quarta-feira, 16 de maio de 2007

1026. Helis atrasados para fogos

A fase Bravo de prevenção aos incêndios florestais em Portugal foi activada ontem, apenas com dois helicópteros ligeiros – estão previstos 14 – e com a rede de vigilantes, sob gestão da GNR, ainda incompleta. Um dos helis já em funções é um Ecureil, destinado ao transporte das equipas de primeira intervenção.
Os oito militares do Exército cedidos ao Ministério da Administração Interna para pilotarem os helicópteros pesados Kamov comprados pelo Estado partiram na segunda-feira passada para a Rússia, a fim de receberem formação, e só na terceira semana de Junho deverão estar aptos a pilotarem aquelas aeronaves. Enquanto isso, só a 1 de Junho se realiza o concurso de aluguer de dois aerotanques pesados, depois de várias reclamações de uma das concorrentes, o que leva a crer também que estes meios de combate serão integrados tardiamente no sistema.
O atraso na dotação de pessoal nas torres da rede de vigilância, sistema considerado de grande importância na detecção precoce dos focos de incêndio – e que apenas permitiu a abertura ontem da rede primária (69 de 238 postos) – resulta do desinteresse manifestado pelos militares da GNR na reserva e reforma, com quem se contava para trabalharem na rede. O desinteresse deve-se, alegadamente, às más contrapartidas oferecidas. Face a isto, está-se a recorrer à contratação de vigilantes e de jovens, através do programa Voluntariado Jovem para as Florestas do Instituto Português da Juventude.
O alargamento para duas companhias do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR e o alargamento ao distrito de Portalegre da Companhia Especial de Bombeiros são duas novidades da fase Bravo. Duarte Caldeira, da LBP, disse que apesar dos atrasos o facto de este ano o mês de Maio ter sido, até aqui, pouco propenso ao risco de incêndios, faz com que os atrasos verificados não tenham muita gravidade. Já Fernando Curto, da ANBP, alertou para a falta de garantias de protocolos entre os municípios e os bombeiros profissionais para a participação no combate aos incêndios.
O concurso de aluguer de dois aviões pesados de combate a incêndios tem sido atribulado. Estes aviões deviam entrar ao serviço ainda na fase Bravo, mas só vão chegar em Junho. No passado dia 11 de Maio, o presidente do júri, Jorge Teixeira Lapa, adiou o resultado para 1 de Junho, depois de uma queixa apresentada por um dos dois concorrentes, a Aeronorte, que alega irregularidades por parte da Joint Stock Company Beriev Aircraft Company (JSCBAC).
A inclusão de documentos em russo não traduzidos e o facto de a JSCBAC não ser sediada na União Europeia nem ter certificado do Instituto Nacional da Aeronáutica Civil para operar em Portugal são as razões que já motivaram queixas da Aeronorte. As razões da última reclamação hierárquica não foram divulgadas, mas motivaram mais um adiamento do processo.
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Fonte: Jornal CORREIO DA MANHÃ

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