A Agência Portuguesa do Ambiente esclareceu que a Estação do Foja ainda não entrou
em funcionamento porque não foi atingida a cota prevista para esta operação, que
vem sendo reclamada por autarcas para evitar cheias no Vale do Mondego.
"Esclarece-se de que a bomba da estação do Foja, que neste momento se encontra
operacional, ainda não entrou em funcionamento porque ainda não foi atingida a
cota prevista para esta operação (2,30m)", disse a
agência.
De acordo com fonte da Agência Portuguesa do Ambiente
(APA), está tudo preparado para que a bomba seja ligada, assim que se atingir a
referida cota. "Neste momento, a cota de inundação no campo situa-se em 2,15 m,
não havendo corte de comunicações, pelo que ainda não se justifica a sua entrada
em funcionamento para drenar simplesmente campos de arroz, em pousio nesta época
do ano", acrescentou.
Ao início da tarde de segunda-feira, o presidente da
câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, criticou a APA, questionando o porquê
da chamada Estação do Foja [sistema de bombagem que pode retirar água do rio
Foja, afluente da margem direita do Mondego e despejá-la no leito principal do
rio] não estar a funcionar. "Devem estar em poupança de energia porque as bombas
estão paradas. Quando temos água a mais não actuam, só o fazem no limite, quando
a cheia já é irreversível. Lamentavelmente, estamos num país de faz de conta",
acusou.
O autarca de Montemor-o-Velho apontou ainda o dedo à
EDP, por ter deixado encher a barragem da Aguieira e estar a fazer descargas que
põem em risco as populações do vale do Mondego. "Não compreendemos e não
aceitamos que sejamos confrontados ao início da manhã de hoje [segunda-feira]
com esta situação de cheia iminente. Quem gere a barragem da Aguieira não a pode
deixar encher e depois largar a água como se não houvesse pessoas e bens a
jusante. Não há o mínimo respeito pelas populações",
referiu.
Por sua vez, a EDP veio garantir que a barragem da
Aguieira cumpriu a sua função de contenção de caudais de cheia, apesar da subida
brusca que foi registada ao longo do fim-de-semana. "A barragem da Aguieira
cumpriu, mesmo com a subida brusca dos caudais afluentes ocorrida neste
fim-de-semana, a sua função de contenção de caudais de cheia. Mesmo com picos
entre 1.500 e os 1.600 metros cúbicos, ocorridos na madrugada de 10 para 11 de
Janeiro, o caudal máximo lançado na Raiva foi de 1.100 metros cúbicos e durante
apenas um período de duas horas", alegou.
A EDP sublinhou ainda que "fez uma exploração
controlada e com segurança, tendo sempre como primeira preocupação a minimização
de danos gravosos nas populações". "A exploração do sistema
Aguieira/Raiva/Fronhas é feita em articulação com a Agência Portuguesa do
Ambiente, a quem compete a decisão final no que respeita aos caudais lançados
pela Raiva que se reflecte na exploração da Aguieira. Compete-lhes também o
aviso às diversas entidades, no que possam ser afectadas",
concluiu.
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Fonte: TVI24
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