quinta-feira, 27 de abril de 2006

184. Noções de Meteorologia - Conceitos teóricos fundamentais de meteorologia sinóptica (IX)


As ondas planetárias
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No nosso hemisfério, nas latitudes médias, predominam os ventos de Oeste. Estes ventos separam massas de ar frio (de latitudes mais elevadas) de massas de ar quente (de latitudes mais baixas). O fluxo que se gera de Oeste, entre as massas de ar frio e quente é muito parecido ao transporte da água num rio caudaloso.
Devido à influência da rotação da Terra, do efeito da orografia da superfície terrestre e de diferente aquecimento das massas de ar nas diferentes superfícies do planeta, fica distorcido o fluxo de ventos, que se converte numa espécie de movimento ondulatório. Surgem assim ondas planetárias ou ondas de Rossby, com os seus cavados e as suas cunhas que se deslocam de Oeste para Este, em torno do nosso Planeta. O seu período de crescimento pode variar entre uns dias e uma semana; estas ondas podem alcançar entre 3 000 e 6 000 quilómetros de amplitude, formando-se geralmente detrás (Oeste) de grandes cordilheiras do mundo.
Quando a amplitude destas ondas aumenta, tornam-se instáveis e acabam por se romper, dando origem à formação de borbulhas ou redemoinhos isolados. Cada cavado ou baixa pressão que se forme tem associado um bloco de ar frio, que ficou isolado ou segregado; simultaneamente aparecem anticiclones ou borbulhas de alta pressão que ficam bloqueadas e associadas a massas de ar quente.Em síntese, a rotura da circulação dos ventos de Oeste origina alterações bruscas do tempo nas respectivas latitudes (frio nas zonas subtropicais e calor nas áreas polares). Compreendemos então que estas ondas contribuem para o transporte de calor entre o Equador e os Pólos.

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