O lançamento de 17 balões meteorológicos em Vila Real, com o objectivo de fornecer informações para estudo das elevadas concentrações de ozono registadas frequentemente na Serra do Alvão, foi adiado para Setembro. Margarida Correia Marques, coordenadora do projecto «Poluição atmosférica fotoquímica no Nordeste Transmontano: origem, transporte e poluição», disse que o lançamento dos balões, previsto para esta semana, foi adiado devido às condições meteorológicas desfavoráveis que se fazem sentir, nomeadamente vento e chuva.
O projecto teve início no ano passado através de investigadores de cinco instituições de Ensino Superior que decidiram estudar o motivo de a Serra do Alvão, zona sem fábricas e com pouco trânsito, registar frequentemente níveis elevados de ozono. “Vamos aguardar que o tempo melhore em Setembro e se verifiquem condições meteorológicas, como muito calor e pouco vento, idênticas às registadas aquando dos episódios de ozono”, salientou.
Acrescentou que, caso não se verifiquem as condições climatéricas necessárias, a iniciativa poderá ficar adiada para o próximo ano. Margarida Correia Marques referiu que serão largados 17 balões meteorológicos, que vão subir à altura de 30 quilómetros, numa iniciativa que conta com o apoio da delegação regional do Instituto de Meteorologia de Vila Real.
Segundo a responsável, seis dos 17 balões, que farão a mediação das várias variantes meteorológicas, tais como a temperatura, velocidade e direcção do vento, estão dotados de sensores de ozono. O objectivo é, de acordo com a investigadora, analisar a “modelação da produção e o transporte do ozono troposférico”.
Explicou que os balões meteorológicos, a ser lançados dois por dia, um durante o dia e outro à noite, estão equipados com sondas de ozono e rádios GPS para efectuar o envio das informações. “Acompanharemos o percurso dos balões até estes rebentarem à uma altura aproximada de 30 quilómetros”, disse.
Margarida Correia Marques referiu que os investigadores estão também a analisar a influência das brisas de montanha nas concentrações de ozono. Estas medições vão complementar os dados já recolhidos pelos investigadores, permitindo chegar a conclusões que expliquem os elevados níveis de ozono nestas zonas rurais.
O projecto junta cerca de três dezenas de investigadores e estudantes das universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real), Aveiro, Nova (Lisboa), Fernando Pessoa (Porto) e Instituto Politécnico de Bragança.
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Fonte: O Primeiro de Janeiro
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