Um incêndio deflagrou ao início da tarde deste domingo, 21 de Setembro, no concelho de Aljezur, no Algarve, e progrediu para sul. Pelas 20h, já depois da retirada dos meios aéreos, estavam empenhados no combate às chamas cerca de 460 operacionais, apoiados por 161 viaturas. Em conferência de imprensa, o segundo comandante regional do Algarve da Protecção Civil, Abel Gomes, admitiu que o fogo "continua fora de controlo, avançando com intensidade, alimentado pelo vento forte que afecta a região". E já depois das 22h a Lusa noticiou que "algumas pessoas tiveram de ser retiradas de casa", na freguesia de Barão de São João, em Lagos.
"O vento está muito forte, com rajadas muito fortes. Há muitos meios no terreno a combaterem o fogo, mas, por uma questão de precaução, algumas pessoas tiveram de ser retiradas de casa", na freguesia de Barão de São João, afirmou Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos. O autarca não precisou quantas pessoas foram retiradas, mas especificou que foram as das "casas espalhadas pela mata [de Barão de São João] e da zona do perímetro urbano com a mata". Essas pessoas estão concentradas em "dois ou três locais mais seguros" de Barão de São João, disse Hugo Pereira. Reafirmando que estão muitos meios no local e empenhados no combate ao fogo, o presidente da câmara sublinhou que o objectivo principal foi "salvaguardar a população".
Horas
antes, numa conferência de imprensa ao fim do dia, o segundo comandante
regional do Algarve da Protecção Civil explicava: "O fogo está fora da
nossa capacidade de extinção e não fez, até agora, qualquer vítima." Mas o
vento, com uma intensidade constante de 30 quilómetros por hora (km/h) e
rajadas entre os 50 e os 60km/hora, "tem sido o grande problema no
combate", fazendo com que as chamas tenham avançado 1360 metros por hora,
destruindo 52 hectares de mato e floresta em cada hora. Além do mato e
floresta, as chamas destruíram uma casa de segunda habitação, que se encontrava
desocupada, "a única situação confirmada até agora", referiu.
O presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, também presente na
conferência de imprensa, confirmou a destruição da habitação, explicando que os
serviços municipais "andam no terreno a fazer o levantamento e a verificar
se houve outras casas afectadas". De acordo com o comandante Abel Gomes, o
fogo "terá tido origem em trabalhos agrícolas", cabendo à Guarda
Nacional Republicana a investigação para apurar as causas.
Abel Gomes reafirmou que o vento continua a dificultar as operações de combate
ao fogo, decidindo os bombeiros efectuar o combate aos flancos do fogo para
diminuir a sua intensidade, "para depois atacar a cabeça".
"Existe um potencial muito grande de as chamas evoluírem rapidamente, sendo
a nossa preocupação a segurança de pessoas e animais", realçou. Manifestou-se
ainda preocupado com as condições meteorológicas, dado que, "a previsão
aponta a continuação do vento até terça-feira".
De
acordo com o Comando Distrital do Algarve da Protecção Civil, o vento forte e a
vegetação seca têm alimentado uma "progressão muito rápida" do fogo
que deflagrou perto das 12h20 na localidade da Bordeira, "obrigando a um
reforço dos meios de combate". Durante a tarde chegaram a estar no local
11 aeronaves em simultâneo. O incêndio consumiu áreas de mato, pinhal e
eucaliptal do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a poucos
quilómetros do Atlântico.
Foram mobilizadas para o local várias corporações de bombeiros do Algarve,
Alentejo e Lisboa. O fogo obrigou a cortar a estrada nacional 120 (integrada no
IC4), entre Aljezur e Bensafrim (Lagos); e a estrada regional 268, entre
Aljezur e Vila do Bispo. Foi também interrompida a circulação no troço da
estrada municipal entre o cruzamento de Monte Ruivo e as Alfambras.
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Fonte: PÚBLICO
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