segunda-feira, 16 de outubro de 2017

6439. PORTUGAL CONTINENTAL: Incêndios generalizados no norte e centro

Pelo menos 36 pessoas morreram nos mais de 500 incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia do ano no que diz respeito a fogos florestais. A última vítima mortal confirmada na tarde desta segunda-feira trata-se de um internado no Hospital de Viseu que não resistiu aos ferimentos.
A Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) confirmou a existência de um bebé de um mês entre as vítimas. Estão ainda sete pessoas desaparecidas, duas no distrito de Coimbra e cinco em Viseu. Segundo a informação divulgada às 15h30 desta segunda-feira pela adjunta de operações da ANPC, Patrícia Gaspar, há ainda a registar 56 feridos, 16 dos quais em estado grave, um deles bombeiro. De registar ainda que 23 bombeiros tiveram de ser assistido no teatro de operações, por inalação de fumo e ferimentos no combate às chamas. Durante esta segunda-feira, apenas dois meios aéreos estão a ser utilizados devido às más condições atmosféricas. Todos os números são provisórios e admite-se que o número de mortos possa ainda aumentar.
Costa fala ao país esta segunda-feira – O Primeiro-ministro, António Costa, fala esta segunda-feira ao país sobre a situação após os incêndios de domingo, a partir das 20:00, na residência oficial em São Bento, em Lisboa, afirmou à agência Lusa fonte oficial do executivo.
Centro de Coordenação Operacional Nacional reúne – O Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON) vai voltar esta segunda-feira a reunir para fazer um ponto da situação dos incêndios florestais disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna. A mesma fonte adianta que a ministra da Administração Interna vai presidir à reunião do CCON, que vai decorrer às 17h00 na Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Esta é a segunda reunião do CCON, depois de uma outra realizada no domingo ao fim da tarde devido aos incêndios.
Fazem parte do CCON todas as entidades envolvidas no sistema de protecção civil, como a GNR, PSP, Instituto Nacional de Emergência Médica e Instituto Português do Mar e da Atmosfera, além de outras entidades que cada ocorrência em concreto venha a justificar.
Mais de uma centena de famílias desalojadas em Oliveira do Hospital – Mais de uma centena de pessoas ficaram desalojadas no concelho de Oliveira do Hospital por causa dos incêndios de domingo e desta segunda-feira, disse à agência Lusa o presidente da Câmara daquela cidade, José Carlos Alexandrino.
"Mais de uma centena de famílias ficaram desalojadas" porque as suas casas, que são, em regra, habitações em permanência, foram atingidas pelas chamas, muitas das quais "ficaram completamente destruídas", disse o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital. O fogo, que, de acordo com o autarca, provocou oito mortes no concelho (número que admite possa ser ainda mais elevado), também destruiu diversas empresas, designadamente no parque industrial de Oliveira do Hospital, que representam, no seu conjunto, "cerca de 400 postos de trabalho". José Carlos Alexandrino descreve os incêndios neste município do interior do distrito de Coimbra como "uma enorme bola de fogo", formada por três fogos, que "varreu todo o concelho, ameaçando os seus 84 núcleos" e devastando parte de muitos dos aglomerados populacionais.
Marcelo fala ao país após estabilização dos fogos – O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu esta segunda-feira acção urgente face aos incêndios, prometendo falar ao país após a estabilização dos fogos que se registam por todo o continente. Esta posição consta de uma mensagem divulgada no portal da Presidência da República na Internet, intitulada "Presidente da República reafirma urgência de agir", na qual se lê que "o chefe de Estado espera a rápida estabilização dos fogos e o balanço da tragédia, e falará depois ao país".
Segundo a mesma nota, Marcelo Rebelo de Sousa "irá visitar, ao longo dos dias seguintes, as principais áreas ardidas, cancelando a agenda programada esta semana e ponderando, se for caso disso, adiar também a visita aos Açores na próxima".
Mais de 90 mortes em incêndios em quatro meses – Mais de 90 pessoas morreram nos últimos quatro meses nos incêndios florestais em Portugal, que no final de Setembro tinham destruído mais de 215 mil hectares, equivalente ao território da Área Metropolitana do Porto. Depois de um verão com temperaturas elevadas e muito pouca chuva, Portugal chegou a Outubro com mais de 80% do território continental em seca severa, segundo o último Boletim Climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O IPMA, aliás, classificou o mês de Setembro como o mais quente dos últimos 87 anos. As condições meteorológicas excepcionais fizeram o Governo prolongar este ano até final de Outubro o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta, que prevê a proibição de lançar foguetes e fazer queimadas e fogueiras nos espaços florestais, por causa das condições meteorológicas. Foram também estas condições excepcionais que ajudaram a dificultar o combate às chamas este ano, agravando as consequências como nunca na história do país, com um balanço negro superior a 90 mortos (64 em Junho e pelo menos 31 este fim de semana) e a 250 feridos.
E estas consequências inéditas, designadamente as dos incêndios na Região Centro, levaram mesmo a oposição a exigir que o primeiro-ministro, António Costa, assumisse consequências políticas da tragédia e a pedir a demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. De lá até hoje, houve poucas mudanças na Protecção Civil: demitiu-se o assessor de comunicação, Fausto Coutinho, em Julho. O comandante nacional da Protecção Civil, Rui Esteves, também saiu, mas por se ter tornado pública a informação de que fez a licenciatura com recurso a equivalências.
Incêndios encerram pelo menos vinte agrupamentos de escolas – Pelo menos duas dezenas de agrupamentos de escolas estão encerrados, quer em consequência directa das chamas quer por estarem a servir de centros de acolhimento às populações, informou esta segunda-feira o Ministério da Educação.
No norte do país estão encerrados os agrupamentos de escolas de Alijó, Castelo de Paiva, Couto de Mineiro de Pejão (Castelo de Paiva), Moimenta, Monção e Murça. No centro está encerrada a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos e mais o agrupamento de escolas de Vagos. Também foram encerrados os agrupamentos de Carregal do Sal, Fornos de Algodres, Gouveia, Mira, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital e Penacova. Ainda na região centro, estão também encerrados os agrupamentos de escolas de S. Pedro do Sul, Tábua, Tondela (Cândido de Figueiredo e Tomaz Ribeiro), Vieira de Leiria (Marinha Grande), Vouzela e Campia, Henrique Sommer (Maceira, Leiria) e Marinha Grande Nascente.
O Ministério da Educação actualiza a informação no portal do Governo na Internet ou na página da Direcção-geral dos Estabelecimentos Escolares.
Ministra da Administração Interna diz que "não é o momento para a demissão" – Constança Urbano de Sousa voltou a reforçar que não se vai demitir esta segunda-feira, depois da Protecção Civil revelar que pelo menos 32 pessoas morreram nos incêndios que devastam o País. "Para mim seria mais fácil, pessoalmente, ir-me embora e ter as férias que não tive, mas agora não é altura de demissões", afirmou a ministra aos jornalistas, depois de questionada várias vezes sobre as suas condições para permanecer no cargo.
"Não é na altura mais difícil que as pessoas abandonam o barco. A demissão seria o mais fácil, mas agora não é o momento para a demissão. É o momento para a acção", assegura.
Mais de 500 ignições no domingo é número inaceitável – Os incêndios que deflagraram no domingo e provocaram pelo menos 32 mortos tiveram na origem "muita negligência", afirmou esta segunda-feira a adjunta de operações da Protecção Civil, que considerou inaceitável o número de 523 ignições. Patrícia Gaspar afirmou que o número de mortos é provisório e que há zonas onde os meios de socorro ainda não conseguiram chegar, pelo que pode aumentar.
Entre as vítimas mortais estão pessoas que foram encontradas na via pública e pelo menos duas, em Penacova, foram encontradas dentro de um barracão de uso agrícola. A responsável indicou que os fogos fizeram ainda 51 feridos, 15 dos quais em estado grave. Quanto aos desaparecidos, não há número definitivo.
Patrícia Gaspar reforçou que o número de ignições no domingo "é inaceitável", salientando que "era preciso cuidado", uma vez que todo o continente estava em alerta vermelho de risco de incêndio, uma condição que se manterá até às 20h00 desta segunda-feira. "Era difícil pedir mais a este dispositivo", considerou, lembrando que os meios em prontidão são mais reduzidos do que em relação à fase mais crítica do verão.
Ardeu 80% do Pinhal de Leiria – O presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Paulo Vicente, estimou hoje que cerca de 80% do Pinhal de Leiria tenha sido consumido pelas chamas, depois de ter alertado para a falta de limpeza desta mata. Contactado pela agência Lusa, o autarca retratou que "cerca de 80% da manta verde do Pinhal de Leiria já ardeu" e alertou para "todas as consequências que isso acarreta". Paulo Vicente referiu que se vive um "cenário devastador e dantesco" no concelho.
CDS pede audiência urgente a Marcelo por causa dos incêndios – O CDS-PP pediu esta segunda-feira uma audiência com carácter de urgência ao Presidente da República para abordar a situação dos incêndios do fim-de-semana, disse à Lusa fonte do partido. Além de analisar os incêndios deste fim-de-semana, que já vitimaram 32 pessoas, o CDS quer também abordar as conclusões da comissão técnica independente sobre os fogos na região centro, que causaram 64 mortos, acrescentou a mesma fonte.
Quatro comboios retidos na Linha da Beira Alta – A circulação ferroviária na Linha da Beira Alta continuava às 12h00 desta segunda-feira suspensa, devido aos incêndios, estando retidos dois comboios em Coimbra, um em Vilar Formoso (Guarda) e outro em Santa Comba Dão (Viseu), informou a CP. Em comunicado, a CP fez o ponto de situação sobre as quatro composições, que transportavam no total cerca de 760 passageiros.
125 incêndios devastam Norte e Centro do País – Quase 6.000 homens estavam ao início da manhã no terreno a combater as chamas em todo o país, apoiados por cerca de 1.800 veículos, após um fim-de-semana com seis mortos, casas ardidas e famílias realojadas. Mais de 100 incêndios lavravam ainda no Norte e Centro de Portugal. Segundo os dados disponíveis pelas 07h30 na página da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), são 22 os incêndios mais importantes e o que mais meios mobiliza, com 659 bombeiros, é o que lavra desde o início da manhã de domingo na freguesia de Lousã e Vilarinho, na Lousã (Coimbra). Este incêndio tem duas frentes, os homens no terreno estão apoiados por 192 veículos e o fogo obrigou a activar os planos distrital de emergência de Coimbra e municipal da Lousã.
Governo assina despacho de calamidade pública – O primeiro-ministro anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios. "Foi assinado por mim e pela senhora ministra da Administração interna um despacho de calamidade pública em todos os distritos a norte do Tejo, tendo em vista criar as melhores condições da mobilização de meios e, em particular, para assegurar aos bombeiros voluntários os seus direitos a participarem nesta missão, assegurando a justificação das faltas nos locais de trabalho e dois dias de descanso por cada um em que estiverem a participar no combate aos incêndios", justificou o primeiro-ministro.
Costa assume que "problemas" vão continuar – O primeiro-ministro sustentou hoje que não há bombeiros que cheguem num dia com 523 incêndios, como no domingo, e advertiu que não há soluções mágicas para os fogos florestais, admitindo mesmo que os "problemas" vão repetir-se. António Costa assumiu estas posições no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Oeiras, distrito de Lisboa, tendo ao seu lado a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa e afirma que mantém a confiança na ministra. Confrontado com as múltiplas queixas de populações sobre falta de meios no combate aos incêndios florestais no domingo, o líder do executivo reagiu: "Quando se tem 523 incêndios, é evidente que não há bombeiros para acorrerem a todas as situações". Perante a questão se estas tragédias são então uma inevitabilidade em Portugal, António Costa negou. "Não, não é uma inevitabilidade", mas "dias com mais de 500 ocorrências não se registava desde 2006. Este é o 22.º dia com maior número de ocorrências desde o princípio do século. E, portanto, é evidente que não há meios para acorrer a todas as necessidades", justificou.
O primeiro-ministro António Costa disse em declarações aos jornalistas no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Protecção Civil, anunciou que o Governo assinou um despacho de "declaração de calamidade pública" a norte do Tejo. O primeiro-ministro afirmou que, a par das mudanças a introduzir na estrutura das florestas, o Governo vai também avançar já com reformas de fundo nos sistemas de prevenção e de combate aos incêndios florestais.
Quatro pessoas ficaram também em estado grave num acidente ocorrido na auto-estrada A25, em Aveiro, quando fugiam de um fogo, adiantou a responsável. Uma pessoa terá sido também atropelada na A25 quando fugia às chamas. Patrícia Gaspar confirmou que a rede de comunicações de emergência SIRESP regista "falhas em Viseu, Aveiro e Leiria, que estão a ter impactos nas operações". "Têm sido intermitências, as falhas não são generalizadas", especificou. Perante as falhas, a Autoridade Nacional está a mobilizar duas estações de operações móveis, uma para Viseu e outra para Aveiro. Questionada sobre um eventual reforço de meios nas próximas horas, Patrícia Gaspar esclareceu que "todos os meios disponíveis estão empenhados", que não se prevê até ao momento o reforço de mais meios e que apenas poderão ser mobilizados "meios de um fogo para outro".
Alerta vermelho mantém-se até às 20h00 de segunda-feira – A adjunta de operações nacional da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar afirmou hoje que o alerta vermelho vai manter-se até às 20h00 de segunda-feira, apesar das previsões de chuva. Falando num 'briefing' aos jornalistas pelas 22h00, na sede na ANPC, em Oeiras (distrito de Lisboa), Patrícia Gaspar confirmou a ideia transmitida anteriormente de ser este "o pior dia do ano" em termos de incêndios, com 443 incêndios florestais, desde as 00:00. Portugal vive o "pior dia do ano" em incêndios Várias habitações arderam e várias povoações foram evacuadas devido aos incêndios de Monção, Seia e Lousã, segundo informação da adjunta de operações nacional da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, pelas 17h30 de domingo.
Portugal vive o "pior dia do ano" em incêndios – Várias habitações arderam e mais de 15 povoações foram evacuadas. Num 'briefing' à comunicação social por essa hora, a responsável da ANPC indicou ainda que arderam habitações em Monção (em Velhas, São Paio e Barbeita), em Vale de Cambrã ardeu um jardim-de-infância (Pintalhos) e na Lousã "várias habitações foram afectadas". A porta-voz da Protecção Civil refere que todos os meios que o país dispõe estão no terreno.
Chamas obrigam ao corte de estradas – Vinte e cinco estradas das regiões do Norte e Centro estavam cerca das 07:00 de segunda-feira cortadas ao trânsito na sequência dos incêndios que estão a afectar aquelas zonas do país, segundo a Infra-estruturas de Portugal (IP). De acordo com informação disponível na página da Internet da Infra-estruturas de Portugal, às 06:54 estavam cortadas 25 estradas nacionais (EN), municipais (EM), Itinerários Principais (IP)e itinerários complementares (IC).
Na região Centro, estão cortadas a EN 238 devido ao incêndio do Cruz do Fundão até EN350 e entre os quilómetros 40 e 48, na localidade de Maxial, concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco. Segundo a IP, está também cortada a EN17 em ambos os sentidos devido a um incêndio ao quilómetro 81 em Póvoas das Quartas -- Lagos da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra. A EN 17 está também cortada devido a incêndio em Folhadosa, concelho de Seia, distrito da Guarda.
Também na região Centro, estão cortadas a EN entre os quilómetros 85 e 100 em Pedrógão Pequeno, concelho da Sertã (Castelo Branco), a EN232 entre Gouveia e Manteigas, na Guarda, a EN 242-2 entre a Marinha Grande e São Pedro do Moel, distrito de Leiria, e a EN 242-1 na Marinha Grande (Leiria). Na região Centro estão também cortadas devido a incêndios, a EN 339 no Sabugueiro, concelho de Seia, distrito da Guarda, a EN 231 em Paranhos da Beira, em Seia, Guarda, e a EN 112 ao quilómetro 80 na localidade de Salgueiro do Campo, no distrito de Castelo Branco.
A A13 está cortada na zona de Condeixa, a EN109 na localidade de Carriço, concelho Pombal, a EN8 em Gradil, concelho de Mafra, distrito de Lisboa, e o IC8 na localidade de Carvalhal -- Sertã, distrito de Castelo Branco.
Na região Norte, também devido aos incêndios, estão cortadas a EN202 aos quilómetros 03 e 05 na zona de Trovisco-Bela-Barbeita , concelho de Monção, distrito de Viana do Castelo , a N235 em Mamodeiro, distrito de Aveiro, a A32 em Canedo, concelho de Santa Maria da Feira (Aveiro) e a A25 no nó de Reigoso e ao quilómetro 53 (área de serviço de Vouzela).
A A24 está cortada em Vil de Souto, concelho de Viseu, e o IP5 também entre Vil de Souto e Ventosa (Viseu). Segundo o IP, a A17 está cortada devido a incêndio na Marinha Grande, Leiria, a N233 em Adão, na Guarda, a N333 em Paços Vilharigues - Vouzela, a N16 em Almeidinha, Granja, na Guarda, e a N234 em Moimenta de Maceira Dâo, concelho de Mangualde (Viseu).
João Tavares, Pedro Zagacho Gonçalves, Catarina Correia Rocha, Manuel Colaço, Daniela Vilar Santos, Catarina Figueiredo e Natacha Nunes Costa
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