Quinze localidades do Alentejo
vão ter de reduzir o consumo urbano de água imediatamente. Com o país numa
situação de seca preocupante – principalmente na bacia hidrográfica do Sado –,
vai ser obrigatório reduzir a rega dos jardins e hortas, passará a ser proibido
encher piscinas e lavar carros, e devem ser encerradas as fontes decorativas
nas localidades de Alcácer do Sal, Aljustrel, Alvito, Ferreira do Alentejo,
Grândola, Santiago do Cacém, Sines, Viana do Alentejo, Almodôvar, Castro Verde,
Redondo, Alandroal, Arraiolos, Arronches e Borba. Autarquias que terão a partir
de hoje reuniões com as autoridades do Ambiente para colocar em prática as
medidas.
Esta foi um das decisões da
Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da
Seca que ontem reuniu pela primeira e que aprovou várias medidas de prevenção e
regulação da gestão da água que existe nas albufeiras nacionais, que estão, na
sua maioria, cada vez mais vazias: segundo os dados de segunda -feira há 16
albufeiras com reservas de 40% ou menos da sua capacidade.
"A situação é cada dia mais
preocupante, principalmente na bacia do Sado, mas parece claro que temos
solução para ela", adiantou ao DN o ministro do Ambiente, João Matos
Fernandes. O governante salvaguardou que apesar de a actual situação de seca
ser a pior desde 1995 "não vai faltar água nas torneiras. Não há
restrições para o consumo humano. Aliás estão definidas as prioridades:
primeiro os humanos, depois animais, regas agrícolas e piscinas, lavagens etc."
E lembrou que a barragem de Alqueva está a dar uma ajuda – devido às suas
ligações a albufeiras na região alentejana – a que o impacte da seca não seja
tão visível na sua área de influência.
Entre as medidas aprovadas na
reunião em que estiveram os ministros do Ambiente, Agricultura (Capoulas
Santos), Mar (Paula Vitorino) e o ministro-adjunto Eduardo Cabrita, contam-se a
proibição de fazer furos para a captação de água sem haver um licenciamento –
até agora bastava um aviso prévio – e a possibilidade de retirar os peixes das
albufeiras do Divor (Évora) e Pego do Altar (Alcácer do Sal), existindo ainda a
hipótese de tal acontecer também na represa de Monte da Rocha (Ourique), onde
também vão ser colocadas restrições a alguns usos da água. Já a produção de
energia eléctrica na albufeira de Póvoas e Meadas será condicionada.
João Matos Fernandes explicou ao
DN que estão a ser efectuados furos em Odemira, Arraiolos, Avis, Borba,
Alandroal e Mértola para melhorar o abastecimento às populações e que foi feito
um investimento de 510 milhões de euros na pré-reserva de camiões cisterna para
o caso de ser necessário levar agua aos sistemas de abastecimento mais
isolados.
O Ministério da Agricultura
adiantou, entretanto, que em Outubro vão ser distribuídos 400 milhões de euros
a todos os agricultores devido à antecipação, autorizada pela Comissão
Europeia, dos pagamentos da Politica Agrícola Comum.
Carlos Ferro
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Fonte: Diário de Notícias
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