terça-feira, 24 de julho de 2007

1149. Canícula no centro e sudeste da Europa

A canícula que se abateu sobre o sudeste da Europa, com temperaturas superiores a 40 graus, foi responsável pela morte de 500 pessoas na Hungria, segundo cálculos do chefe dos serviços de Saúde nacionais. Na Roménia, esta nova vaga de calor já provocou 30 mortos, enquanto a Itália, Macedónia e Sérvia vivem o flagelo dos fogos florestais. Em contrapartida, no norte da Europa, o Reino Unido continua a ser assolado por inundações.
Na Cote d´Azur (França), um incêndio levou hoje a retirar durante algumas horas cerca de 300 pessoas de meia centena de vivendas em Ramatuelle (sul), enquanto um outro incêndio destruía 450 hectares de floresta um pouco mais longe, indicaram as autoridades.
A vaga de calor foi apontada como a causa da morte de cerca de 500 pessoas na última semana na Hungria, onde o recorde de calor foi pulverizado sexta-feira, com 41,9 graus Celsius medidos em Kiskunhalas, 130 quilómetros a sul de Budapeste. "De 15 a 22 de Julho, a temperatura média ultrapassou os 30 graus ma maior parte do país. Durante este período, a taxa de mortalidade aumentou 30 por cento no centro da Hungria em relação à média estival", anunciou o responsável pelos Serviços de Saúde, Ferenc Falus.
"Isso quer dizer que nesta região, a canícula causou a morte prematura de 230 pessoas, equivalente a cerca de 500 no plano nacional", afirmou em comunicado. Todavia, segundo Falus, este balanço é "inferior ao que se pode esperar estatisticamente" durante um período de altas temperaturas.
No país vizinho, Roménia, foram registadas 12 mortes devidas ao calor só na segunda-feira, o que eleva o balanço para 30 desde há uma semana, anunciou hoje o ministro da Saúde, no dia em que cinco departamentos do sul e Bucareste estão em alerta vermelho. É a segunda vaga de calor na Roménia depois da ocorrida em Junho, que causou mais de 30 mortos.
Em Itália, a metade sul conhece desde 13 de Julho uma das mais fortes vagas de calor dos últimos 30 anos – o termómetro subiu hoje aos 44 graus em Tarento e na Catânia (Sicília) e aos 42 graus em Reggio de Calabria (Calábria). O alerta vermelho foi decretado em Roma, Bari e Nápoles, onde as urgências dos hospitais estavam hoje sobrecarregadas de trabalho.
O calor favoreceu a propagação dos incêndios na península, onde os bombeiros continuavam a lutar contra os muitos fogos no centro e no sul que vitimaram quatro pessoas.
Na Macedónia, um gigantesco incêndio florestal devido à canícula declarou-se na madrugada de hoje nos arredores de Bitola (sul), ameaçando a segunda cidade do país. Uma pessoa morreu asfixiada e vários milhares de residentes foram deslocados dos subúrbios desta cidade de 130.000 habitantes a cerca de 200 quilómetros de Skpoje, a capital.
Ao fim do dia, mais de 20 incêndios estavam activos no país, assolado por uma intensa vaga de calor que já levou o governo a proclamar quinta-feira o estado de emergência.
Na Grécia, as autoridades anunciaram terça-feira a morte de um reformado ligada ao forte calor que se faz sentir desde há vários dias e que está na origem dos múltiplos incêndios florestais atiçados por ventos fortes. As autoridades pediram às pessoas para permanecerem em casa durante o dia, com a temperatura a atingir os 45 graus Celsius em Atica (região de Atenas), no Peloponeso (sul) e na Tessalia (centro). Uma queda progressiva das temperaturas é esperada a partir de quinta-feira.
Na Croácia, com temperaturas superiores a 40 graus, foram registadas duas mortes devido ao calor e centenas de hectares de floresta sucumbiram ao fogo. Cinquenta incêndios florestais devastaram 2.500 hectares na Sérvia, sem causar vítimas.
A Turquia regista também temperaturas oito a dez graus mais elevadas do que a média para o mês de Julho no ocidente e centro do país (entre 42 e 44 graus). No extremo oposto, o Reino Unido enfrenta as piores inundações em 60 anos, que deixaram centenas de milhares de lares sem água potável nem electricidade e ameaçavam hoje a cidade de Oxford, em plena época turística.
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