quarta-feira, 20 de maio de 2009

2425. Ministro alemão critica proposta americana de redução de emissões

Convocada pelo presidente Obama, a conferência internacional sobre o clima marcou uma mudança dos EUA na política climática. Para o ministro alemão, porém, as propostas norte-americanas ainda deixam muito a desejar.
O discurso da secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, deixou claro que, após anos de política de bloqueio, os Estados Unidos decidiram participar da luta mundial contra a mudança do clima. Após o discurso de Clinton, o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, saudou a nova política norte-americana. Em comparação com o governo Bush, a administração de Obama assumiu uma posição completamente nova quanto à protecção do meio ambiente, apontou Gabriel em Washington.
O ministro afirmou, todavia, que as medidas planeadas pelos EUA para reduzir a sua emissão de gases do efeito estufa ainda ficam aquém das pretensões europeias. Em matéria de combate às mudanças climáticas, americanos e europeus viveriam "em dois mundos diferentes", afirmou o ministro alemão.
O encontro sobre energia e clima contou com a participação de representantes de 17 países industrializados e de países emergentes, como o Brasil, Rússia, China e África do Sul. Juntas, as nações presentes em Washington são responsáveis por 76% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa.
Plano de acção significativo - A secretária de Estado norte-americana conclamou à comunidade internacional um plano de acção para reduzir as emissões gases-estufa. Clinton assegurou que a protecção ao clima é um ponto central da política de Relações Exteriores de Washington.
No seu discurso, a secretária de Estado alertou que as mudanças climáticas são um perigo real para o mundo, requerendo medidas imediatas. Clinton garantiu que o presidente Obama e seu gabinete estão preparados para assumir esta tarefa.
Para Gabriel, que foi recebido de surpresa para uma curta conversa com o presidente Obama, esta é a primeira oportunidade de travar "negociações substanciais". Pela primeira vez, os EUA estariam dispostos a assinar acordos internacionais, comprometendo-se a reduzir a emissão de gases-estufa. "O clima e o clima de negociações mudaram completamente", acresceu Gabriel.
Proposta de redução americana muito aquém da europeia - O novo governo dos Estados Unidos quer distinguir-se da administração de George W. Bush, que se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto para a protecção do clima. No entanto, apesar do clima de optimismo em Washington, o ministro Gabriel afirmou que ainda há muito a se fazer nos próximos sete meses, até a conferência mundial sobre o clima, a ser realizada em Copenhaga, na Dinamarca, em Dezembro próximo.
O fórum sobre energia e clima em Washington funcionou como preparação da cúpula de Copenhaga, que deverá debater o acordo sucessor do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
"Até quanto as nações industrializadas estão dispostas a reduzir as emissões de gases do efeito estufa? A ciência nos diz que seria necessária uma redução de 25% a 40%. A sugestão norte-americana está muito aquém disso", afirmou Gabriel.
Com vista à cúpula mundial sobre o clima em Copenhaga, os Estados Unidos propuseram uma redução de 20% das emissões de gases poluentes até 2020, tomando como base o ano de 2005. A proposta da União Europeia é de reduzir pelo menos 20% até 2020, tendo como referência as emissões registadas no ano de 1990.
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