quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

3772. Superfície do oceano mais quente reduz produção de peixes

Um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) afirma que o aquecimento das águas superficiais dos oceanos limita o movimento dos nutrientes e pode resultar em diminuição da produção de peixes, o que afectaria o quotidiano da população. Segundo as projecções apontadas no documento, a limitação do movimento ascendente dos nutrientes das águas mais profundas e frias (fenómeno conhecido como ressurgência) afectaria os grandes ecossistemas marinhos de países em desenvolvimento situados em áreas mais quentes na Ásia, África e América Latina, regiões que são dependentes dos recursos marinhos para a sua segurança alimentar.
Foram analisadas 64 áreas classificadas como grandes ecossistemas marinhos (que incluem bacias hidrográficas e estuários) e verificou-se que entre 1982 e 2006, houve uma subida da temperatura em 61 zonas (sendo que três delas no Brasil). Além disso, em cerca de um terço dessas áreas, a temperatura tem-se elevado até quatro vezes mais rápido do que as tendências de aquecimento global relatadas pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC).
Uma das regiões onde foi constatada uma rápida subida da temperatura é a do Mar Báltico, no nordeste da Europa e que banha nove países. Segundo o órgão da ONU, em 24 anos a temperatura na superfície do oceano subiu 1,35 ºC. O documento aponta que o degelo nas regiões próximas ao Árctico poderia amornar a água e elevar a quantidade de pesca nesta região (que inclui também o Mar da Noruega), porém, o tamanho dos peixes diminuiria.
Este efeito sobre a população reprodutora, de acordo com o PNUD, pode resultar no colapso de outras espécies de peixes. O relatório recomenda neste caso providências para estabelecer níveis de captura sustentáveis para a pesca em latitudes mais quentes.
Outro ponto abordado pelo estudo é a inclusão de medidas para sustentar a pesca marinha, restaurar e proteger os habitats costeiros, principalmente os sumidouros de carbono, e reduzir a carga de poluentes no oceano.
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Fonte: Correio24horas

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