quarta-feira, 2 de agosto de 2006

344. Relatório sobre clima pronto no final do Verão

O relatório final sobre o impacto das alterações climáticas, até finais do século, na Região estará concluído até finais deste Verão, anunciou ao JORNAL da MADEIRA o director regional do Ambiente. Domingos Abreu refere que estão a ser avaliadas consequências e causas.
Duarte Santos, que é o investigador mais conceituado em Portugal e internacionalmente, que visa dotar a Região de um modelo, apropriado à escala do que nós somos, que nos permita seguir o processo das alterações climáticas e prever os seus impactos aos diferentes níveis: económico, social, ambiental, de saúde pública, etc» — destacou.
Segundo o nosso interlocutor, «para as alterações climáticas há vários modelos, há aqueles à escala planetária, regional (continente europeu, etc), faltava um modelo à escola local». «Nós seguíamos o modelo que foi produzido pelo Cenários e Identificação das Alterações Climáticas em Portugal, projecto nacional, e que apontava já uma tendência. O que estamos a verificar é se essa tendência se mantém. As tendências principais corroboram um aumento gradual da temperatura média, que poderá chegar aos dois graus e meio, três graus, até final do século e uma diminuição gradual da precipitação em termos de dias de chuva, mas com o aumento da intensidade das mesmas, choverá menos dias mas mais intensamente e com o aumento da diferença de pluviosidade entre as zonas mais altas e as mais baixas» — explica.
O governante refere que toda esta situação leva a que a Madeira vá ter necessidade de intervir na gestão da água de outra maneira. «Estão a ser identificados impactos positivos e negativos, aos mais variados níveis» — adianta. Domingos Abreu acentua que se o clima mudar haverá impactos na biodiversidade, com espécies endémicas a emigrar para zonas mais altas ou mais baixas, para manter o seu habitat, com consequências nos ecossistemas. «Teremos, então, de promover medidas de mitigação, para garantir a viabilidade desses ecossistemas». Por outro lado, «se o clima mudar, o cenário de conforto térmico que favorece a vinda de um determinado turista nórdico pode-se alterar». «Pode ser mais alargado ou menos alargado. E terá de ser avaliado» — realça. A concluir, referiu que, hoje, «a Região não faz gestão ambiental de cor, faz-se gestão ao nível do que se faz de melhor no mundo».
Fonte:
Jornal da Madeira

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