segunda-feira, 17 de abril de 2006

175. Noções de Meteorologia - Conceitos teóricos fundamentais de meteorologia sinóptica (VIII)

As depressões isoladas em altitude
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Fonte da Imagem: Associació Cultural Tossal Gros
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As depressões isoladas em altitude são, em termos meteorológicos, designadas por “gotas frias” (terminologia castelhana). Trata-se de centros de baixas pressões que geralmente se encontram entre os 5000 e os 9000 metros de altitude, com um diâmetro a variar entre os 500 e os 1000 quilómetros, e associado a um núcleo de ar muito frio. São responsáveis pela ocorrência de nebulosidade do tipo médio, à qual estão associadas precipitações que podem ser muito elevadas. Geralmente dissipam-se lentamente e apresentam uma direcção incerta, uma vez que depende sobretudo dos movimentos verticais do ar no seu interior.
A sua presença manifesta-se com maior intensidade, por exemplo, no Mediterrâneo Ocidental, afectando directamente o litoral mediterrâneo de Espanha.
A maior parte destas depressões originam-se a partir de um brusco corte da corrente de jacto (“Jet stream”); isto acontece quando do sector frio do Jet stream se desprende um redemoinho de ar frio, que se desloca para Sul, penetrando numa massa de ar mais quente, constituindo desta forma uma “gota” que gira sobre si própria. O ar frio da depressão fica, desta forma, completamente separado da sua fonte de origem, não tendo associada a presença de sistemas frontais.
A energia destas depressões é procedente dos ventos da corrente de jacto e pela “injecção” de ar frio; a sua quantidade é tão grande que a “gota fria” fura a atmosfera para baixo, já que o ar que a constitui é mais pesado que o ar quente em que se encontra submersa, o que pode provocar, também, a formação de um centro de baixas pressões em superfície, reforçando desta forma os fenómenos meteorológicos associados à própria “gota fria”: enquanto o ar frio desce, o ar quente das camadas inferiores da atmosfera é obrigado a subir violentamente. Estão assim criadas as condições para a ocorrência de precipitações muito abundantes, a que se associam frequentes trovoadas.
Tendo em conta que a “gota fria” não é alimentada exteriormente por novas “injecções”de energia, irá pouco a pouco perdendo o seu próprio vigor e acabará por se dissipar a si própria.
Cabe destacar que nem sempre as “gotas frias” levam à formação da depressão à superfície; então pode acontecer a ocorrência de precipitações na área central de um anticiclone de superfície.

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