O presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) alertou, em Coimbra, para os riscos e ameaças do aquecimento global, considerando que 'o único planeamento de emergência' que se pode elaborar se baseia 'essencialmente na prevenção'. Na conferência que proferiu na sessão de abertura do V Encontro Nacional e I Congresso Internacional dos Riscos, o major-general Arnaldo Cruz referiu que 'as consequências deste aquecimento e suas causas estão já bastante bem identificadas e constituem uma preocupação sentida por quase todos os decisores do planeta'.
'Os riscos já estão detectados. O único planeamento de emergência que poderemos elaborar baseia-se essencialmente na prevenção. Na certeza, porém, de que se nada mais, muito mais, for feito, não haverá protecção civil que nos valha', advertiu o presidente da ANPC. O geógrafo Luciano Lourenço, presidente da comissão organizadora do congresso, relativizou as preocupações manifestadas por Arnaldo Cruz sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas, considerando que o fenómeno 'não é linear' e que tem de ser analisado à escala local. 'O clima muda devagarinho ao longo da história da Terra, o contributo do Homem funciona pontualmente, o aquecimento não ocorre a nível global, mas nas cidades, à escala local', disse o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), em declarações aos jornalistas no final da sessão.
Para o investigador, é fundamental uma análise científica, 'tecnicamente correcta', do risco. Ao intervir na mesma sessão, o presidente do conselho directivo da FLUC, Carlos André, considerou que, face à imprevisibilidade dos riscos, 'só há uma solução, a prevenção, que requer estudo e reflexão'.
Na sessão de abertura do evento, iniciativa da Riscos – Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, foi também apresentado o número 15 da revista 'Territorium' pelo seu director, Fernando Rebelo. O V Encontro Nacional/I Congresso Internacional dos Riscos decorreu no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra e compreendeu uma visita de estudo.
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Fonte: Correio do Minho
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