Cerca de 133 representantes dos
países em desenvolvimento abandonaram as negociações sobre as alterações
climáticas da COP 19, que decorre em Varsóvia. Na base da retirada está o facto
de os países desenvolvidos recusarem discutir as compensações a atribuir às
nações em desenvolvimento, pelas alterações climáticas provocadas pelas nações
industrializadas.
A maior parte dos países da União
Europeia (UE) e nações como os Estados Unidos, Canadá, Austrália apenas querem
discutir as compensações na próxima cimeira, agendada para 2015 em Paris. Em
resposta o G77 e o grupo da China retiraram-se das negociações.
Seleemul Huq, o cientista cujo
trabalho sobre as perdas e danos dos países em desenvolvimento ajudou a colocar
a questão das compensações na agenda do COP 19, disse que “as negociações
estavam a decorrer bem, num espírito de cooperação, mas no final da sessão
sobre as perdas e danos a Austrália pôs tudo o que foi acordado entre
parêntesis, de forma que todo o debate foi desperdiçado”, cita o The Guardian.
Os países em desenvolvimento
exigiram a criação de uma nova instituição das Nações Unidas para vigiar a
atribuição das compensações, mas os países desenvolvidos não têm considerado o
pedido, ignorando os pedidos de um debate sério sobre a questão.
“A UE entende que a questão é
incrivelmente importante para os países em desenvolvimento. Mas eles devem ser
cuidados no que toca a criar uma nova instituição. Não é disso que este
processo precisa”, afirmou a comissária europeia para o clima, Connie
Hedegaard. “Não podemos ter um sistema de compensações automáticas para quando
ocorrerem eventos sérios no mundo. Isso não é exequível”, sublinha a
comissária.
Desta forma, o debate sobre as
compensações foi recusado pelos países desenvolvidos, que temem que tal sistema
possa conduzir a custos inaceitáveis.
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Fonte: GreenSavers
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