As alterações climáticas constituem um dos desafios globais mais sérios dos nossos tempos, representando uma ameaça crescente à saúde, contribuindo significativamente para as pressões que se exercem sobre os sistemas de saúde pública em todo o mundo, declarou o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, o angolano Luís Gomes Sambo.
Numa declaração emitida a propósito do Dia Mundial da Saúde, o médico lembra que a Convenção-Quadro sobre as Alterações Climáticas da ONU descreve o fenómeno como «alterações do clima que são atribuídas directa ou indirectamente à acção do homem, alterando a composição global da atmosfera, e que se juntam às variações climáticas naturais observáveis ao longo de períodos de tempo comparáveis». s alterações do clima e os efeitos que estas causam sobre o ambiente, disse, são agravadas pela emissão de gases de efeito de estufa, decorrentes do uso de combustíveis fósseis e formas de tecnologia prejudiciais. Por esta razão, adianta, o tema do Dia Mundial da Saúde para 2008 é «Proteger a saúde dos efeitos das alterações climáticas».
As alterações climáticas produzem numerosos efeitos muito graves que põem em perigo a vida das pessoas de vários modos. Fazem subir o nível das águas, aceleram a erosão das zonas costeiras, tornam as catástrofes naturais mais frequentes e intensas e aceleram o ritmo de extinção de espécies animais e vegetais, entre outras consequências devastadoras, refere a nota. Porém, adianta, o impacto das alterações climáticas sobre a saúde humana é ainda maior.
Há bases científicas para se pensar que o padrão de distribuição das epidemias está a mudar em função das alterações ambientais, disse o representante da OMS para a África. Na declaração ele refere que hipóteses científicas sugerem que as alterações climáticas contribuem para alterações da distribuição geográfica das doenças transmitidas por vectores, como o paludismo e as epidemias de meningite meningocócica, a febre do Rift Valley e a cólera em áreas anteriormente não afectadas. Por exemplo, a distribuição geográfica da meningite meningocócica parece estar a alastrar da sua faixa geográfica habitual para a região da África austral.
As doenças transmitidas por meio da água e epidemias de diarreia aguda são recorrentes nas áreas atingidas por inundações. As alterações climáticas contribuem em larga medida para as secas e inundações que ocorrem frequentemente e que afectam muito seriamente a produção alimentar, contribuindo assim para um agravamento do estado nutricional das populações de muitos países da região africana.
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Fonte: Jornal de Angola
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