A chuva
manifestou-se forma intensa nas últimas horas com a tempestade Félix. Os
primeiros estragos resultantes desta depressão que vem do mar começaram a ser
reportados esta madrugada, principalmente no sul. Chuva muito forte, rajadas de
vento e agitação marítima intensa fizeram com que a Protecção Civil tenha
recebido cerca de 450 ocorrências entre as 00h e as 18h30. “A maior parte das
situações reportadas estava associadas a inundações na via pública e no
domicílio, quedas de árvores e ramos e obstrução das vias”, diz ao Expresso
fonte da Protecção Civil.
Os distritos
mais afectados pela depressão são Lisboa, Santarém, Setúbal e Castelo Branco.
Na capital há relatos de muitas inundações na via pública, abatimento de solo e
deslizamento de massas. Devido à chuva forte, o piso abateu nalguns locais,
como na Rua do Arco do Carvalhão (Campo de Ourique), Rua de Angola (freguesia
dos Anjos) e Rua Garret (Baixa), onde houve um abatimento de piso devido à
erosão do terreno da calçada. Devido ao mau tempo, a Torre de Belém vai
continuar de portas fechadas.
Em Vila Franca
de Xira também ocorreu um deslizamento de terreno que levou ao corte da estrada
N10 durante algumas horas. “A situação já está regularizada”, diz fonte da Protecção
Civil. Em Setúbal registou-se mais a queda de árvores do que inundações.
No total, foram
reportadas 203 inundações em todo o país e a chuva forte obrigou o corte de
algumas estradas. “É possível que existam estradas municipais e no interior que
tenham sido cortadas devido à queda de árvores, mas são situações que
rapidamente são resolvidas”, clarifica a Protecção Civil.
O mau tempo
também afectou o arquipélago da Madeira. Até às 12h30, com rajadas que chegaram
a atingir os 118km/h, a torre de controlo do aeroporto não tinha realizado
nenhuma operação aérea. Foram cancelados pelo menos 26 voos. O trânsito em
Santa Cruz está bastante condicionado devido à queda de árvores nas estradas.
As fortes
rajadas de vento e a chuva forte têm causado mais estragos no sul mas a
previsão é que durante o fim-de-semana esta depressão passe para o centro e o
norte. “No Porto temos oito ocorrências. Em Lisboa 219. Temos estado a
presenciar a evolução desta depressão mais a sul mas, pelo que o Instituto
Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nos disse, ao longo do dia de sábado ela
vai passar para a zona do litoral centro e norte, podendo afectar mais a zona
do Porto”, refere a mesma fonte da Protecção Civil.
O mau tempo vai
prolongar-se nas próximas horas e está a motivar avisos laranja por parte do
IPMA e alertas das autoridades marítimas para o estado do mar, onde as ondas
podem chegar aos 15 metros.
A Protecção
Civil fez algumas recomendações para nos prepararmos para o mau tempo.
Primeiramente, é necessária a limpeza dos sistemas de escoamento para evitar
inundações. “Tivemos um longo período sem precipitação e é normal que as
pessoas não as limpem tão regularmente. Mas agora é mesmo necessário que o
façam”, clarificou a Protecção Civil. Os condutores precisam de ter cuidado com
o piso escorregadio e molhado, precisando de adoptar uma condução defensiva e
uma velocidade adequada às condições atmosféricas.
Evitar as zonas
inundadas e a zona costeira são outros dos conselhos dados e, embora possa
parecer óbvio, “existem pessoas que querem ver o estado do mar, que está realmente
agitado, com ondas a atingirem uma altura significativa, e não é mesmo nada
apropriado”. Averiguar as estruturas que possam estar soltas nas ruas e que
possam ser arrastadas pelas rajadas de vento é outra das recomendações. “Assim
evitamos mais estragos e até lesões em pessoas.”
As pessoas que
morem em habitações mais térreas devem fazer a protecção da entrada das suas
casas com sacos de areia para evitarem que a água entre dentro das mesmas.
Soraia Pires
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Fonte: Expresso
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