A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai explicar a 16 de Setembro, quais as razões por que a região de Vila Real, em especial a serra do Alvão, apresenta alguns dos mais elevados níveis de ozono não só de Portugal, mas da Europa. A professora Margarida Correia Marques, da UTAD, disse hoje à Lusa que "importa saber porque é que se registam estes valores tão elevados numa zona que está longe de qualquer cidade e da poluição urbana e está integrada numa zona de montanha e no interior de um parque natural, o Parque Natural do Alvão".
A professora universitária referiu que o estudo, realizado em colaboração com o Instituto de Meteorologia, "efectuou, durante vários dias, lançamentos de balões meteorológicos a fim de avaliar as concentrações de ozono à superfície e em altitude".
Margarida Marques referiu que os dados recolhidos estão agora a ser analisados pela equipa de cientistas reunida para este projecto, devendo as conclusões ser divulgadas ao público num seminário a realizar na UTAD, em Vila Real, a 16 de Setembro.
Estas medições, pioneiras no Nordeste Transmontano, decorreram de 02 a 06 de Agosto, em diferentes horas do dia, nos períodos diurno e nocturno, no Centro de Coordenação de Vila Real do Instituto de Meteorologia.
Com estes resultados será possível perceber a contribuição do transporte do ozono da estratosfera para a troposfera (intrusões estratosféricas) nas elevadas concentrações do ozono de superfície que se têm verificado em Lamas d`Olo, no Parque Natural do Alvão.
Este poluente, que se designa como ozono de superfície ou troposférico, pode causar tosse, dor de peito, dificuldade de respirar e irritação dos olhos, nariz e garganta e, não deve ser confundido com o ozono presente na estratosfera que tem um papel vital na filtragem dos raios solares ultravioleta prejudiciais.
Participaram também no projecto a Universidade de Aveiro, a Universidade Nova de Lisboa, o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade Fernando Pessoa e ainda a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto de Meteorologia e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).
Adicionalmente, pretendeu avaliar se para a região em estudo existe um potencial significativo de redução de risco, da duração ou da gravidade das excedências dos limiares de alerta aplicáveis ao ozono.
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Fonte: Agência LUSA
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