sábado, 14 de julho de 2007

1132. Desligados sistema de detecção de incêndios de Santarém

O único sistema de vídeo-vigilância para detecção de incêndios florestais no distrito de Santarém vai ser retirado por falta de acordo quanto ao aluguer do terreno, com 12 metros quadrados, afirmou à Lusa o responsável pelo projecto. O sistema foi instalado em 2005 no lugar de Medroa, perto da Barragem de Castelo de Bode, através de uma iniciativa da Associação Empresarial para a Divulgação da Inovação (COTEC) em parceria com Instituto das Novas Tecnologias (INOV).
De acordo com o vice-presidente do INOV, Paulo Relvas, o instituto alugou a área onde ainda está instalada a torre e os equipamentos por 100 euros/mês mas no fim do contrato anual (início de Julho) decidiu não continuar a suportar os custos. Argumentando que já tinha oferecido os equipamentos e a solução global, o INOV tem vindo a escrever desde há meses várias cartas ao Ministério da Administração Interna (MAI) a pedir que a tutela tome conta formalmente do projecto (nomeadamente assegurando o pagamento do aluguer do terreno).
Paulo Relvas contou à Lusa que o MAI ainda não respondeu aos pedidos pelo que o INOV vai deixar de pagar o aluguer e o projecto será terminado.
Este sistema de vídeo-vigilância cobre uma área total de floresta e território de 200.000 hectares, conforme demonstrou no seu computador o responsável do INOV, parceiro do INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, uma associação privada sem fins lucrativos, de utilidade pública, dedicada à educação, incubação, investigação científica e consultoria tecnológica. O sistema instalado no distrito de Santarém é composto por quatro câmaras de vídeo ligadas entre si, pelo que o desligar de uma deles torna as restantes inoperacionais, sem poder recolher imagens dos povoamentos florestais. O valor do sistema ronda os 300.000 euros e foi oferecido integralmente às autoridades nacionais, contou Paulo Relvas.
Por outro lado, o responsável do INOV contou também à Lusa que também um sistema de vídeo-vigilância composto por cinco câmaras instalado em Coimbra está em situação de desactivação desde 2005. Este projecto, que também visa a protecção das áreas florestais, estava colocado em cima das torres de um operador de telecomunicações mas foi desmontado devido aos custos das comunicações, disse Paulo Relvas.
O INOV instalou sistemas de monitorização e detecção de incêndios florestais em Castelo Branco (quatro câmaras), Lisboa (outras quatro câmaras) e Leiria (três). Por seu lado, a COTEC instalou quatro torres de vigia com os sistemas de detecção em Santarém e duas no Porto. Caso estivessem todos funcionais, os sistemas instalados cobririam uma área global de 1,2 milhões de hectares de território nacional, na sua maioria povoamentos florestais e algumas localidades.
De acordo com Paulo Relvas, o único apoio que tem sido prestado aos sistemas instalados em Portugal pelo INOV tem sido dado pelo próprio Instituto, resultando que os projectos "não tenham praticamente manutenção desde a sua instalação". As câmaras de vigilância e detecção de incêndios estão a ser utilizadas em acções de monitorização pelos Comandos Distritais de Operações e Socorro, como o caso de Castelo Branco.
O financiamento do INOV é obtido com recurso a instituições privadas, empresas e através de candidaturas com projectos, ao Fundo Florestal Permanente e AGRO 8.1, do ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas.
* * * * * * * * * * * * * * *

Sem comentários: