segunda-feira, 8 de agosto de 2016

5843. PORTUGAL CONTINENTAL: Incêndios florestais



Incêndios não dão tréguas em Águeda e em Arouca – O incêndio que deflagrou esta segunda-feira em Préstimo, Águeda, distrito de Aveiro, obrigou a evacuar um lar de idosos e destruiu um armazém de materiais de construção no lugar de Á-dos-Ferreiros. Em Arouca, o incêndio que começou no sábado alastrou ao concelho vizinho de Vale de Cambra.
Mais de 250 bombeiros com o auxílio de três meios aéreos e 89 meios terrestes combatiam às 15h o incêndio que deflagrou na freguesia de Rossas, no concelho de Arouca, um dos seis que a Protecção Civil destaca na sua página da internet. O incêndio em Arouca, que chegou a ter sete frentes activas, já só tem quatro o que demonstra o trabalho intenso por parte dos bombeiros que combatem as chamas.
O incêndio que começou no sábado em Arouca alastrou ao concelho vizinho de Vale de Cambra, onde a situação se agravou e envolve agora "quatro ou cinco frentes activas", disse à Lusa o comandante a corporação local, Victor Machado. "Este incêndio ainda está bastante intenso e, durante a noite, o nosso trabalho foi praticamente defender casa a casa, porque o interface urbano-florestal em Vale de Cabra é complicadíssimo, com as habitações isoladas e muito inseridas no meio da floresta", realçou Victor Machado, comandante dos Bombeiros de Vale de Cambra.
Incêndio na Serra da Freita lavra há mais de 40 horas – As chamas já afectaram dezenas de casas isoladas dispersas pela Serra da Freita. Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da Câmara de Arouca, José Artur Neves, admitiu que o incêndio que lavra na Serra da Freita há quase 40 horas pode agravar-se, adiantando que não estão garantidos meios para substituir os bombeiros que estão cansados.
"Estamos com muita dificuldade. Não está fácil de controlar e sentimos que a situação se pode agravar mesmo. Os bombeiros estão a ficar exaustos e os meios de substituição não estão precavidos ou pelo menos garantidos", disse o autarca.
Chamas obrigaram a evacuar lar de idosos – A Autoridade Nacional de Protecção Civil destaca também esta tarde, na sua página, um incêndio em Préstimo e Macieira de Alcoba, concelho de Águeda, distrito de Aveiro, que mobiliza 218 bombeiros, 69 veículos e dois meios aéreos e apresenta quatro frentes activas. O incêndio obrigou a evacuar um lar de idosos e destruiu um armazém de materiais de construção no lugar de Á-dos-Ferreiros.
Em declarações à Lusa, Dora Gomes, moradora na aldeia, descreveu a situação como "caótica". "Ardeu tudo aqui à volta e agora começou outra vez", referiu esta moradora, enquanto observa as chamas a destruir uma casa desabitada, mesmo no centro da aldeia que está sem água da rede pública, nem electricidade. Dora Gomes conta que está a pé desde madrugada para defender a sua casa e um armazém de materiais de construção que tem no centro do lugar.
"Felizmente conseguimos proteger tudo com a ajuda dos vizinhos. Isto foi muito complicado. Nunca passei por uma situação destas aqui", diz. A mesma sorte não teve um outro armazém de materiais de construção, onde trabalhavam cerca de 20 pessoas, que ardeu completamente.
O presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, disse à Lusa que o incêndio está "incontrolável" e com várias frentes activas, colocando casas "sistematicamente em risco". "Estamos a evacuar quem está acamado e aos outros o conselho dos bombeiros e da GNR é que abandonem os seus pertences e casas e saiam", afirmou Gil Nadais, em declarações à agência Lusa.
Destacando a "ventania brutal", associada às muito altas temperaturas, como a principal dificuldade encontrada no combate às chamas, o autarca afirmou que "o trabalho dos bombeiros tem sido só proteger pessoas e casas". De acordo com o presidente da Câmara de Águeda, "a situação está incontrolável neste momento", mesmo estando no local "muitas corporações de quase todo o país" e vários meios aéreos envolvidos, que contudo "têm dificuldade em operar por causa do fumo que está no ar".
Vento agravou situação em Barcelos – A maior preocupação é proteger as casas se encontram próximas do fogo que lavra desde a tarde de ontem em Barcelos. Segundo o comandante operacional da Protecção Civil a ameaça que o fogo chegue às casas é ainda de alto risco.
Para isso, os meios operacionais estão a ser reforçados e foram accionados também meios aéreos. No terreno, estão 138 homens apoiados por 42 meios terrestes e dois aéreos. Várias estradas municipais foram cortadas, entre as quais a nacional que liga Barcelos a Viana do Castelo.
Outros fogos activos – Activos estão também um fogo na freguesia de Aldeia Nova, concelho de Trancoso, distrito da Guarda, com 128 bombeiros, 37 veículos e dois meios aéreos, e o incêndio em Covas, Vila Nova de Cerveira, distrito de Viana do Castelo com 63 bombeiros, 28 meios terrestres e um meio aéreo. A ANPC destaca ainda um incêndio em Rio Torto/Lagarinhos, concelho de Gouveia, distrito da Guarda, que está a ser combatido por 51 operacionais, 15 meios terrestes e um aéreo.
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