JORNAL CORREIO DA MANHÃ (31/Julho/2006) - Numa previsão extraordinária, o Instituto de Meteorologia avança “tempo quente”, pelo menos até 8 de Agosto, podendo as temperaturas do ar ultrapassar os 35 graus em alguns locais do Interior do País.
No primeiro dia do que poderá representar uma terceira onda de calor (Nota: informação veiculada pelo jornal) a atingir o nosso país este ano, ontem na Amareleja foram observados 37,1 graus. Mértola e Elvas registaram 36º e Alcoutim 35º. Em Setúbal, os termómetros subiram aos 31 graus, Lisboa registou 29º e o Porto 25º. As altas temperaturas também se fizeram sentir no Interior Norte, com 34º em Castelo Branco e 32,6º em Mirandela.
O Instituto de Meteorologia prevê temperaturas máximas acima do normal para esta época do ano, mas afasta um cenário em que possam verificar-se valores superiores a 40 graus. “O calor previsto resulta da circulação de uma massa de ar quente, mas nada indica que haja uma mudança radical do estado do tempo resultante da circulação de uma corrente quente proveniente do interior da Península Ibérica”, informou fonte do Instituto de Meteorologia.
De acordo com aquele instituto, as temperaturas serão mais baixas na costa devido ao “vento, que será moderado a forte do quadrante norte na faixa costeira ocidental, em especial na quarta e quinta-feira”.
O canal de informação meteorológica norte-americano The Weather Channel informa que o bom tempo trará temperaturas superiores a 30º em Lisboa, a partir de quarta-feira, indicando que no próximo sábado a capital atingirá os 32º. Para Évora e Beja as previsões são de 37 graus a 7 e 8 de Agosto. Bem perto da fronteira portuguesa, as previsões do Instituto de Meteorologia espanhol indicam 40 graus em Badajoz para amanhã e 43 para quarta-feira.
A ocorrência de uma onda de calor com consequências perigosas para a saúde verifica-se, do ponto de vista epidemiológico, quando é ultrapassada a temperatura de 32 graus por um período superior a três dias. A confirmarem-se as previsões do Instituto de Meteorologia, os termómetros estarão acima dos 32 graus na maior parte do Interior, a partir de amanhã.
Diferente é a existência de uma onda de calor do ponto de vista meteorológico, que se traduz em temperaturas superiores em cinco graus à média durante seis dias.
Segundo o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, “as ondas de calor que ocorrem em Junho encontram-se associadas a uma maior mortalidade do que as que ocorrem em Agosto”.
No primeiro dia do que poderá representar uma terceira onda de calor (Nota: informação veiculada pelo jornal) a atingir o nosso país este ano, ontem na Amareleja foram observados 37,1 graus. Mértola e Elvas registaram 36º e Alcoutim 35º. Em Setúbal, os termómetros subiram aos 31 graus, Lisboa registou 29º e o Porto 25º. As altas temperaturas também se fizeram sentir no Interior Norte, com 34º em Castelo Branco e 32,6º em Mirandela.
O Instituto de Meteorologia prevê temperaturas máximas acima do normal para esta época do ano, mas afasta um cenário em que possam verificar-se valores superiores a 40 graus. “O calor previsto resulta da circulação de uma massa de ar quente, mas nada indica que haja uma mudança radical do estado do tempo resultante da circulação de uma corrente quente proveniente do interior da Península Ibérica”, informou fonte do Instituto de Meteorologia.
De acordo com aquele instituto, as temperaturas serão mais baixas na costa devido ao “vento, que será moderado a forte do quadrante norte na faixa costeira ocidental, em especial na quarta e quinta-feira”.
O canal de informação meteorológica norte-americano The Weather Channel informa que o bom tempo trará temperaturas superiores a 30º em Lisboa, a partir de quarta-feira, indicando que no próximo sábado a capital atingirá os 32º. Para Évora e Beja as previsões são de 37 graus a 7 e 8 de Agosto. Bem perto da fronteira portuguesa, as previsões do Instituto de Meteorologia espanhol indicam 40 graus em Badajoz para amanhã e 43 para quarta-feira.
A ocorrência de uma onda de calor com consequências perigosas para a saúde verifica-se, do ponto de vista epidemiológico, quando é ultrapassada a temperatura de 32 graus por um período superior a três dias. A confirmarem-se as previsões do Instituto de Meteorologia, os termómetros estarão acima dos 32 graus na maior parte do Interior, a partir de amanhã.
Diferente é a existência de uma onda de calor do ponto de vista meteorológico, que se traduz em temperaturas superiores em cinco graus à média durante seis dias.
Segundo o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, “as ondas de calor que ocorrem em Junho encontram-se associadas a uma maior mortalidade do que as que ocorrem em Agosto”.
PROBLEMAS E CUIDADOS
Calor e sol não são apenas sinónimo de férias e boa vida. As altas temperaturas e os raios solares acarretam perigos altamente nocivos para a saúde. Um deles tem a ver com a desidratação e com a consequente diminuição dos valores de potássio e sódio que desempenham um importante papel no organismo, sobretudo ao nível do cérebro e do coração. O excesso de calor pode provocar também fadiga muscular, dores de cabeça e tonturas, se permitirmos que a temperatura do corpo suba excessivamente. Para evitar isso é importante mantermo-nos frescos e ter especial cuidado com a actividade física. É aconselhável o uso de roupa leve, evitar comida quente e pesada para que o organismo responda facilmente às digestões e ter cuidado com as crianças com menos de quatro anos.
RISCO ULTRAVIOLETA
Os raios ultravioleta atingem hoje, entre as 12h00 e as 16h00, um índice de dez (o segundo mais elevado) no Algarve, Litoral alentejano, Beira Interior e Madeira. A exposição ao Sol obriga à utilização de óculos escuros com protecção UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protector solar. Crianças devem permanecer em locais frescos.
PORTUGAL DESCONHECE ÓBITOS
Depois de duas ondas de calor este ano no nosso país, a Direcção-Geral de Saúde confessa-se incapaz de apurar quantas pessoas morreram vítimas das altas temperaturas. Só em Outubro será conhecida a dimensão do flagelo, após ser efectuada uma avaliação global dos óbitos inscritos nas 67 conservatórias do Registo Civil do País. No ano passado morreram 462 vítimas do calor; valor que, em 2003, atingiu 1953 óbitos. No mesmo ano morreram 15 mil pessoas em França, país que este ano já regista 64 óbitos.
LÍQUIDOS
Beber água é a melhor forma de combater a desidratação. Uma pessoa com 58 quilos deve beber oito copos de água por dia. O cálculo deve ser feito a 28 mililitros por quilo de peso. Em dias de calor, o consumo nunca pode ser inferior.
AQUECIMENTO GLOBAL TRAZ CLIMA EXTREMO
O aumento da frequência dos fenómenos climáticos extremos – nomeadamente ondas de calor – é um dos efeitos visíveis da alteração do equilíbrio do clima. O aumento das assimetrias nos recursos hídricos entre o Norte e o Sul, dos incêndios florestais, das mortes por calor e das doenças respiratórias, bem como a subida do nível do mar e a consequente erosão da costa portuguesa são alguns dos problemas que Portugal terá de enfrentar por causa das alterações climáticas.Os efeitos do aquecimento da atmosfera – os gases de efeito de estufa, entre os quais o dióxido de carbono, retêm o calor – em Portugal foram estudados no âmbito do projecto SIAM, sigla inglesa para Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação, coordenado pelo físico Filipe Duarte Santos, para quem já “temos sinais de alterações climáticas, que vão agravar-se”.O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore acaba de publicar um livro – ‘An Inconvenient Truth’ (‘Uma Verdade Incómoda’) – no qual alerta que, mantendo o presente ritmo de emissão de dióxido de carbono nos próximos 50 anos, a temperatura média da Terra aumentará 2,7 graus Celsius.
Há três milhões de anos, quando o planeta registou um aumento de temperatura da mesma ordem, o nível do mar subiu 24 metros. Esta relação entre temperatura e nível do mar relaciona-se com o degelo dos pólos. Num cenário igual ao de há três milhões de anos, diz Gore, a maior parte das cidades costeiras dos EUA iria literalmente por água abaixo. Estados como o da Florida ver-se-iam reduzidos a metade.
PONTOS NEGROS NO AMBIENTE PROVOCADOS POR ALTAS TEMPERATURAS
ENERGIA - Ventoinhas, refrigeradores e ar condicionado disparam o consumo de energia. Ausência de chuva limita produção das barragens.
POLUIÇÃO - Aumento do consumo de energia obriga a maior produção das centrais térmicas, mas estas libertam dióxido de carbono.
COLHEITAS - Calor em Julho reduziu a produção de cereais. Culturas de regadio necessitam de mais água, que nem sempre está disponível.
INCÊNDIOS - Temperaturas acima dos 30 graus e humidade abaixo dos 30 por cento são factores favoráveis à ocorrência de grandes incêndios.
ALFORRECAS - As alforrecas multiplicam-se devido ao calor e consequente aquecimento da água do mar, enquanto diminui a água doce na foz dos rios.
BOAS RESERVAS DE ÁGUA - A onda de calor de Julho não coincidiu com uma redução da precipitação em Portugal. Segundo o Instituto da Água, durante o mês de Julho choveu mesmo mais do que é habitual para esta época do ano. Caíram 15 litros por metro quadrado, quando a média é de dez litros. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a precipitação obtida representa 78 por cento do valor normal. Também as barragens contam com 66 por cento (dois terços) da sua capacidade. Diferente e particularmente dramática é a situação em Espanha, em que a forte onda de calor provocou uma redução das reservas de água em 1,3 por cento. A média nacional no país vizinho é, neste momento, de 48,4 por cento da sua capacidade.
NOTAS
2003 ABRASADOR - Foi a maior onda de calor alguma vez registada em Portugal: no Interior do País durou de 29 de Julho a 15 de Agosto.
DUAS VAGAS EM 2005 - No ano passado foram registadas duas ondas de calor. A primeira ocorreu de 30 de Maio a 11 de Junho e a segunda de 15 a 23 do mesmo mês.
ONDA DE CALOR EM MAIO - Este ano a primeira onda de calor ocorreu de 25 a 30 de Maio. Lousã foi, então, o local mais quente, ao registar 39,1º no dia 29.
JULHO BATE RECORDES - A maior onda de calor jamais registada em Julho, na Europa, foi de 6 a 18. Em Portugal, durou onze dias no Alentejo. Amareleja chegou aos 43,1º.
RAIOS MATAM MILHARES - A Organização Mundial de Saúde informa que morrem 60 mil pessoas por ano devido à exposição excessiva aos raios ultravioleta.
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Fonte: Jornal CORREIO DA MANHÃ (31/Julho/2006)
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