Quatro dezenas de pessoas
encontram-se recolhidas no quartel dos Bombeiros de São Vicente, para onde
foram transportadas depois de verem as suas casas serem atingidas por
enxurradas.
Nos concelhos de São Vicente e
Porto Moniz, no norte da ilha da Madeira, continua a chover de forma
continuada, atingindo a pluviosidade valores elevados, em alguns períodos, o
que faz aumentar o caudal das ribeiras que transbordam para as estradas,
provocando prejuízos em habitações e áreas de produção agrícola.
Devido às enxurradas e derrocadas
mais de duas dezenas de rodovias estão indisponíveis para a circulação
automóvel, algumas completamente encerradas e outras com trânsito condicionado
pelas operações de desobstrução e limpeza. "Há situações muito graves que
afectam a rede viária entre São Vicente e Porto Moniz", confirmou
Francisco Taboada, presidente da empresa pública Estradas da Madeira.
Relativamente aos feridos no
temporal registado na madrugada de segunda-feira, a situação "está a
evoluir clinicamente bem", revelou o secretário regional dos Assuntos
Sociais, Francisco Jardim Ramos, esta terça-feira de manhã. O governante está a
acompanhar as operações de socorro às vítimas e as operações de limpeza das
estradas nos concelhos de São Vicente, Porto Moniz e Santana – os mais
atingidos pelas chuvas e vento na madrugada desta terça-feira.
O acesso à freguesia do Seixal, a
mais fustigada pela intempérie de segunda-feira, continua a efectuar-se com
grande dificuldade, tanto no sentido de São Vicente como por Porto Moniz, tendo
o Serviço de Protecção Civil desaconselhado as deslocações nesta zona, devido à
continua queda de pedras que são arrastadas pelas chuvas do alto das montanhas.
Derrocadas e carros arrastados – “Houve
muitas derrocadas, casas inundadas no sítio do Passo, perto das Grutas de São
Vicente, vários carros arrastados, mas não houve danos pessoais porque as pessoas
já estavam avisadas das chuvas”, disse à Lusa uma fonte dos Bombeiros
Voluntários de São Vicente e do Porto Moniz (BVSVPM). Já o presidente da Câmara
Municipal de São Vicente, Jorge Romeira, informou que a “noite foi muito
mazinha” porque “chove desde as 23h00 horas de segunda-feira”. O mau tempo,
acrescentou o autarca, provocou derrocadas e o transbordo de ribeiros e
afluentes arrastou lama e pedras que atingiram várias casas e automóveis. Apesar
disso “não há danos pessoais” a registar, adiantou Jorge Romeira, ressalvando
que os problemas “são mesmo no centro do concelho: em Lombo, Passo, Terra Chã,
Boaventura e Ponta Delgada, Fajã Grande, mas que a via expresso está
operacional”. Segundo o autarca, 14 casas foram inundadas, 11 pessoas ficaram
desalojadas e cerca de 15 carros danificados, sendo que as escolas do concelho
foram encerradas.
Em Santana, as chuvas também
provocaram algumas derrocadas, designadamente nos sítios do Lombo Galego e
Corujeira na freguesia do Faial, de acordo com os Bombeiros Voluntários de
Santana que adiantaram não haver vítimas registadas. No concelho de Machico, já
na parte sul da ilha, houve também algumas derrocadas na estrada entre Maroços
e a Portela. Nos restantes concelhos e segundo as respectivas corporações de
bombeiros o mau tempo não provocou danos. Desde a madrugada de domingo que a
Madeira tem vindo a ser fustigada por chuvas, vento e trovoada.
Tolentino de Nóbrega
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Fonte: PÚBLICO
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