sábado, 15 de maio de 2010

2982. Derrame de petróleo no Golfo do México pode ser 14 vezes maior que o estimado

A quantidade de petróleo que vaza no Golfo do México de uma plataforma que se afundou em Abril, matando 11 pessoas, pode ser 14 vezes maior que as estimativas iniciais. O alerta de especialistas coincidiu com a dura crítica do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, às petrolíferas e agências reguladoras do sector. Obama referiu-se ao comparecimento no Congresso dos responsáveis pelas petrolíferas envolvidas no caso - a British Petroleum (BP), a Transocean e a Halliburton - como um "espectáculo ridículo" e prometeu pôr fim à "cómoda relação" entre as companhias petrolíferas e os organismos oficiais reguladores.
Obama reuniu-se ontem com a equipe governamental responsável por cessar o derrame de petróleo no Golfo do México. Depois, discursou no jardim da Casa Branca. O presidente americano advertiu que a situação pode tornar-se "catastrófica" e declarou-se frustrado com o comportamento das empresas.
"Não tolerarei mais irresponsabilidade ou que a culpa seja jogada nos outros", disse. Obama afirmou que o governo também compartilha parte da culpa pelo desastre, por ter tolerado durante muito tempo a "cómoda relação" entre as petrolíferas e os organismos reguladores. Essa relação permitiu que as companhias petrolíferas recebessem autorização para perfurar sem as garantias necessárias, baseando-se apenas nas promessas de utilizarem métodos seguros. A partir de agora, a norma será "confiar, mas comprovar".
Nos dias que se seguiram ao início do desastre, o governo americano chegou a ser acusado de lentidão na reacção para conter o desastre ecológico. Catorze vezes maior. Steven Wereley, professor de engenharia mecânica da Universidade Purdue, disse à Rádio Nacional Pública que o acidente faz vazar uma quantidade de petróleo 14 vezes maior que a estimativa oficial - 800 mil litros diários. Wereley analisou o petróleo depositado no solo marinho, usando uma técnica chamada velocimetria de imagem de partículas, que rastreia partículas e calcula a velocidade com que se movem.
Outro pesquisador, Timothy Crone, do Observatório Terrestre Lamont-Dohorty, da Universidade Columbia, analisou a mancha submarina de petróleo usando um método diferente, mas tirou conclusões quantitativas similares. E Eugene Chiang, professor de astrofísica na Universidade da Califórnia em Berkeley, também deu a mesma resposta às perguntas da rádio, usando só papel e lápis.Por sua vez, o oceanógrafo da Universidade Estadual da Florida, Ian R. MacDonald, analisou a maré negra recorrendo a imagens de satélite e declarou ao jornal The New York Times que os seus cálculos sugeriam que a mancha sobre o Golfo do México podia ser "facilmente" cinco vezes maior que o estimado inicialmente.
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Fonte: Estadão

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