Castelo Branco, e que já se encontra em resolução desde terça-feira de manhã.
Já o incêndio florestal na zona de Ermidas-Sado, no concelho de Santiago do Cacém, que deflagrou na tarde de terça-feira, entrou hoje em fase de resolução, encontrando-se ainda no local 192 operacionais e 65 meios terrestres. Também em fase de resolução, estava o incêndio em Vilarinho do Monte, concelho de Macedo de Cavaleiros, onde estavam 60 operacionais e 21 meios terrestres.
No total, pelas 12:05, estavam no terreno a combater os incêndios rurais a nível nacional 2.796 operacionais, apoiados por 867 veículos e 17 meios aéreos.
Quanto ao incêndio que lavrou em Sobral de São Miguel, no concelho da Covilhã, entre domingo e terça-feira, encontra-se em fase de vigilância e consumiu cerca de 700 hectares de mato, pinho e eucalipto, informou o presidente do município, Vítor Pereira.
O Governo estendeu a situação de alerta até final do dia de sexta-feira, devido às previsões meteorológicas, que apontam para um aumento da temperatura e risco agravado de incêndio rural.
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Fonte: Jornal de Negócios
terça-feira, 12 de agosto de 2025
Terça-feira, 12 de agosto (21h00): Instabilidade atmosférica
Fonte: IPMA
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Tempo instável nas regiões do interior, com ocorrência de aguaceiros e trovoadas dispersas. Risco extremo de incêndios por descargas eléctricas atmosféricas.
Chuva forte durante a tarde em Elvas.
Portugal ‘entregue’ às chamas: apenas 40% do plano de limpeza da floresta nacional está cumprido
Portugal cumpriu apenas 40% do Plano Nacional de Acção (PNA) para reduzir a destruição provocada pelos fogos florestais: o objectivo, revelou esta terça-feira o jornal ‘Público’, era limpar um milhão de hectares de floresta portuguesa entre 2020 e 2024. No entanto, as operações de limpeza abrangeram apenas 400 mil hectares. Segundo o PNA, que estabelece as metas e prioridades do Sistema Integrado de Gestão de Fogos Rurais, os índices de cumprimentos dos 98 objectivos traçados até 2030 atingiram, no ano passado, os 56%. No entanto, os especialistas são mais cautelosos com a avaliação.
O relatório de desempenho, segundo Miguel Freitas, ex-secretário de Estado do Governo de António Costa, “faz um bom retrato do estado da arte, mas se formos ver a concretização física, o que é fundamental, tudo fica por cumprir”. “No terreno não se sente o investimento na prevenção”, acrescentou. Também Francisco Castro Rego, académico e ex-presidente do Observatório Técnico Independente criado pela Assembleia da República para definir uma estratégia contra os fogos, indicou que o relatório da AGIF [agência que coordena e monitoriza as entidades ligadas à prevenção e ao combate dos incêndios na floresta] “é muito bem-feito”, mas “são só números”.
Apesar das promessas de sucessivos Governo, a limpeza das matas, a gestão e a valorização económica da floresta não mudaram, como se viu em Setembro de 2024: numa semana, arderam mais de cem mil hectares de floresta e morreram 16 pessoas, o que levou a AGIF a reconhecer no seu relatório um quadro de alarme para o presente e o futuro: “Os incêndios de Setembro de 2024 mostram que há dificuldades a superar e convocam a sociedade portuguesa e os seus representantes políticos para se mobilizarem no reforço do percurso já definido.”
Tiago Oliveira, presidente do conselho directivo da agência, frisou que, depois de 2023, o sentido de urgência que a classe política e, no geral, a sociedade colocavam no combate aos fogos foi esvaziado. “É essencial que o país volte a discutir o que precisa de fazer”, avisou, lembrando que faltam fazer “as coisas difíceis”. “Os políticos não querem discutir na Assembleia nós górdios” do sector. Quais? Mudanças no regime sucessório que eterniza as heranças indivisas e o abandono, o modelo de financiamento de autarquias de acordo com a sua área florestal ou os contratos-programa plurianuais com organizações de produtores florestais.
A limpeza da floresta nacional falhou em toda a linha, apesar das metas ambiciosas traçadas pelo PNA: entre 2020 e 2024, deveria ser limpo um milhão de hectares, e, no final do programa, em 2030, 2,5 milhões. Para tal, foram alocados recursos da política agrícola, do PRR e do Orçamento do Estado. A limpeza, que seria coordenada e monitorizada pela ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, contava com vários recursos e instituições: cabras sapadoras, contratos com produtores e autarquias, programas do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas), fogo controlado, obrigações das gestoras das redes eléctricas, do gás ou a Infraestruturas de Portugal. No entanto, os números são esclarecedores: em 2024, o pastoreio feito com mais de meio milhão de animais ficou pelos 3.480 hectares; o fogo controlado nos 2.100 hectares – 94% abaixo das metas do programa. Também o ICNF ou as empresas de energia ou a Infraestruturas de Portugal estão a reduzir a sua contribuição: em 2021, quando a pressão política e social era elevada, limparam 88 mil hectares; em 2024 ficaram pelos 75 mil.
A floresta nacional está mais vulnerável, agravada pelas mudanças do clima: com o mato a acumular-se ao longo de anos nas serras, entre as árvores, os grandes incêndios continuarão a atormentar o verão. Para travar essa ameaça, Portugal precisava de limpar mais do dobro da área da floresta do que está a conseguir limpar.
Até ao final de 2024, tinham já ardido quase 338 mil hectares; este ano, com pelo menos dois meses de dificuldades pela frente, o fogo consumiu quase 50 mil hectares.
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Incêndios: 700 operacionais combatem fogo em Trancoso com duas frentes ativas
O incêndio em Trancoso está hoje de manhã a ser combatido por 699 operacionais, apoiados por dois helicópteros, que têm como principal missão combater duas frentes activas situadas entre Rio de Mel e Castanheira, revelou a Protecção Civil. Segundo o Comando Sub-regional de Emergência e Protecção Civil das Beiras e Serra da Estrela, por volta das 8:30 de hoje estavam também mobilizados para o local, no distrito da Guarda, 221 veículos.
O incêndio, que deflagrou no sábado, está dividido em quatro frentes, duas das quais já estão dominadas e em rescaldo, havendo outras duas que causam preocupação. Uma das frentes activas tem cerca de mil metros e a outra tem 3,5 quilómetros, mas “são fogos que ardem essencialmente em zona de mato, sem vítimas e afastados dos aglomerados habitacionais”, disse à Lusa a fonte da Protecção Civil, admitindo que durante o dia de hoje possa vir a ser necessário encerrar algumas estradas na zona.
O comando acrescentou que as condições meteorológicas vão manter-se semelhantes aos últimos dias, com humidade relativamente baixa, temperaturas altas e vento fraco a moderado.
Portugal está em situação de alerta devido ao agravamento das previsões meteorológicas, sendo proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período. A situação de alerta implica também proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo-de-artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
A Câmara de Trancoso decidiu manter activo o Plano Municipal de Emergência e Protecção Civil face “à situação de emergência causada pelo incêndio que afecta o concelho”, e na sequência da reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil. A autarquia já suspendeu a rega de espaços públicos e apelou à população para reduzir o consumo de água “ao estritamente necessário” e, com isso, contribuir para “salvaguardar este recurso essencial ao combate ao fogo”.
O fogo do concelho já terá consumido 8.000 hectares, sobretudo soutos, olivais e vinhas, indicou na segunda-feira o presidente da Câmara, Amílcar Salvador.
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segunda-feira, 11 de agosto de 2025
domingo, 10 de agosto de 2025
Chamas aproximam-se de aldeia em Vila Real. Fogo em Trancoso tem quatro frentes
Três incêndios, todos na zona norte do país, são os que mais preocupam as autoridades portuguesas e mobilizavam, pelas 21h30 deste domingo, cerca de 1400 operacionais, apoiados por 460 veículos: Sirarelhos, em Vila Real; Frexes e Torres, em Trancoso (Guarda); e Pereira, na Covilhã (Castelo Branco).
O incêndio que reactivou no sábado à noite na serra do Alvão, em Vila Real, está próximo da aldeia de Relva, localizada na encosta da serra do Alvão, onde as pessoas mais idosas foram retiradas por precaução devido ao incêndio, informação avançada pelo presidente da Junta de Freguesia de Borbela e Lamas de Olo, José Armando. De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), pelas 21h30 estavam mobilizados para o combate a este fogo 394 operacionais e 126 viaturas, mas já chegaram a estar cinco aeronaves.
Este incêndio começou no passado sábado, dia 2 de Agosto, em Sirarelhos, e acabou por entrar em fase de resolução na quarta-feira. Reactivou-se este sábado à noite, pelas 21h06, tendo ganhado dimensão esta tarde devido ao vento forte e às altas temperaturas.
A serra do Alvão espalha-se por Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Vila Real e Mondim de Basto, e, no espaço de uma semana, já ardeu área dos quatro concelhos, em três incêndios diferentes (Sirarelhos, Pinduradouro e Alvadia), que se traduziram numa área ardida, no total, ultrapassaram os quatro mil hectares.
O presidente da Câmara de Vila Real considerou este domingo que os operacionais que estão no combate ao incêndio "são insuficientes" e pediu ao Governo um reforço de meios para acabar com a calamidade. "Estamos sob um ataque enormíssimo, com prejuízos absolutamente incalculáveis, os meios são claramente insuficientes dada a dimensão daquilo que estamos a viver", disse Alexandre Favaios à agência Lusa.
O autarca lembrou que o distrito
de Vila Real esteve este fim-de-semana sob aviso vermelho por causa do calor e,
por isso, seria "expectável que o dispositivo, efectivamente, estivesse no
terreno" e salientou que "as populações estão a ser profundamente
afectadas". "Sem esse reforço claramente esta calamidade não vai
terminar", frisou. Alexandre Favaios disse ainda que "seria útil que
o Governo tivesse pedido ajuda aos seus parceiros europeus porque, de facto,
esta é uma situação absolutamente indescritível".
Chamas em Trancoso afectam quatro povoações
– Quatro povoações em Trancoso estão a ser afectadas pelo incêndio uma
vez que estão na linha de fogo, que está com quatro frentes activas. "Além
de Seixas, a norte do incêndio há povoações a serem afectadas e cujas forças de
segurança estão a adoptar as medidas que considerarem necessárias. Seja para as
confinar na povoação ou para as retirar", disse à agência Lusa Nuno
Seixas. As localidades em causa são Rio de Mel, Rio de Moinhos, Venda do Cepo e
Celintrão, no concelho de Trancoso, distrito da Guarda. O incêndio, cujo alerta
foi dado pelas 16h21 deste sábado, mobilizava pelas 20h deste domingo 581
operacionais, apoiados por 192 veículos e duas aeronaves.
Estão ainda activos os incêndios de Ribeira de Pena e da Covilhã, que reúnem 198 bombeiros apoiados por 70 veículos e 335 operacionais com 101 viaturas, respectivamente.
Cinco feridos leves registados este domingo – Durante o combate às chamas deste domingo, houve quatro bombeiros assistidos em unidade hospitalar com ferimentos leves. A informação foi avançada pelo comandante nacional Mário Silvestre, da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), no ponto de situação à comunicação social feito às 19h. Neste momento, já se encontram “em casa sem danos de maior”. Também há a registar um civil ferido.
Desde a meia-noite e até às 17h deste domingo, registaram-se 108 ocorrências de incêndio, das quais 30 aconteceram durante a noite. O destaque foi dado à região do Tâmega e Sousa, onde se situam 34 das ocorrências totais do dia, e para a Área Metropolitana do Porto, com 21 ocorrências. O porta-voz da ANEPC explicou ainda que o combate às chamas no sábado, dia 9, registou uma taxa de sucesso superior a 95%.
No caso de Trancoso, Mário Silvestre explicou que a reactivação deste domingo surgiu como consequência de um vento sul na casa dos 25 quilómetros por hora que, com a “instabilidade atmosférica”, “fez com que o incêndio tivesse uma progressão de 4 kms/h”, tendo ficado “fora da capacidade de extinção dos meios de combate”. Este incêndio já consumiu mais de 3700 hectares de área florestal, números registados pelas 15h.
No total, a Protecção Civil
contabilizava 53 ocorrências de fogo antes das 19h deste domingo, numa altura
em que o país está em situação de alerta devido ao agravamento das previsões
meteorológicas que apontam para um risco significativo de incêndio rural.
Durante este período é proibido o acesso, circulação e permanência no interior
dos espaços florestais, de acordo com os planos municipais de defesa da
floresta contra incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas,
ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.
A situação de alerta implica também proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo-de-artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
Bárbara Baltarejo
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Fonte: PÚBLICO
Domingo, 10 de Agosto (16h00)
Alvega – 42,4 ºC
Pinhão (Santa Bárbara) – 41,9 ºC
Mirandela – 41,2 ºC
Ponte de Sôr (Aeródromo) – 41,0 ºC
Avis (Benavila) – 40,7 ºC
Amareleja – 40,7 ºC
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São Pedro de Moel – 22,4 ºC
Cabo Carvoeiro – 20,8 ºC
Esposende (CIM) – 20,7 ºC
Cabo da Roca – 20,4 ºC
Santa Cruz (Aeródromo) – 19,6 ºC
Cabo Raso – 19,2 ºC
Morro Alto/Flores (Açores) – 15,9 ºC
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Fonte: IPMA
Incêndios de Ribeira de Pena e Vila Real estão por dominar. Há mais de 1.300 bombeiros no terreno.
Mais de 1.300 operacionais estão a combater incêndios em Portugal na manhã deste domingo, segundo os dados da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC). Dois reacendimentos, em Ribeira de Pena e Sirarelhos (Vila Real), são agora as maiores preocupações dos bombeiros, depois de os incêndios de Trancoso e Moimenta da Beira entrarem em fase de resolução.
"Registamos uma reactivação no incêndio que lavrou durante a semana passada em Sirarelhos, no concelho de Vila Real, arde em duas frentes, em locais de difícil acesso, estamos a reforçar com meios e a tentar posicionar meios no local", confirmou à Renascença José Costa, oficial de operações da Protecção Civil. As chamas em Vila Real são combatidas, às 9h por 174 operacionais, 44 meios terrestres e sete meios aéreos. Sem indicação de aldeias ou populações em risco, a Protecção Civil aponta ainda ao incêndio em Ribeira de Pena, na localidade de Alvadia, uma "reactivação que aconteceu hoje pelas 7h30, também em local de difícil acesso".
Há 118 operacionais, 46 meios terrestres e dois meios aéreos envolvidos no combate às chamas em Ribeira de Pena. De acordo com a página da Protecção Civil, às 9h00 estavam no terreno 1.328 operacionais, 404 meios terrestres e 12 meios aéreos.
Os dois incêndios que mais atenções concentravam durante sábado estão agora em fase de resolução. "O incêndio de Moimenta da Beira entrou em resolução às 8h13 e o de Trancoso pelas 7h31", revelou José Costa à Renascença.
No incêndio de Trancoso estavam ainda 339 operacionais e 107 meios terrestres, com o apoio de um meio aéreo. Já em Moimenta da Beira, onde as chamas estiveram descontroladas durante sábado, estão 429 operacionais e 137 meios terrestres, sem apoio de meios aéreos.
Portugal está em situação de alerta devido ao agravamento das previsões meteorológicas, que apontam para um risco significativo de incêndio rural. Durante este período é proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.
A situação de alerta implica também proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo-de-artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
Pedro Mesquita, João Pedro Quesado
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Fonte: Renascença
sábado, 9 de agosto de 2025
Chamas ameaçam aldeia de Nacomba, em Moimenta da Beira
Em Moimenta da Beira (Viseu), o incêndio que continua por dominar ameaça a aldeia de Nacomba, com as chamas a aproximarem-se de um conjunto de 20 habitações, que reunirão cerca de 50 pessoas, ao que o DN apurou. O incêndio que lavra com forte intensidade tem duas frentes activas e é este sábado, 9 de Agosto, o fogo em Portugal com mais operacionais no combate às chamas, com perto de 500 bombeiros.
Segundo o Jornal do Centro, além de Nacomba, há outras duas aldeias em alerta: Semitela e Toitam. "A estrada para Semitela está cortada e em Toitam e Nacomba a população está com mangueiras e cisternas a molhar casas e bens. Os animais estão a ser colocados a salvo e quem consegue tenta travar as chamas, ajudando os bombeiros e outros meios da protecção civil a salvar o que é possível", escreve o jornal.
De acordo com o comandante da Sub-região de Emergência e Protecção Civil de Viseu e Dão Lafões, Miguel Ângelo, citado pelo jornal, o incêndio de Moimenta da Beira acabou por ficar sob a influência de uma célula convectiva, ou seja “ventos erráticos que projectaram várias plumas de fogo em diversos sentidos”.
Em declarações à Lusa, José Requeijo, segundo comandante sub-regional de Emergência e Protecção Civil do Comando Sub-Regional do Douro, adiantava a meio da tarde que se os ventos não mudassem de direcção e se os trabalhos continuassem a correr como durante a tarde poderia haver boas notícias ao fim do dia, mas as condições agravaram-se entretanto.
O incêndio que deflagrou na sexta-feira já colocou casas em risco durante a madrugada na localidade de Paraduça e esta manhã em Alvite.
Rui Frias
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Fonte: Diário de Notícias