sexta-feira, 13 de julho de 2007

1130. Norte "melhor preparado" para combater fogos florestais

O secretário de Estado da Protecção Civil, Ascenso Simões, afirmou em Baltar, Paredes, que o Norte do país está este ano "melhor preparado" para combater os fogos florestais com a criação da "segunda coluna" de bombeiros a nível nacional.
A "segunda coluna" é um dispositivo operacional com 120 elementos, destinado ao combate aos grandes incêndios, formado por homens e viaturas das corporações de bombeiros dos distritos do Porto (dois grupos) e de Aveiro (um grupo).
Esta estrutura foi apresentada, pela primeira vez, no Centro de Meios Aéreos de Baltar, na presença de Ascenso Simões, e está desde já operacional, podendo ser accionada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil. "A criação da "segunda coluna" é uma mudança considerável em termos de recursos humanos e materiais para o Norte do país", referiu o secretário de Estado. Segundo Ascenso Simões, este dispositivo operacional "vai permitir aumentar a capacidade de intervenção na região Norte".
Segundo disse à Lusa fonte da protecção Civil, a "segunda coluna" - a primeira funcionou em 2006 para o centro do país com elementos das corporações da área de Lisboa - será accionada em casos muito graves de incêndios florestais, visando dar a resposta operacional adequada às grande ocorrências, sobretudo quando estiverem em risco áreas protegidas ou zona habitadas. O comando desta coluna é fixo, tendo sido pré-nomeados oito comandantes de corporações de bombeiros. Deste grupo, serão designados três deles por escala, um por cada grupo de bombeiros.
O distrito do Porto do Porto dispõe este ano, também pela primeira vez, de três equipas de GIPS (Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro), sedeadas em Baltar, onde também funciona o centro de meios aéreos. Uma das brigadas é heli-transportada (nove elementos), deslocando-se no próprio helicóptero de combate a incêndios, que tem por objectivo combater os fogos à nascença.
Devido ao atraso da entrega dos helicópteros pesados - que dispõem de carga de água de cinco mil litros em vez dos actuais 1.200 litros dos aparelhos mais pequenos - está estacionado em Baltar um aparelho médio em vez do russo Kamov, ainda em fase de certificação aeronáutica. O objectivo principal do GIPS é dar uma resposta "rápida e musculada", aos fogos nascentes, como referem os operacionais da protecção civil.
Teixeira Leite, comandante operacional no distrito do Porto, considerou que "se tem investido muito na vigilância" e esse é um factor, aliado às condições meteorológicas favoráveis, para a diminuição do número de ignições (ocorrências de fogos) no Verão deste ano. "A GNR vigia mas também fiscaliza o comportamento das pessoas", afirma o responsável do CDOS-Porto, numa alusão à diminuição dos actos de negligência, como as queimadas, que têm sido a causa de muitos incêndios.
Além do investimento nos grupos operacionais da GNR, o centro de meios aéreos de Baltar está a sofrer obras de ampliação e requalificação, que vão torná-lo no centro operacional para todo o Norte do país, a par com Viseu (para a região Centro) e Loulé(Sul).
Com o apoio da Câmara Municipal de Paredes, está a ser construída nova pista para dois a três helicópteros, estando prevista a construção de um hangar para recolha de aparelhos e manutenção numa segunda fase. Fonte da autarquia anunciou à Lusa que o investimento é de 600 mil euros na construção de duas plataformas, com sete mil metros quadrados cada, prevendo-se gastar mais 250 mil euros na construção do hangar. As pistas deverão ser pavimentadas em Agosto, estimando-se que o novo centro de meios aéreos fique operacional em Outubro.
Além do meio aéreo estacionado em Baltar, o distrito do Porto poderá ainda contar com o apoio de um helicóptero das associações florestais, posicionado em Valongo, e com os dois aviões médios estacionados na placa do aeródromo de Vila Real.
* * * * * * * * * * * * * *

Sem comentários: