À medida que se vão encontrando mais crateras na Sibéria, torna-se urgente dar uma
explicação ao fenómeno que pode ser uma combinação de derretimento de gelo com
explosão de gás.
Ainda se lembra da cratera
de 80 metros de diâmetro descoberta em Julho na Sibéria? Pouco tempo depois
encontraram-se mais duas, mas afinal são dezenas delas. Entre as várias teorias
possíveis, como a queda de um meteorito ou uma explosão de gás subterrâneo, a
mais plausível parece ser o rápido derretimento do gelo causado pelo aumento
global da temperatura, segundo
a National Geographic.
A hipótese do meteorito foi rapidamente descartada,
mas a hipótese de uma explosão de gás parecia viável. Por um lado, porque a
região da península de Iamal, onde foram as duas primeiras crateras, está
localizada sobre a importante zona de produção de gás da Rússia. Por outro,
porque o perímetro das crateras parecia ter terra como se resultasse de uma
explosão. Outra hipótese, também avançada
em Agosto de 2014 propunha que o gelo tivesse derretido, mais propriamente o
colapso de um monte de terra coberto de gelo (pingo).
Agora, mas ainda sem certezas absolutas, os
investigadores avançam uma possível combinação das duas hipóteses. As
temperaturas anormalmente altas na Sibéria em alguns momentos durante o último
ano podem ter feito com que o gelo derretesse, mas só por si não parecia
explicar as crateras, refere a National Geographic. Mas aumento da temperatura
do permafrost – uma camada de solo que se mantém por mais de dois anos abaixo de
zero graus Célsius – pode justificar a libertação brusca de gás, explica Carolyn
Ruppel, líder do projecto norte-americano para a Pesquisa Geológica de Hidratos
de Gás, e o colapso dos pingos formando as crateras.
Embora ainda ninguém tenha sido ferido ou tão pouco
assistido a uma das explosões, o tamanho das crateras deixa antever que poderão
ser grandes explosões. A falta de conhecimento sobre o fenómeno deixa os
investigadores receosos até de explorar as crateras, refere
o Washington Post. Ninguém sabe quando uma nova explosão pode acontecer. Além
disso, o gás libertado (metano) é altamente inflamável.
Vera Novais
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Fonte: OBSERVADOR
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