quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

852. Seminário Transfronteiriço juntou Bombeiros de Portugal e Espanha

Decorreu, na Casa da Cultura de Figueira de Castelo Rodrigo, o VI e último Seminário Transfronteiriço, realizado no âmbito do INTERREG III A, um evento que juntou Bombeiros e entidades ligadas à protecção civil de Portugal e Espanha, sendo de destacar também a presença de representantes das corporações de Bombeiros de Gouveia e Vila Nova de Tazem, ambas deste concelho. Na sessão de abertura do Seminário, o Presidente do Município figueirense, António Edmundo, salientou ser aquele evento “o encerrar de um projecto que constituiu uma experiência muito boa”, deixando em aberto a possibilidade de apresentação de uma nova candidatura que permita dar sequência ao trabalho realizado.
Corroborando dessa ideia, Juana Mulas, responsável da área do Ambiente, da Deputácion de Salamanca, reforçou a importância de dar continuidade a este tipo de intercâmbio e lembrou que 2006, em matéria de fogos, “foi um ano bom, dos dois lados da fronteira, mas”, advertiu, “não se pode baixar a guarda, porque 2007 pode ser como foi 2005”.
Em representação da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), Paulo Hortênsio lembrou que “as questões dos Bombeiros e da Protecção Civil não têm fronteiras”, incentivando a realização de iniciativas similares, com maior assiduidade. Depois e já no âmbito do 1.º painel, o Coordenador Distrital dos Serviços de Bombeiros e Protecção Civil, António Fonseca falaria sobre “o processo de tomada de decisão no teatro de operações”, no qual, salientou, “o factor humano é fundamental, uma vez que a tecnologia, só por si, não resolve os problemas”. No entanto, o mesmo responsável defendeu que “os Bombeiros têm de se afirmar pelo conhecimento que têm das coisas”, relevando assim a importância do apoio das novas tecnologias.
Recordando as cheias que, recentemente, assolaram parte do país, António Fonseca salientou que, “actualmente, as ameaças são mais difusas e atingem níveis nunca atingidos”. Por isso, acrescentou, “temos de estar preparados para os novos desafios”, defendendo ainda que “as pessoas envolvidas têm de ser cada vez mais profissionais”.
Ainda a propósito das cheias, António Fonseca lembrou que, “no distrito da Guarda, as zonas mais afectadas coincidiram com aquelas onde se haviam registado grandes incêndios” - como foi o caso das zonas de Vide e Loriga, no concelho de Seia, ou a área envolvente da EN338, em Manteigas - sublinhando que “os problemas não são estanques, estão interligados”.
Ainda no âmbito do 1.º painel, Luís Ribeiro, do Centro de Estudos de Fogos Florestais da Universidade de Coimbra, fez uma exposição sobre os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) com o apoio das tecnologias, lembrando que os mesmos “surgiram há cerca de 30 anos” e que constituem “ferramentas flexíveis interactivas”. Depois de subscrever as palavras de António Fonseca, segundo as quais o controlo humano de todo o processo é fundamental, Luís Ribeiro realçou que “a Internet é o SAD mais fácil e acessível”, disponibilizando uma quantidade interminável de informação relevante, algum daquele o mesmo orador ali apresentou.
Outras intervençõesDo programa do Seminário fizeram parte mais três painéis temáticos: um, sobre ‘Gestão Informática de Incêndios Florestais’, em que foi orador Domingo Villalba Indurria, Chefe da Secção de Incêndios da Consejería de Médio Ambiente de la Junta de Castilla y León; outro sobre ‘As Novas Tecnologias Aplicadas à Protecção Civil - O Caso da Cheias Induzidas’, em que foi palestrante Alexandre Vilaverde Santos, da Universidade da Beira Interior; e um terceiro, sobre ‘Georeferenciação em Teatro de Operações / Gestão da Informação em Tempo Real’, apresentado por Richard Lafiton e Michael Memetau e que culminou com uma mostra de equipamento.
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Fonte:
Jornal Regional

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