Centrada ao largo da costa ocidental portuguesa, a
ROSWITHA, nome atribuído pelo Serviço de Meteorologia da Universidade de Berlim
e adoptado internacionalmente, é a depressão (ou centro de baixas pressões) que
nos tem feito companhia ao longo desta semana (na imagem observa-se nitidamente
o seu núcleo centrado a oeste de Portugal Continental, à latitude do Minho/Trás
– os – Montes). É este centro de baixas pressões (ou sistema depressionário) que
tem enviado linhas de instabilidade sobre o território de Portugal Continental,
procedentes de sudoeste e que cruzam o continente de sul para norte, dando
origem ao tempo instável, precipitação e trovoadas. Trata-se de correntes de ar
muito húmidas que, aliadas ao aquecimento diurno da camada inferior da
troposfera, rapidamente ascendem em altitude, arrefecendo de forma rápida, o que
leva à formação de nuvens de desenvolvimento vertical (cúmulo-nimbo) que acabam
por originar precipitação; tudo isto aliado também à presença de um núcleo de ar
muito frio em altitude (entre os 20º e os 25ºC Célsius negativos aos 500 hPa,
sensivelmente aos 5500 metros de altitude), posicionado geograficamente sobre a
mesma posição em que se encontra o centro de baixas pressões, e que reforça a
instabilidade atmosférica. As linhas de instabilidade giram em torno do centro
de baixas pressões, no sentido contrário ao dos ponteiros do
relógio.
É previsível que a ROSWITHA tenha tendência de se ir
dissipando, à medida que o ar frio seja desgastado ao longo dos dias; o que é
mais saliente é o facto de ter permanecido quase estática geograficamente a
oeste da Península Ibérica durante tantos dias, algo pouco frequente à latitude
de Portugal Continental, zona em que os centros de baixas pressões fazem uma
trajectória predominantemente do Atlântico para o interior da Europa, mas que
desta vez não tem tido seguimento devido à presença de altas pressões
(anticiclones) quer sobre as ilhas Britânicas quer sobre o Mediterrâneo
ocidental, barreiras que impedem que as baixas pressões se dirijam para leste. A
imagem de satélite é de hoje.
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