quarta-feira, 23 de julho de 2008

1911. A crise mundial dos alimentos e o mercado capitalista (Parte 8)

Conclusão
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A escala dos desafios que enfrenta a agricultura mundial, e as dimensões da crise inflacionária que já se lançou sobre a população mundial apesar do pleno suprimento de alimentos, marcam a irracionalidade do capitalismo global.
Divididos como estão entre os interesses de lucro de diferentes corporações e países, os capitalistas responsáveis pela construção de políticas não são capazes de planear, racional e coerentemente, a economia mundial e a agricultura para encarar esses desafios. Em vez disso, eles observam a destruição ou degradação de imensos recursos produtivos.
Essas contradições básicas são agora exacerbadas e levadas a um ponto de crise pelo estouro da bolha de crédito dos EUA e a subida nos preços do petróleo. Apesar da necessidade humana elementar por comida financeiramente acessível, a resposta da burguesia mundial tem sido utilizar a crise dos preços como uma fonte de lucros através da especulação, contrabando ou organização de cartéis nacionais.
A onda de greves e manifestações com as quais a classe trabalhadora internacional tem respondido à explosão dos preços dos alimentos testemunha sobre a sua unidade objectiva, em oposição às forças do mercado mundial.
À perplexidade e medidas simbólicas dos governos capitalistas e agências dominadas pelo imperialismo, como a ONU, a classe trabalhadora deve contrapor a perspectiva revolucionária do socialismo internacional. A força social que é unicamente capaz de resolver a crise sobre uma base humana e progressista é a classe trabalhadora internacional, com a unificação por trás dela do campesinato e de todas as outras camadas sociais oprimidas.
A tarefa histórica posta diante da classe trabalhadora é a da reorganização da economia mundial numa base internacional, superando o conflito entre produção a globalizada e o sistema do estado-nação, e a substituição do princípio do lucro por uma produção cientificamente planeada para o bem social, sobre a base da propriedade comum dos meios de produção, controlados democraticamente pela população trabalhadora.
Alex Lantier
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