quarta-feira, 2 de março de 2011

3407. Barragem do Tua representa investimento de 305 milhões de euros

A barragem de Foz Tua, que começou a ser construída em Trás-os-Montes, envolve um investimento de 305 milhões de euros, vai criar quatro mil postos de trabalho directos e indirectos e deverá começar a produzir energia em 2015. Os dados são da EDP, a concessionária do empreendimento adjudicado ao agrupamento de empresas Mota-Engil/Somague/MSF, que deverá ter a obra concluída em quatro anos.
A barragem situa-se no troço inferior do rio Tua, na confluência dos concelhos de Carrazeda de Ansiães e Alijó, próximo do rio Douro, abrangendo os concelhos de Alijó e Murça, no Distrito de Vila Real, e Mirandela, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor, no distrito de Bragança.
O paredão em betão do tipo abóbada de dupla curvatura terá 108 metros de altura máxima e 275 metros de desenvolvimento de coroamento, a cerca de um quilómetro da foz do rio Tua. Dispõe ainda de um descarregador de cheias inserido no corpo da barragem equipado com comportas, de uma descarga de fundo e de um dispositivo para libertação de caudal ecológico. A central da barragem será subterrânea em poço, localizada na margem direita, cerca de 500 metros a jusante da barragem, com um edifício de descarga e comando situado à superfície. A sua localização ficará a montante do encontro direito da ponte rodoviária Edgar Cardoso, que liga os concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães e simultaneamente os dois distritos.
A empreitada contempla ainda um circuito hidráulico subterrâneo, na margem direita, com uma extensão de 700 metros, constituído por dois túneis independentes. A barragem terá ainda uma subestação compacta para ligação à rede nacional de transporte e o projecto inclui também a construção das estradas de acesso ao coroamento pela margem direita do rio, às tomadas de água, ao cais fluvial e aos bocais da restituição.
A barragem de Foz Tua faz parte do Plano Nacional de Barragens e dos 12 projectos de expansão hídrica da EDP que totalizam 3500 MW e implicam um reforço de capacidade de 76 por cento face ao actual parque hidroeléctrico do grupo. Estes projectos totalizam, segundo a EDP, investimento próximos de 3,2 milhões de euros, gerando cerca de 35 mil postos de trabalho directos e indirectos a nível nacional.
A barragem de Foz Tua vai ter mil pessoas a trabalhar no pico da obra, mas implicará a criação de um total de quatro mil postos de trabalho ao longo dos próximos cinco anos. O projecto implicou a desactivação da linha do Tua, entre a barragem e a estação da Brunheda, e como contrapartida, a EDP desenvolveu com os parceiros locais um projecto de mobilidade com um sistema multimodal, que será implementado com dois sistemas complementares, um destinado à mobilidade quotidiana e outro com finalidade turística. O projecto implicará um investimento global de 35 milhões de euros para os quais a EDP contribuíra com um montante máximo de 10 milhões destinados à beneficiação do que restará dos cerca de 60 quilómetros da linha do Tua, já que 16 quilómetros ficarão submersos pela albufeira.
As intervenções previstas destinam-se à utilização do troço de via-férrea entre a estação do Tua e a base da barragem, à construção de um funicular entre a base e o coroamento, ao transporte fluvial entre a barragem e a Brunheda, com a construção de embarcadouros e à qualificação do que resta da linha entre a Brunheda e Mirandela. Este sistema deverá ser explorado em regime de concessão e será desenvolvido pela Sociedade de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, uma nova entidade com a participação dos municípios, criada para aproveitar as oportunidades em torno da barragem e concretizar projectos estruturantes para a região.
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Fonte (Texto e imagem): PÚBLICO

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