O parlamento alemão aprovou, por ampla maioria, o encerramento gradual, até 2022, de todas as centrais nucleares, mais de 30 anos depois dos primeiros protestos no país contra a energia atómica. A decisão, sem precedentes a nível europeu, não foi concertada com os parceiros comunitários, e mereceu críticas sobretudo por parte da França, que tenciona manter as suas 56 centrais nucleares em actividade, e teme lacunas no abastecimento da sua rede eléctrica, que permuta regularmente energia com a vizinha Alemanha.
A proposta de lei do governo, que o ministro do ambiente, Norbert Röttgen, considerou “um sinal histórico”, foi votada favoravelmente por quase todos os partidos representados no hemiciclo, incluindo os Verdes, força política que emergiu do forte movimento cívico contra a energia nuclear, nos anos oitenta. Ambientalistas e social-democratas (SPD) anunciaram, no entanto, que votarão contra alguns diplomas do executivo destinados a promover, paralelamente, a exploração de energias renováveis, por considerarem insuficientes as medidas previstas.
Sigmar Gabriel, presidente do SPD, aproveitou para um ajuste de contas com a chanceler Angela Merkel, e exigiu mesmo a dissolução do governo de coligação e eleições antecipadas, acusando democratas cristãos e liberais de praticarem uma “política de pára e arranca”. Simultaneamente, porém, o líder do maior partido da oposição reiterou o apoio do SPD à renúncia à energia nuclear. Só os comunistas renovadores do Die Linke votaram contra o diploma para encerrar todos os reactores até 2022, alegando que, tecnicamente, seria possível fazê-lo até 2014, “para se tirarem as devidas lições de Fukushima”.
A decisão do executivo de Angela Merkel de antecipar o encerramento dos 17 reactores alemães, oito dos quais até ao fim deste ano, foi tomada precisamente após a tragédia ocorrida em Março, no Japão, onde explodiram três reactores, dando lugar a uma fusão nuclear, após um sismo de grande intensidade e um tsunami que danificaram seriamente as instalações da central de Fukushima. A chanceler anunciou então uma moratória de três meses no funcionamento das centrais nucleares alemãs, para reavaliar as suas condições de segurança. Expirado este prazo, o executivo propôs antecipar o encerramento de todas as centrais, que ainda em Setembro tinha prorrogado, em média, por mais 12 anos – o que significaria o fecho da última central para além de 2040 –, revogando uma decisão tomada há 10 anos pelo anterior governo de sociais democratas e Verdes.
A fim de compensar a renúncia à energia nuclear, que representa 23 por cento do total da energia produzida na Alemanha, as redes de abastecimento serão alargadas, e a exploração de fontes de energias renováveis e energias fósseis será intensificada. Haverá ainda um programa financiado com 1,2 mil milhões de euros, para melhorar o isolamento térmico de edifícios e poupar energia.
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Fonte: Destak
A proposta de lei do governo, que o ministro do ambiente, Norbert Röttgen, considerou “um sinal histórico”, foi votada favoravelmente por quase todos os partidos representados no hemiciclo, incluindo os Verdes, força política que emergiu do forte movimento cívico contra a energia nuclear, nos anos oitenta. Ambientalistas e social-democratas (SPD) anunciaram, no entanto, que votarão contra alguns diplomas do executivo destinados a promover, paralelamente, a exploração de energias renováveis, por considerarem insuficientes as medidas previstas.
Sigmar Gabriel, presidente do SPD, aproveitou para um ajuste de contas com a chanceler Angela Merkel, e exigiu mesmo a dissolução do governo de coligação e eleições antecipadas, acusando democratas cristãos e liberais de praticarem uma “política de pára e arranca”. Simultaneamente, porém, o líder do maior partido da oposição reiterou o apoio do SPD à renúncia à energia nuclear. Só os comunistas renovadores do Die Linke votaram contra o diploma para encerrar todos os reactores até 2022, alegando que, tecnicamente, seria possível fazê-lo até 2014, “para se tirarem as devidas lições de Fukushima”.
A decisão do executivo de Angela Merkel de antecipar o encerramento dos 17 reactores alemães, oito dos quais até ao fim deste ano, foi tomada precisamente após a tragédia ocorrida em Março, no Japão, onde explodiram três reactores, dando lugar a uma fusão nuclear, após um sismo de grande intensidade e um tsunami que danificaram seriamente as instalações da central de Fukushima. A chanceler anunciou então uma moratória de três meses no funcionamento das centrais nucleares alemãs, para reavaliar as suas condições de segurança. Expirado este prazo, o executivo propôs antecipar o encerramento de todas as centrais, que ainda em Setembro tinha prorrogado, em média, por mais 12 anos – o que significaria o fecho da última central para além de 2040 –, revogando uma decisão tomada há 10 anos pelo anterior governo de sociais democratas e Verdes.
A fim de compensar a renúncia à energia nuclear, que representa 23 por cento do total da energia produzida na Alemanha, as redes de abastecimento serão alargadas, e a exploração de fontes de energias renováveis e energias fósseis será intensificada. Haverá ainda um programa financiado com 1,2 mil milhões de euros, para melhorar o isolamento térmico de edifícios e poupar energia.
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Fonte: Destak
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