terça-feira, 24 de junho de 2008

1850. Há 650 mil anos que não há tanto CO2 na atmosfera

Os níveis de concentração de dióxido de carbono na atmosfera atingiram o valor mais elevado dos últimos 650 mil anos. Cientistas alertam que as alterações climáticas podem estar a entrar fora de controlo.
A Terra pode estar a perder a capacidade natural de absorver CO2, principal responsável pelo aquecimento global. Os dados agora conhecidos foram revelados pelos cientistas do Observatório de Mauna Loa, no Hawai, que mede os níveis de dióxido de carbono na atmosfera desde 1958. Os últimos números dizem que os níveis atingiram um recorde e estão 40 por cento acima dos valores durante a Revolução Industrial.

Os valores de CO2 na atmosfera são agora de 387 partes por milhão (ppm), o que, afirmam os cientistas, confirmam que o dióxido de carbono está acumular na atmosfera mais depressa do que se pensava. O ano de 2007 foi o quarto consecutivo em que o aumento anual esteve acima dos 2 ppm – em 2007 foi de 2.14 ppm. De 1970 a 2000, o aumento anual de CO2 na atmosfera era de 1.5 ppm por ano.
De acordo com os cientistas do Observatório de Mauna Loa, a Terra está a perder as capacidades naturais para absorver o CO2. “Estamos agora a assistir a um momento chave na história das alterações climáticas e não são boas notícias”, disse ao jornal britânico Guardian Robin Oakley, responsável da Greenpeace. “A última vez que a atmosfera esteve ‘engasgada’ com CO2 os humanos não tinham evoluído como espécie”.
O observatório no Hawai é considerado um dos locais que congrega os dados mais fidedignos devido ao remoto local onde está instalado, no topo do vulcão Mauna Loa, longe de influências vegetais e actividade humana que possam confundir os sensores. Ficou bastante conhecido com o filme de Al Gore, “Uma Verdade Inconveniente”.
Alexandre Brito
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Fonte (Texto e imagens): RTP

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