Uma frente de mau tempo está a atravessar o país de norte a sul com corte de vias em
várias cidades. Em Lisboa, as zonas da baixa da capital estiveram por largas
horas cortadas ao trânsito. A linha azul do metro, que liga o Rossio à cidade da
Amadora, esteve paralisada durante hora e meia ao início da tarde. No
Restauradores, o trânsito foi desviado devido às inundações. Os problemas de
drenagem não afectam apenas a capital: a Agência Lusa dá conta de problemas em
cidades como a Lixa – onde os bombeiros estão a abastecer os munícipes depois de
uma enxurrada com granizo ter destruído duas condutas de saneamento – e Caldas
da Rainha – onde se registou a inundação de várias habitações face à tempestade
que se faz sentir desde as 7:30 desta manhã.
Em Lisboa, o metropolitano
esteve condicionado na Linha Azul, que liga Santa Apolónia à Amadora, devido a
uma inundação causada pela forte chuvada que atingiu a zona. Os problemas
verificavam-se principalmente na estação do Jardim Zoológico, que esteve fechada
entre as 14:18 e as 15:45, de acordo com fonte do Metro: "A estação está a
funcionar normalmente e a circulação está normalizada desde as 15:45", garantiu
a mesma fonte.
Há no entanto mais zonas da
capital afectadas por inundações: Benfica, Alcântara e Avenidas Novas. De acordo
com a página na Internet dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, às 14:40 havia nove
situações activas por inundações, principalmente em São Domingos de Benfica
(três ocorrências), em Alcântara (duas), nas Avenidas Novas (duas), em Benfica
(uma) e em Santo António (uma). Outros registos seriam depois registados em
Carnide, Olivais, Penha de França e Campolide.
Restauradores com trânsito
condicionado – Ainda em Lisboa, a Praça dos Restauradores, ao fundo da Avenida
da Liberdade, quando desemboca no Rossio, tinha também o trânsito condicionado,
com os veículos a serem desviados pela Polícia de segurança Pública. A mesma
fonte da PSP acrescenta que a circulação está também a ser feita com
dificuldades no Largo das Fontainhas, em Alcântara, na Praça de Espanha e
Calçada de Carriche, face aos "lençóis de água" que se formaram naquelas vias. O
eixo Norte-Sul, Sete Rios e Calvário encontram-se igualmente condicionados
devido à forte chuvada que está a cair esta tarde na
capital.
É no entanto sem surpresas que o
mau tempo chega a Portugal Continental. O aviso fora deixado pelo Instituto
Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nos últimos dias. "Em princípio, vamos
ter uma melhoria dia 25 [quinta-feira], depois volta a chover e a partir de dia
28 poderá melhorar novamente". De acordo com o IPMA, o estado do tempo vai
continuar instável, com chuva e sol, pelo menos até ao próximo domingo, dia 28.
Em declarações à Lusa, a meteorologista Joana Sanches explicou que a chuva e as
trovoadas originaram um aviso amarelo do IPMA, o terceiro mais grave de uma
escala de quatro, para 11 distritos do continente: Leiria, Aveiro, Castelo
Branco, Guarda, Porto, Coimbra, Viseu, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e
Braga. Este aviso vai vigorar pelo menos até às 21:00 desta
segunda-feira.
"A situação de aguaceiros, por
vezes fortes, e condições favoráveis à ocorrência de trovoadas, vão manter-se
até às 22:00 de hoje. Amanhã [terça-feira] o dia será idêntico", alertou a
especialista do instituto de meteorologia, acrescentando que o país deverá viver
nos próximos dias uma alternância entre chuva e
sol.
Casas inundadas nas Caldas – De
acordo com informação dos bombeiros locais, várias habitações ficaram inundadas
também no concelho das Caldas da Rainha, após uma tempestade que levou os raios
a cair próximo de habitações na freguesia de Salir do Porto. A trovoada
abateu-se sobre a região das Caldas da Rainha depois das 7:30 da manhã. "Vários
pedidos de auxílio devido a inundações em habitações e garagens na cidade e em
algumas freguesias rurais" chegaram aos bombeiros da cidade, de acordo com
indicação prestada á Lusa pelo comandante da corporação, Nelson
Cruz.
Lourinhã inundada e alunos em
casa – O centro da Lourinhã ficou alagado depois de uma forte chuvada se ter
abatido sobre a vila próxima do Seixal. Quatro centenas de alunos ficaram sem
aulas, face à impossibilidade de deslocação. De acordo com fonte da Protecção
Civil municipal, várias ruas do centro da vila ficaram com 20 a 30 centímetros
de altura de água, que chegou a entrar na Igreja de Santo António. A mesma fonte
fez saber que deslizamentos de terras, sobretudo na freguesia de Atalaia e
Lourinhã, deram origem a 25 ocorrências. As inundações e os deslizamentos de
terras condicionaram a deslocação em várias ruas do centro da vila da Lourinhã;
o trânsito passou também a ter dificuldade na Estrada Nacional 361-1, freguesia
de Miragaia.
Mau tempo corta água na Lixa –
Por ironia, foi a bátega de água que ontem caiu na Lixa que vai obrigar
ao abastecimento dos bombeiros à cidade pelo menos durante o próximo par de
dias. A forte chuvada deste domingo – acompanhada da queda de granizo – acabaria
durante a tarde por originar uma enxurrada que destruiu as duas condutas de
abastecimento de água à cidade. O abastecimento está agora a ser feito por
autotanques dos bombeiros. O presidente da Câmara de Felgueiras, Inácio Ribeiro,
confirmou que foi pedido o apoio dos bombeiros da Lixa para que as viaturas
assegurem o abastecimento dos depósitos da cidade.
O comandante dos Bombeiros da Lixa, José Campos,
acrescentou entretanto que a água vai ser disponibilizada pelo vizinho concelho
de Amarante, numa operação em que contam com a colaboração dos Bombeiros de
Felgueiras.
* * * * * * * * * * * *
Fonte: RTP
Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário