quarta-feira, 28 de abril de 2010

2966. Investigador português nos EUA lidera projecto inovador de monitorização da costa

Um projecto inovador do centro norte-americano de Ciência e Tecnologia para a Observação de Margens Costeiras, liderado pelo português António Baptista, pretende acompanhar em tempo real o comportamento, cada vez mais imprevisível, dos ecossistemas costeiros.
“O Centro foi criado com a premissa de que há hoje uma necessidade chave de ter melhor conhecimento das zonas costeiras e de poder tê-la disponível de forma útil. Mas envolve uma série complicada de desafios”, disse Baptista em entrevista à Lusa. Sobretudo, afirma o professor da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, as alterações climáticas e a acção humana sobre os ecossistemas costeiros faz com que hoje estes se comportem de uma maneira que os cientistas têm dificuldade em perceber.
A resposta pode passar pelo desenvolvimento de processos científicos para zonas costeiras com base num novo tipo de tecnologias, chamadas “collaboratories”. Estas permitem que as observações feitas no terreno sejam disponibilizadas em tempo real aos investigadores e grupos envolvidos, através de uma central de transmissão de dados.
“A integração de sensores, modelos computacionais e tecnologias de informação e pessoas é um conceito que tem estado a ganhar força. Temos sido pioneiros no meu centro, que mantém colaborações com diversas universidades, vários parceiros académicos, empresariais e do próprio Estado” norte-americano. O rio Columbia, o maior do noroeste dos Estados Unidos, que faz a fronteira entre estados de Washington e Oregon e desagua no Oceano Pacífico, tem sido cenário de pesquisas.
A equipa de António Baptista dispõe de um sistema piloto com estações de observação que recolhem informação em tempo real sobre níveis, correntes e mesmo de nutrientes ou quantidade de carbono, “indicadores de mudança profunda das zonas costeiras”. Têm sido diversos os fenómenos atípicos registados na área: desde o declínio dos cardumes de salmão ao aparecimento de chocos, que acabaram por entrar temporariamente na dieta dos ursos.
“Foi surpreendente do ponto de vista dos ecossistemas. Até há 10 anos não se viam chocos nestas paragens”, afirma Baptista. “Todos estes processos têm de ser estudados para permitir antecipar em vez de reagir”, afirma.
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Fonte (Texto e imagem): PÚBLICO

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