quarta-feira, 20 de abril de 2016

5738. ROSWITHA

Centrada ao largo da costa ocidental portuguesa, a ROSWITHA, nome atribuído pelo Serviço de Meteorologia da Universidade de Berlim e adoptado internacionalmente, é a depressão (ou centro de baixas pressões) que nos tem feito companhia ao longo desta semana (na imagem observa-se nitidamente o seu núcleo centrado a oeste de Portugal Continental, à latitude do Minho/Trás – os – Montes). É este centro de baixas pressões (ou sistema depressionário) que tem enviado linhas de instabilidade sobre o território de Portugal Continental, procedentes de sudoeste e que cruzam o continente de sul para norte, dando origem ao tempo instável, precipitação e trovoadas. Trata-se de correntes de ar muito húmidas que, aliadas ao aquecimento diurno da camada inferior da troposfera, rapidamente ascendem em altitude, arrefecendo de forma rápida, o que leva à formação de nuvens de desenvolvimento vertical (cúmulo-nimbo) que acabam por originar precipitação; tudo isto aliado também à presença de um núcleo de ar muito frio em altitude (entre os 20º e os 25ºC Célsius negativos aos 500 hPa, sensivelmente aos 5500 metros de altitude), posicionado geograficamente sobre a mesma posição em que se encontra o centro de baixas pressões, e que reforça a instabilidade atmosférica. As linhas de instabilidade giram em torno do centro de baixas pressões, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.
É previsível que a ROSWITHA tenha tendência de se ir dissipando, à medida que o ar frio seja desgastado ao longo dos dias; o que é mais saliente é o facto de ter permanecido quase estática geograficamente a oeste da Península Ibérica durante tantos dias, algo pouco frequente à latitude de Portugal Continental, zona em que os centros de baixas pressões fazem uma trajectória predominantemente do Atlântico para o interior da Europa, mas que desta vez não tem tido seguimento devido à presença de altas pressões (anticiclones) quer sobre as ilhas Britânicas quer sobre o Mediterrâneo ocidental, barreiras que impedem que as baixas pressões se dirijam para leste. A imagem de satélite é de hoje.

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