domingo, 25 de novembro de 2007

1392. Carregal do Sal: Moradores contra a subestação da EDP

Moradores do lugar de Matilreira, no concelho de Carregal do Sal, contestam a construção de uma subestação da EDP em plena zona habitacional iniciada no Verão passado, por temerem problemas de saúde e ambientais. A primeira pedra foi lançada no final de Julho.
A obra deverá estar pronta a funcionar no início do próximo ano. “Quando regressei de férias já andavam com as obras, sem nunca terem dado uma explicação sobre o que pretendem fazer às sete famílias que vivem mesmo ao pé”, lamentou uma senhora, que mora há 16 anos em frente ao local onde está a ser construída a subestação.
Mãe de uma criança de dez anos, a senhora disse estar preocupada com a saúde da sua família e dos vizinhos. As informações que vai colhendo de forma não oficial também não a deixam descansada: “ouvi dizer que vão colocar a mesma potência que temos (15 kV [quilovolts]), mas também já me disseram que andaram a colocar postes de alta tensão aqui perto, não sei se terá ou não ligação”. “Deviam ter-nos dado uma satisfação, porque isto é uma zona residencial”, frisou.
O seu vizinho, que vive no local há duas décadas, também manifestou o desagrado com a situação. “Com tantos terrenos e vêm construir a subestação mesmo aqui ao lado das nossas casas? Não podemos ficar contentes”, afirmou o empreiteiro, que alude também ao facto de a zona “de certeza ir desvalorizar”.
Na placa colocada pela EDP à entrada do terreno pode ler-se “SE Carregal do Sal - solução 60-15 kV”. Segundo a EDP, a subestação receberá energia eléctrica a 60 kV, que transforma a 15 kV e depois distribui para quatro saídas, minimizando assim os problemas de abastecimento de energia.
As linhas de alta tensão são aquelas cuja tensão nominal é igual ou superior a 60 kV. Abaixo disso, são consideradas linhas de média tensão. Contactada pela Lusa, Maria Antónia Fonseca, do gabinete de comunicação e imagem da EDP, garantiu que a obra “foi licenciada” e está a ser construída num terreno que já foi comprado há várias décadas. “É uma obra considerada absolutamente indispensável para fazer face aos aumentos de consumo do concelho”, frisou, acrescentando que há muito era reivindicada pelo presidente da autarquia, Atílio Nunes.
O autarca assegurou que “não haverá aumento de potência” e considerou mesmo que as pessoas que vivem perto da subestação “até ficam mais seguras”. “Se vier uma trovoada e cair um raio, cai na subestação e não nas casas deles”, exemplificou. Segundo Atílio Nunes, “a entrada da linha em Carregal é de média tensão e não vão aumentar a potência, a única diferença é que vai ter equipamento para dividir a linha pelo concelho”. Realçou a importância desta subestação para o concelho, porque “recebia na Câmara constantemente queixas de empresários sobre quedas de tensão”, tendo, por isso, lutado “muitos anos” pela sua construção.
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