quinta-feira, 14 de setembro de 2006

435. Cientistas excluem influência do Sol nas alterações climáticas

A evolução da energia libertada pelo Sol não parece ter tido consequências nas alterações climáticas terrestres, pelo menos desde o século XVII e provavelmente durante os últimos milénios, indica um estudo publicado pela revista Nature.
A luminosidade do Sol, ou a energia que produz, aumenta ou diminui um pouco menos de 0,1 por cento, segundo o ciclo das manchas solares. Ao recuar por extrapolação os períodos deste ciclo até ao ano 1000, os investigadores concluíram que as variações foram demasiado fracas para explicar as do clima na Terra.
"No conjunto, não encontrámos nenhuma prova de variações da luminosidade do Sol com amplitude suficiente para provocar variações significativas do clima numa escala de cem, mil ou mesmo um milhão de anos", refere o estudo, realizado por uma equipa de investigadores de institutos dos Estados Unidos da América, Suíça e Alemanha.
Segundo estes cientistas, processos mais complexos explicariam as emissões variáveis de radiações ultravioleta e gases magnetizados passíveis de alterar o clima, mas estas são hipóteses ainda por verificar. Sobretudo, "os nossos resultados implicam que, durante o último século, a acção do homem ultrapassou de longe as alterações da luminosidade do Sol no que se refere às alterações climáticas", sublinhou um dos investigadores, Tom Wigley, do Centro Nacional para a Investigação Atmosférica (NCAR).
As reconstituições da evolução do clima desde o século VII mostram uma muito clara aceleração do aquecimento no último século, que tem sido atribuída à produção de gases com efeito de estufa, a variações naturais do sistema climático terrestre e, segundo algumas teorias, às alterações da luminosidade do Sol.
Fonte: Agência LUSA 2006-09-13

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