No passado dia 9 de Maio, sábado, foi relatada a ocorrência de um fenómeno pouco reportado e documentado no território nacional, na zona de Coruche, Ribatejo.
Das observações efectuadas com o radar Doppler de Coruche/Cruz do Leão (C/CL), estações de superfície (Coruche e Alvega) e aerológicas (radiossondagem de Lisboa, 12UTC) e dos elementos apurados pela consulta de fotos e filme a que tivémos acesso (fonte: MeteoAlerta) e de uma descrição, foi possível concluir que:
Das observações efectuadas com o radar Doppler de Coruche/Cruz do Leão (C/CL), estações de superfície (Coruche e Alvega) e aerológicas (radiossondagem de Lisboa, 12UTC) e dos elementos apurados pela consulta de fotos e filme a que tivémos acesso (fonte: MeteoAlerta) e de uma descrição, foi possível concluir que:
a) parte da Estremadura, Ribatejo e Alto Alentejo foram afectados por uma perturbação convectiva de mesoescala, organizada linearmente, com uma frente de rajada associada, já observável com o radar de C/CL pelas 14:30UTC;
b) a referida frente de rajada intensificou-se pelas 15UTC, provavelmente devido à ocorrência de um microburst entre as 14:50 e as 15:10 UTC;
c) na sequência da sua intensificação, pelo escoamento de outflow imposto pelo referido microburst, a circulação de tipo vórtice de eixo horizontal, habitual neste tipo de fenómenos, tornou-se mais forte e começou a ser suficiente para manter na sua circulação detritos de solo, que a tornaram particularmente visível;
d) observações de superfície evidenciam rajadas da ordem de 75Km/h à passagem da frente de rajada pela estação de Coruche;
e) uma análise do campo Doppler tridimensional obtido com o referido radar, permite observar a progressão do referido outflow, com frente de rajada na dianteira e reconhecimento da estrutura de circulação contornante associada; no entanto, por se tratar de fenómenos de muito reduzida escala espacial, não foi possível identificar com radar a circulação que se tornou observável na zona por algumas pessoas.
f) por vezes, neste tipo de fenómeno, é observada a presença de vórtices de eixo vertical relativamente intensos, de aspecto similar à dos dust devil (embora de génese distinta), habitualmente designados por gustnado. No presente caso, no entanto, as fotos, filme e descrições recolhidas, não permitiram evidenciar esse tipo de fenómeno.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Fonte: Instituto de Meteorologia
Vídeos: MeteoAlerta
Postagem deste Blogue do dia 9 de Maio
Sem comentários:
Enviar um comentário