O Governo moçambicano apontou hoje as "queimadas descontroladas", que destroem anualmente 219 mil hectares de floresta, como o principal desafio ao meio ambiente no país, defendendo a sensibilização da população para o fim dessa prática. O lema "Não às Queimadas Descontroladas, Reduza a Pobreza" foi escolhido pelo executivo moçambicano para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, que hoje se celebra, e surge escrito nas principais artérias de Maputo em enormes faixas brancas.
Falando a propósito deste dia, a vice-ministra para a Coordenação da Acção Ambiental, Ana Chichava, referiu que "em Moçambique a acção do Homem é a principal causa da degradação ambiental", como demonstram as "queimadas descontroladas" que assolam o país, maioritariamente feitas por camponeses durante a abertura de novos campos para a agricultura. Para exemplificar a dimensão dos danos provocados por essa prática, Ana Chichava disse que cerca de 498 mil cajueiros tinham sido queimados só no primeiro semestre de 2007, originando um prejuízo de cerca de 650 mil euros.
Além de prejudicar o ambiente, as queimadas descontroladas têm também causado a perda de vidas humanas e a destruição de casas, afirmou Ana Chichava. Para inverter a situação, as autoridades apostam na sensibilização das comunidades sobre os perigos do recurso às queimadas descontroladas e à mobilização das escolas para a prática de acções de preservação do ambiente, assinalou Chichava.
"Preservando o ambiente, as comunidades estarão elas próprias a contribuir para o sucesso da luta que se trava contra a pobreza no país", enfatizou a vice-ministra da Coordenação da Acção Ambiental. As iniciativas de conservação ambiental nas escolas têm consistido essencialmente em programas de plantação de árvores e a inclusão de conteúdos sobre este tema nos currículos.
De acordo com os resultados do Inventário Florestal Nacional, a taxa média anual de desflorestação em Moçambique é de 0,58 por cento. O estudo aponta ainda como causas da desflorestação a "agricultura inapropriada" e a "elevada procura de combustível lenhoso".
O lema escolhido pelo Governo para evocar o Dia Mundial do Ambiente merece a concordância da directora da principal organização ambientalista moçambicana, a Justiça Ambiental. Apesar de reconhecer "pertinência" ao tema, Madalena Lemos aponta, no entanto, que "outros elementos concorrem para a degradação do ambiente" em Moçambique, nomeadamente as "ilegalidades que ocorrem no corte de madeira".
O assunto do abate clandestino e indiscriminado de madeira levado a cabo por empresas chinesas tem sido recorrentemente noticiado pela imprensa e apontado por organizações ambientais como uma das causas da desflorestação no país. Nos principais portos do país têm também sido apreendidas com regularidade quantidades significativas de madeira em toros (que, por não ser processada localmente, não traz qualquer benefício para a indústria local ou para a população), abatidos ilegalmente por empresas chinesas.
Em Outubro do ano passado, por exemplo, as autoridades da província de Nampula (norte) anunciaram a apreensão de 531 contentores com 11 mil metros cúbicos de madeira avaliados em 3,5 milhões de euros, que iam ser ilegalmente exportados para a China (a exportação de madeira em toros é proibida em Moçambique). A carga já tinha passado todos os controlos, nomeadamente os serviços de Alfândegas e da Agricultura.
"Não basta reconhecer o problema, o governo tem que agir mais rápido porque se a continuar assim não teremos floresta em Moçambique daqui a cinco anos", frisou a ambientalista, que calculou em "46 campos de futebol" a área de floresta que é perdida diariamente no país.
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Fonte: Agência LUSA
Falando a propósito deste dia, a vice-ministra para a Coordenação da Acção Ambiental, Ana Chichava, referiu que "em Moçambique a acção do Homem é a principal causa da degradação ambiental", como demonstram as "queimadas descontroladas" que assolam o país, maioritariamente feitas por camponeses durante a abertura de novos campos para a agricultura. Para exemplificar a dimensão dos danos provocados por essa prática, Ana Chichava disse que cerca de 498 mil cajueiros tinham sido queimados só no primeiro semestre de 2007, originando um prejuízo de cerca de 650 mil euros.
Além de prejudicar o ambiente, as queimadas descontroladas têm também causado a perda de vidas humanas e a destruição de casas, afirmou Ana Chichava. Para inverter a situação, as autoridades apostam na sensibilização das comunidades sobre os perigos do recurso às queimadas descontroladas e à mobilização das escolas para a prática de acções de preservação do ambiente, assinalou Chichava.
"Preservando o ambiente, as comunidades estarão elas próprias a contribuir para o sucesso da luta que se trava contra a pobreza no país", enfatizou a vice-ministra da Coordenação da Acção Ambiental. As iniciativas de conservação ambiental nas escolas têm consistido essencialmente em programas de plantação de árvores e a inclusão de conteúdos sobre este tema nos currículos.
De acordo com os resultados do Inventário Florestal Nacional, a taxa média anual de desflorestação em Moçambique é de 0,58 por cento. O estudo aponta ainda como causas da desflorestação a "agricultura inapropriada" e a "elevada procura de combustível lenhoso".
O lema escolhido pelo Governo para evocar o Dia Mundial do Ambiente merece a concordância da directora da principal organização ambientalista moçambicana, a Justiça Ambiental. Apesar de reconhecer "pertinência" ao tema, Madalena Lemos aponta, no entanto, que "outros elementos concorrem para a degradação do ambiente" em Moçambique, nomeadamente as "ilegalidades que ocorrem no corte de madeira".
O assunto do abate clandestino e indiscriminado de madeira levado a cabo por empresas chinesas tem sido recorrentemente noticiado pela imprensa e apontado por organizações ambientais como uma das causas da desflorestação no país. Nos principais portos do país têm também sido apreendidas com regularidade quantidades significativas de madeira em toros (que, por não ser processada localmente, não traz qualquer benefício para a indústria local ou para a população), abatidos ilegalmente por empresas chinesas.
Em Outubro do ano passado, por exemplo, as autoridades da província de Nampula (norte) anunciaram a apreensão de 531 contentores com 11 mil metros cúbicos de madeira avaliados em 3,5 milhões de euros, que iam ser ilegalmente exportados para a China (a exportação de madeira em toros é proibida em Moçambique). A carga já tinha passado todos os controlos, nomeadamente os serviços de Alfândegas e da Agricultura.
"Não basta reconhecer o problema, o governo tem que agir mais rápido porque se a continuar assim não teremos floresta em Moçambique daqui a cinco anos", frisou a ambientalista, que calculou em "46 campos de futebol" a área de floresta que é perdida diariamente no país.
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