sábado, 20 de março de 2010

2916. As estações do ano


O astrónomo polaco Nicolau Copérnico (1473-1543) propôs, após muitos cálculos e muitas observações, que o Sol não gira em torno da Terra, mas sim o contrário. O movimento do nosso planeta em torno do astro rei dura um ano, recebe o nome de movimento de translação e a sua principal consequência é a mudança das estações do ano.
O movimento dos astros no céu ajudou desde sempre o homem a marcar a passagem do tempo. O intervalo entre dois nasceres do Sol, por exemplo, foi adoptado como uma unidade de tempo chamada 'dia'. Actualmente, dividimos o dia em 24 horas, cada hora é dividida em 60 minutos e cada minuto, em 60 segundos.
A Lua também colaborou com a contagem do tempo. Os meses de hoje têm em média 30 dias provavelmente porque a Lua leva cerca de 29,5306 dias para completar as suas quatro fases: Lua Nova, Quarto Crescente, Lua Cheia e Quarto Minguante. O período de tempo compreendido entre duas Luas Novas consecutivas é chamado de 'lunação'.
Da mesma forma, o tempo correspondente a um ano está relacionado com o movimento dos astros. Um ano é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol. Sabe-se, hoje, que demora exactamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Até que se chegasse a números tão precisos, foi necessário ajustar o calendário
algumas vezes ao longo do tempo.
Mesmo antes de o homem conhecer o movimento da Terra em torno do Sol, os primeiros povos que se dedicavam principalmente à agricultura já se tinham apercebido que o clima no nosso planeta tinha quatro fases distintas e que elas se repetiam após um certo período de tempo, o ano. As fases do clima são conhecidas como as Estações do Ano.
Foi no período do Império Romano - do século I ao século IV - que as Estações foram baptizadas como Primavera, Verão, Outono e Inverno. Os nomes derivam do latim Primo Vere, que significa "no começo do Verão", Veranum, Autumno e Hybernus. Durante o Verão, os dias são mais quentes e mais longos. No inverno, acontece o contrário.
As estações do ano ocorrem porque o eixo de rotação da Terra está inclinado relativamente ao plano da sua órbita. Esta inclinação, como a figura seguinte mostra, é constante ao longo do ano, pelo que a posição dos dois hemisférios relativamente ao Sol muda à medida que o ano passa.


· Na posição 1 estamos a 21 Dezembro, no solstício de Dezembro, e nesta data o hemisfério Norte tem o dia de menor exposição solar e o hemisfério Sul o seu dia mais longo. Como mostra a figura, nesta altura do ano, o hemisfério Sul, no seu Verão, recebe a luz do Sol mais directamente do que o hemisfério Norte. Este por outro lado, no seu Inverno, recebe os raios solares com uma maior inclinação média relativamente à superfície da Terra.
· À medida que avançamos no ano, passamos pela posição 2, o equinócio de Março, a 20 de Março. Nesse dia o dia e a noite têm exactamente a mesma duração.
· Na posição 3, estamos a 21 de Junho, no solstício de Junho, e repare-se como agora é o hemisfério Norte que recebe a radiação solar mais directamente e tem o dia mais longo do ano. Nesta posição é Inverno no hemisfério Sul e Verão no hemisfério Norte.
· Por último na posição 4 estamos a 22 de Setembro (ou 21, se o ano for bissexto), no equinócio de Setembro, onde o dia e a noite tornam a ter a mesma duração.
Desta maneira podemos compreender porque é que nas regiões do equador não existem estações do ano.
Qualquer planeta cujo eixo tenha uma obliquidade diferente de 0 exibe estações do ano. Estas podem produzir maiores ou menores contrastes no clima do planeta ao longo do ano conforme o valor desta inclinação. Por exemplo, na Terra as eras glaciares são provocadas pelo ligeiro aumento da sua obliquidade o que nos diz da importância deste parâmetro nas condições que esperamos encontrar em cada planeta que estudamos.

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Fonte (Textos e imagens): Malhatlântica e PRISMA

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