sexta-feira, 6 de julho de 2007

1110. Saúde: Centros de saúde tórridos

Um total de 47 centros de saúde e respectivas extensões de localidades do Alentejo aguardam aprovação do Tribunal de Contas para avançarem com o projecto de climatização. Daí resulta que os aparelhos de ar condicionado possam não chegar a tempo de atenuar as altas temperaturas de um Verão que, segundo os cientistas, poderá ser o mais quente dos últimos anos.
Depois de nos últimos anos os hospitais do Alentejo e do Algarve terem suportado temperaturas elevadas devido ao intenso calor próprio do Verão e à falta de sistemas de climatização, problema entretanto controlado, com o último hospital – o de Évora – a concluir nas próximas semanas esse projecto, não é claro que tenha chegado a vez dos centros de saúde.
Segundo fonte da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA), as 47 unidades de saúde “não têm um sistema de climatização e podem ter, num ou noutro caso, um aparelho de ar condicionado. Por enquanto, aguardam o visto do Tribunal de Contas para se adjudicar a obra da instalação de um sistema de climatização em todas as unidades”.
AR FRESCO POR 1,5 MILHÕES - O projecto de dotar os centros de saúde e respectivas extensões de saúde do Alentejo, a região mais quente do Continente, com um sistema de climatização representa um investimento que ascende a 1,5 milhões de euros, repartidos entre fundos comunitários e o Orçamento do Estado. Segundo a ARSA, não foi possível avançar com a climatização dos centros de saúde em simultâneo com o desenrolar dos trabalhos nos hospitais da região por se tratar de “candidaturas diferentes”.
Assim, o tempo de espera pela aprovação do projecto e a duração das obras levam a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA) a admitir que muito provavelmente a climatização não chegará neste Verão. Por seu turno, a administração do Hospital do Espírito Santo de Évora mostra-se optimista quanto à conclusão das obras de instalação do sistema de climatização e afirma ao CM que essa infra-estrutura estará a funcionar em todos os serviços daquele estabelecimento a partir de sexta-feira, dia 15 de Junho.
Porém, a data avançada ao CM pela ARSA é outra: finais do mês de Julho. Segundo a administração do Hospital de Évora, a dificuldade em climatizar o hospital deveu-se ao facto de ser composto por quatro edifícios distintos. O edifício Espírito Santo é o último a ser climatizado e o que integra o maior número de serviços, designadamente os internamentos de cardiologia, obstetrícia, cirurgia, ortopedia, pediatria e ainda os blocos operatórios.
A climatização dos hospitais alentejanos foi alvo de peripécias rocambolescas que passaram pela não inclusão de verbas no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC).
2,1 MILHÕES PARA OS HOSPITAIS - Cerca de 2,1 milhões de euros de fundos provenientes da União Europeia e do Orçamento do Estado foram gastos na climatização dos dois hospitais da cidade de Portalegre – o Hospital Santa Luzia e o Hospital José Maria Grande, que compõem a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano – e ainda do Hospital do Espírito Santo de Évora, que deverá concluir os trabalhos o mais tardar em Julho.
Segundo o subdirector-geral da Saúde, José Robalo, o caso mais complicado foi o ocorrido em Évora, onde “teve de se fazer uma autêntica revolução” para efectuar as obras de climatização, que tiveram um custo que ascendeu a um milhão de euros. O mesmo responsável da Direcção-Geral de Saúde admite que pode haver “certos hospitais com alguns locais climatizados e outros não”.
ABRIGO NOS CENTROS - Segundo o Plano de Contingência, museus, cinemas, centros comunitários, bibliotecas e centros comerciais devem servir de abrigo quando as temperaturas estiverem muito altas. A localização dos abrigos deve ser transmitida à população e aos profissionais de Saúde.
AVISO DAS ARS - Este ano, ao contrário do que sucedeu nos anteriores, são as Administrações Regionais de Saúde (ARS) que decretam os alertas em caso de onda de calor, conforme as especificidades de cada região. Esses procedimentos não competem à Direcção-Geral da Saúde.
CONSEQUÊNCIAS - A exposição ao calor intenso constitui uma agressão para o organismo, que leva à desidratação, agravamento de doenças crónicas, esgotamento e, nos casos graves, à morte.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Sem comentários: