quinta-feira, 2 de novembro de 2006

575. Meteorologista Costa Alves prevê verões mais quentes

“Não sabemos o que vai no pensamento da atmosfera, mas a probabilidade de se repetir, este ano, uma situação como a que vivemos a semana passada é muito baixa”, afirmou ao CM o meteorologista Costa Alves. Segundo o especialista, a chuva intensa que caiu nos últimos dias em Portugal continental, atingindo valores de precipitação muito acima da média, ocorrem com alguma periodicidade.Basta recordar a tempestade de 1997, que no Alentejo provocou a morte de 13 pessoas e, recuando mais no tempo, as célebres inundações de 1967, que na zona de Odivelas causaram centenas de vítimas. “São situações que fazem parte do nosso clima”, sublinhou Costa Alves, alertando, contudo, para a possibilidade de passarem a ocorrer com maior frequência, face ao “aquecimento global” do planeta.
“A tendência será para Verões cada vez mais quentes e mais períodos como aquele que vivemos a semana passada”, concretizou. Olhando para os mapas do tempo, constata-se que, regra geral, é nos meses de Outubro e Novembro que a precipitação é mais elevada.Trata-se, segundo o meteorologista, de uma “fase de transição” (Verão-Inverno), em que “a camada baixa da atmosfera ainda está muito quente”, originando uma “grande capacidade de acumulação de água” nestas altitudes, que acaba por se por se precipitar.
Se o ciclo das chuvas intensas em intervalos de tempo muito curtos são incontroláveis, já a imagem de um ‘Portugal submerso’ sempre que a precipitação sai fora dos parâmetros médios “pode e deve ser alterada”, diz Costa Alves.
“Em Pombal, onde as inundações ganharam maior expressão, construiu-se um centro comercial com quatro pisos subterrâneos sem que tivesse sido acautelada uma situação destas. Em Castelo Branco, foi inaugurado um túnel há cerca de um ano e foi fechado por causa das chuvas. É fundamental que nos novos projectos haja estudos de impacto de protecção civil, para minorar as partidas que o tempo nos prega de quando em vez”, concluiu Costa Alves.
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Fonte: Jornal
CORREIO DA MANHÃ

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