O gelo árctico atingiu a menor extensão já registada na história, e o degelo deverá persistir por pelo menos mais algumas semanas, informou o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos. "Hoje é um dia histórico", lamentou Mark Serreze, um pesquisador do centro.
"Este é o menor nível de gelo árctico já detectado por nós a partir dos dados de satélite e ainda falta um mês para terminar a temporada de degelo deste ano." O mais intrigante, prossegue o cientista, é que o derretimento está ocorrendo bem mais rápido do que previam os programas de computador elaborados especificamente para analisar modelos climáticos.
Há alguns anos, disse ele, a previsão era de que o derretimento total do gelo árctico ocorreria em algum verão entre os anos de 2070 e 2100. No ritmo actual, porém, isso poderia ocorrer já em 2030, assegurou.
"Ainda haveria gelo no Inverno, mas ele derreteria todo no verão", explicou. Em conversa por telefone, Serreze comentou que é "simplesmente impossível explicar o degelo como um processo meramente natural" apesar de haver variáveis naturais envolvidas.
"Trata-se de uma evidência muito forte de que estamos começando a ver um aquecimento provocado pelos gases causadores do efeito estufa", afirmou. Isso demonstra a influência da actividade humana sobre o gelo árctico.
As medições feitas por satélite mostraram que havia hoje 5,26 milhões de quilómetros quadrados de gelo no Árctico, abaixo do recorde de 5,32 milhões de quilómetros quadrados registrado em 21 de Setembro de 2005, informou a agência. Os dados indicam que o gelo árctico apresenta níveis particularmente baixos no leste da Sibéria e no Mar de Beaufort, ao norte do Alasca. O gelo no Arquipélago Árctico Canadense também está seriamente comprometido.
Na extremidade atlântica do Oceano Árctico, a camada de gelo não está muito abaixo do normal, mas ainda assim a camada é menor do que a de costume, prossegue o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo, cuja sede fica no Estado americano do Colorado.
A entidade faz parte do Instituto para Cooperação em Pesquisas em Ciências Ambientais da Universidade do Colorado. Ela recebe apoio da agência aeroespacial americana (NASA, por suas iniciais em inglês), da Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos e da Fundação Nacional de Ciência.Os cientistas fazem a monitorização do gelo Árctico desde a década de 1970, quando as imagens de satélite tornaram-se disponíveis.
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Fonte: Repórter Diário
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