segunda-feira, 22 de setembro de 2014

4933. Chuva e trovoada cortam vias e deixam país debaixo de água

Uma frente de mau tempo está a atravessar o país de norte a sul com corte de vias em várias cidades. Em Lisboa, as zonas da baixa da capital estiveram por largas horas cortadas ao trânsito. A linha azul do metro, que liga o Rossio à cidade da Amadora, esteve paralisada durante hora e meia ao início da tarde. No Restauradores, o trânsito foi desviado devido às inundações. Os problemas de drenagem não afectam apenas a capital: a Agência Lusa dá conta de problemas em cidades como a Lixa – onde os bombeiros estão a abastecer os munícipes depois de uma enxurrada com granizo ter destruído duas condutas de saneamento – e Caldas da Rainha – onde se registou a inundação de várias habitações face à tempestade que se faz sentir desde as 7:30 desta manhã.
Em Lisboa, o metropolitano esteve condicionado na Linha Azul, que liga Santa Apolónia à Amadora, devido a uma inundação causada pela forte chuvada que atingiu a zona. Os problemas verificavam-se principalmente na estação do Jardim Zoológico, que esteve fechada entre as 14:18 e as 15:45, de acordo com fonte do Metro: "A estação está a funcionar normalmente e a circulação está normalizada desde as 15:45", garantiu a mesma fonte.
Há no entanto mais zonas da capital afectadas por inundações: Benfica, Alcântara e Avenidas Novas. De acordo com a página na Internet dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, às 14:40 havia nove situações activas por inundações, principalmente em São Domingos de Benfica (três ocorrências), em Alcântara (duas), nas Avenidas Novas (duas), em Benfica (uma) e em Santo António (uma). Outros registos seriam depois registados em Carnide, Olivais, Penha de França e Campolide.
Restauradores com trânsito condicionado – Ainda em Lisboa, a Praça dos Restauradores, ao fundo da Avenida da Liberdade, quando desemboca no Rossio, tinha também o trânsito condicionado, com os veículos a serem desviados pela Polícia de segurança Pública. A mesma fonte da PSP acrescenta que a circulação está também a ser feita com dificuldades no Largo das Fontainhas, em Alcântara, na Praça de Espanha e Calçada de Carriche, face aos "lençóis de água" que se formaram naquelas vias. O eixo Norte-Sul, Sete Rios e Calvário encontram-se igualmente condicionados devido à forte chuvada que está a cair esta tarde na capital.
É no entanto sem surpresas que o mau tempo chega a Portugal Continental. O aviso fora deixado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nos últimos dias. "Em princípio, vamos ter uma melhoria dia 25 [quinta-feira], depois volta a chover e a partir de dia 28 poderá melhorar novamente". De acordo com o IPMA, o estado do tempo vai continuar instável, com chuva e sol, pelo menos até ao próximo domingo, dia 28. Em declarações à Lusa, a meteorologista Joana Sanches explicou que a chuva e as trovoadas originaram um aviso amarelo do IPMA, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, para 11 distritos do continente: Leiria, Aveiro, Castelo Branco, Guarda, Porto, Coimbra, Viseu, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e Braga. Este aviso vai vigorar pelo menos até às 21:00 desta segunda-feira.
"A situação de aguaceiros, por vezes fortes, e condições favoráveis à ocorrência de trovoadas, vão manter-se até às 22:00 de hoje. Amanhã [terça-feira] o dia será idêntico", alertou a especialista do instituto de meteorologia, acrescentando que o país deverá viver nos próximos dias uma alternância entre chuva e sol.
Casas inundadas nas Caldas – De acordo com informação dos bombeiros locais, várias habitações ficaram inundadas também no concelho das Caldas da Rainha, após uma tempestade que levou os raios a cair próximo de habitações na freguesia de Salir do Porto. A trovoada abateu-se sobre a região das Caldas da Rainha depois das 7:30 da manhã. "Vários pedidos de auxílio devido a inundações em habitações e garagens na cidade e em algumas freguesias rurais" chegaram aos bombeiros da cidade, de acordo com indicação prestada á Lusa pelo comandante da corporação, Nelson Cruz.
Lourinhã inundada e alunos em casa – O centro da Lourinhã ficou alagado depois de uma forte chuvada se ter abatido sobre a vila próxima do Seixal. Quatro centenas de alunos ficaram sem aulas, face à impossibilidade de deslocação. De acordo com fonte da Protecção Civil municipal, várias ruas do centro da vila ficaram com 20 a 30 centímetros de altura de água, que chegou a entrar na Igreja de Santo António. A mesma fonte fez saber que deslizamentos de terras, sobretudo na freguesia de Atalaia e Lourinhã, deram origem a 25 ocorrências. As inundações e os deslizamentos de terras condicionaram a deslocação em várias ruas do centro da vila da Lourinhã; o trânsito passou também a ter dificuldade na Estrada Nacional 361-1, freguesia de Miragaia.
Mau tempo corta água na Lixa – Por ironia, foi a bátega de água que ontem caiu na Lixa que vai obrigar ao abastecimento dos bombeiros à cidade pelo menos durante o próximo par de dias. A forte chuvada deste domingo – acompanhada da queda de granizo – acabaria durante a tarde por originar uma enxurrada que destruiu as duas condutas de abastecimento de água à cidade. O abastecimento está agora a ser feito por autotanques dos bombeiros. O presidente da Câmara de Felgueiras, Inácio Ribeiro, confirmou que foi pedido o apoio dos bombeiros da Lixa para que as viaturas assegurem o abastecimento dos depósitos da cidade.
O comandante dos Bombeiros da Lixa, José Campos, acrescentou entretanto que a água vai ser disponibilizada pelo vizinho concelho de Amarante, numa operação em que contam com a colaboração dos Bombeiros de Felgueiras.
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