O Relatório Climático de 2006 confirma a tendência para a ocorrência em Portugal de situações extremas, como neve onde não é costume, ondas de calor ou temperaturas mínimas abaixo do normal, anunciou o Instituto de Meteorologia (IM). Segundo o relatório climático do IM, verifica-se uma maior frequência nos últimos anos de fenómenos extremos relacionados com o clima, como indica o próprio facto de Portugal continental ter registado em 2006 uma temperatura média superior à global.
Entre as situações climáticas extremas ocorridas no país nos últimos anos contam-se "queda de neve em locais onde habitualmente não neva, temperaturas mínimas inferiores aos valores normais e ondas de calor com noites tropicais consecutivas", refere uma nota do IM. Entre os fenómenos climáticos mais relevantes do ano transacto contam-se queda de neve no dia 29 de Janeiro nas regiões do litoral e de baixa altitude, temperaturas mínimas em Janeiro e Fevereiro inferiores aos valores médios, por vezes muito baixos, e ainda cinco ondas de calor entre 24 de Maio e 09 de Setembro.
O ano de 2006 foi ainda aquele em que se verificou maior sequência de noites tropicais e em que foram batidos os recordes dos valores de quantidade de precipitação em algumas regiões do país. Segundo o relatório, a anomalia da temperatura média do ar no país em 2 006 foi superior a 1,05ºC em relação ao valor médio do período de referência (1961-1990). Este aumento de 1ºC foi inclusivamente superior ao aumento verificado à escala global, que se situou em 0,42ºC acima do valor médio do período de referência, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial.O ano 2006 em Portugal Continental ficou ainda marcado por ter sido o quinto mais quente e ter tido o quinto Verão mais quente desde 1931. O Outono foi o terceiro mais chuvoso e mais quente desde 1931, tendo registado o valor mais alto da média da temperatura mínima dos últimos 76 anos.
À margem de um encontro sobre alterações climáticas, um especialista no assunto, Filipe Duarte Santos, afirmou à agência Lusa que "a temperatura média global em Portugal pode aumentar dois a quatro graus até ao fim do século e a precipitação reduzir 100 a 150 milímetros". O aumento das temperaturas vai ter impacto sobre a qualidade da água, devido à absorção das cargas poluentes, e sobre a procura, já que com menos chuva será também menor a disponibilidade.
Entre as medidas de adaptação às alterações climáticas, Filipe Duarte Santos aponta a necessidade de "gerir a água de modo a que, em situações de seca, não se verifiquem rupturas no abastecimento".
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Fonte: Agência LUSA
Fonte: Agência LUSA
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