Arcos de Valdevez acciona Plano de Emergência devido a incêndio – A
Câmara de Arcos de Valdevez accionou esta segunda à tarde o Plano Municipal de
Emergência, na sequência dos fogos que lavram na zona do Soajo, informou o
vice-presidente da autarquia, Hélder Barros. O plano foi activado pelas
16:10.
Cerca de duas dezenas de habitantes do lugar da
Várzea, Soajo, Arcos de Valdevez, e militares da GNR estão retidos naquele
povoado devido a um incêndio florestal, disse o vereador da Protecção Civil. O
vereador da protecção civil municipal de Arcos de Valdevez, Olegário Gonçalves,
referiu que “os habitantes e a GNR ficaram retidos porque o fogo tomou conta da
estrada de acesso aquele lugar”.“Estão à espera da primeira oportunidade para
poderem sair”, acrescentou. O vereador disse, entretanto, que a retirada dos
residentes no lugar da Várzea” está para já em ‘stand by’, uma vez que os
bombeiros tentam dominar as chamas”.
Olegário Gonçalves disse à Lusa que na área do Parque
Peneda Gerês (PNPG) “morreram animais”, sem especificar a quantidade e “alguns
habitantes daquele lugar estiveram em risco de vida por terem ficado cercados
pelas chamas”. O comandante dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, Delfim Mota,
disse à SIC Noticias que existem vários focos de incêndio junto a habitações e
que tem diversas equipas a combater as chamas no local. Várias pessoas sofreram
inalação de fumo ao tentarem proteger as suas casas e tiveram que ser
assistidas.
Um casal de Paradela, lugar já evacuado do Soajo,
Arcos de Valdevez, foi transportado pelo INEM, para um hospital, com queimaduras
no rosto, disse o vereador da Protecção Civil. Olegário Gonçalves não soube o
grau das queimaduras das vítimas, que foram atingidas quando combatia um
incêndio junto à sua casa. Também não referiu a idade. Robalo Simões, 2º
comandante operacional da Protecção Civil de Viana do Castelo, acrescentou que
um outro habitante também teve de ser assistido, por inalação de fumos. Os três
foram conduzidos para o Hospital de Ponte de Lima.
Delfim Mota acrescentou que o vento forte e a alta
temperatura tornam “um pequeno incêndio num incêndio de grandes dimensões”. O
comandante afirmou que há “falta de meios aéreos”. De acordo com a informação
dada no site da Protecção Civil, no local estão cerca de 54 operacionais
apoiados por 21 viaturas e um meio aéreo. Delfim Mota acrescentou que “a
situação já está a voltar à normalidade na localidade de Paradela”. Apesar de o
incêndio já ter passado esta aldeia, não há condições para as pessoas voltarem
às suas casas.
O lugar de Paradela, no concelho de Arcos de Valdevez,
“já foi totalmente evacuado”. Foram retiradas “14 a 16 pessoas”, conduzidas para
o Centro de Dia do Soajo, mas entretanto algumas delas já puderam regressar a
casa. Segundo Robalo Simões, a maioria dos habitantes daquele lugar recusou
abandonar o local. A Protecção Civil chegou também a equacionar a hipótese de
evacuar o lugar de Várzea, mas tal ainda não aconteceu. A situação está a ser
acompanhada para avaliar o evoluir das chamas.
O incêndio deflagrou pelas 09:00 e chegou a ser dado
como dominado, mas, como sublinhou Robalo Simões, reacendeu “com grande
potência” ao início da tarde. No local está uma retroescavadora a abrir uma
estrada até ao lugar de Adrão, “para tentar chegar à cabeça do
fogo”.
Aldeia de Boticas evacuada devido a incêndio – O
presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, disse que está a ser
evacuada a aldeia de Torneiros devido à proximidade de um fogo que já lavra
desde segunda-feira. “A aldeia de Torneiros está completamente isolada, estamos
a evacuar as pessoas e o fogo vai agora também em direcção à sede do concelho e
a Mosteirão”, salientou o autarca.
O autarca explicou que os meios da câmara, como as
carrinhas, estão a ser usados para retirar as pessoas da aldeia. A Santa Casa da
Misericórdia de Boticas também já disponibilizou todo o apoio necessário para
ajudar a população afectada pelo incêndio, assegurando o alojamento e os
cuidados básicos necessários às pessoas que foram evacuadas das suas casas por
motivos de segurança.
Este fogo lavra desde as 16:17 de segunda-feira e está
a ser combatido por 94 operacionais e 32 viaturas e conta com o apoio de um meio
aéreo. Este incêndio sofreu uma reactivação já esta manhã e conta com um reforço
de operacionais provenientes de Leiria. No entanto, um outro fogo deflagrou
também na zona de Codessoso, Boticas, cerca das 13:28 e está a ser combatido por
42 bombeiros e 10 viaturas. “Há muitas ignições no distrito, já falei com a
senhora ministra da Administração Interna por volta da hora do almoço a pedir
reforços, estava a prever isto pela forma como isto está, mas não conseguiram
mandar mais meios e agora estamos aqui enrascados”, afirmou o
autarca.
Os fogos neste concelho estão a queimar pinhal.
Fernando Queiroga disse que o vento está muito forte e o fogo está muito
intenso, não permitindo a aproximação dos bombeiros. “Estamos a tentar com as
máquinas de rastos, mas está a ser fazer projecções a 100 metros, as
temperaturas estão altíssimas, está tudo muito complicado”,
salientou.
O distrito de Vila Real está hoje a ser fustigado
pelos incêndios. Para além de Boticas, há ainda fogos que lavram com muita
intensidade nos concelhos de Ribeira de Pena e de Vila Pouca de Aguiar. Em
Ribeira de Pena, o combate às chamas em Alvadia, que avançam em quatro frentes,
está a ser feito por 113 operacionais, 31 viaturas e um meio aéreo. Este fogo
deflagrou às 11:47 e há registo de que, pelo menos, um palheiro já foi queimado.
Já em Vila Pouca de Aguiar, o incêndio mobiliza 82 operacionais, 24 viaturas e
um meio aéreo. Também o concelho de Montalegre tem tido várias ignições ao longo
do dia.
A página da internet da Autoridade Nacional de
Protecção Civil dava conta de oito incêndios activos no distrito de Vila Real,
pelas 18:00, que mobilizam 382 operacionais, 110 viaturas e quatro meios
aéreos.
Chamas em Cabeceiras de Basto já puseram casas em
perigo – O incêndio que deflagrou pelas 6h09 desta segunda-feira, em Rio Douro,
Cabeceiras de Basto, já pôs habitações em risco mas essa ameaça foi entretanto
afastada, embora as chamas continuem a lavrar “com grande intensidade”, informou
fonte dos bombeiros. O comandante dos Bombeiros de Cabeceiras de Basto, Duarte
Ribeiro, disse à Lusa que o combate às chamas está a ser dificultado pela falta
de acessos, pela existência de muito material combustível e pelo
vento.
“A situação está muito complicada, com frentes muito
activas e com muitas projecções”, referiu. Disse ainda que o “muito fumo” também
dificulta a acção dos bombeiros e dos meios aéreos mobilizados para o local.
Segundo o site da Autoridade Nacional de Protecção Civil, no combate às chamas
estão 93 operacionais, apoiados por 36 meios terrestres e quatro meios aéreos. O
site diz ainda que se trata de um incêndio em mato com duas frentes activas.
Para o local já foram mobilizados grupos de reforço de ataque ampliado (GRUATA)
de Lisboa e Porto.
Acessos e vento dificultam combate às chamas em Soure
– A grande dificuldade nos acessos e o vento têm complicado o combate ao
incêndio que começou na segunda-feira em Soure, distrito de Coimbra, e que
mobiliza 504 operacionais, informou o Comando Distrital de Operações de Socorro
(CDOS). O incêndio em Soure, que começou na segunda-feira e tinha sido dominado
às 9h30 desta terça-feira, voltou a estar novamente activo ao início da tarde,
na sequência de um reacendimento, avançando com duas
frentes.
De acordo com a página da Autoridade Nacional da
Protecção Civil, às 17h50 estavam no terreno 506 operacionais, apoiados por 165
veículos e cinco meios aéreos. As chamas progridem em “terreno de difícil
acesso”, estando no limite entre Soure e Penela e aproximando-se também do
concelho de Condeixa-a-Nova, disse à agência Lusa fonte do CDOS de Coimbra. Até
ao momento, não foi necessário proceder à evacuação de habitações, apesar de o
incêndio já ter estado próximo das localidades de Cotas e Chanca, referiu a
mesma fonte. No terreno, estão presentes corporações dos distritos de Coimbra,
Leiria, Aveiro, Viseu, Lisboa e Castelo Branco.
O incêndio em Soure, distrito de Coimbra, começou na
freguesia de Tapéus, por volta das 15h30 de segunda-feira, e chegou a ter três
frentes activas.
Incêndio em Ribeira da Pena com quatro frentes activas
– Um incêndio em Ribeira de Pena, Vila Real está a mobilizar cerca de 144
operacionais, 36 viaturas e três meios aéreos. Este incêndio tem quatro frentes
activas e está a ameaçar as habitações da localidade. O incêndio iniciou em
Alvadia.
O distrito de Vila Real é uma das regiões mais
afectadass. Existem cerca de 5 incêndios activos nesta zona que estão a
mobilizar 376 operacionais, 108 viaturas e 5 meios aéreos.
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Fonte: Observador
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