Chuva forte, vento e granizo ao
final da tarde de segunda-feira, provocaram o caos na zona do Pinhão, Alijó.
Sabrosa e Moimenta da Beira foram outros concelhos afectados pela intempérie.
Segundo o presidente da Câmara de
Alijó, “cerca das 17:30 começou a cair uma verdadeira tromba de água em
especial na vila do Pinhão e ainda na zona das freguesias de Vale de Mendiz e
Vilarinho de Cotas”. O autarca, em declarações ao VivaDouro, afirmou ainda que
“os estragos são avultados, por exemplo a Quinta do Noval, situada na freguesia
de Vale de Mendiz, a produção de vinho deste ano foi praticamente destruída
pelo forte granizo que ali caiu”, situação confirmada pelo nosso jornal junto dos
responsáveis da propriedade que não prestaram mais declarações por estarem
neste momento no terreno a avaliar o real impacto do temporal. O autarca disse
ainda que “o município está solidário com todas as pessoas afectadas, em
especial os produtores mais pequenos, disponibilizando-se desde já para custear
o primeiro tratamento curativo a que estas situações obrigam”.
Contactada pelo nosso jornal, a
Junta de Freguesia do Pinhão remeteu qualquer declaração para um comunicado
enviado às redacções onde se pode ler que “ontem ao final da tarde um fenómeno
extremo de precipitação na vila do Pinhão que alagou a Rua António Manuel
Saraiva em vários pontos, sobretudo na zona da estação ferroviária e na ponte
rodoviária da N323/N222 que liga à Régua. Felizmente não há danos pessoais a
considerar mas há diversos prejuízos em estabelecimentos comerciais e danos
muito avultados nas vinhas envolventes à vila”.
No documento pode ainda ler-se
que o executivo “salienta a rápida resposta da Protecção Civil que rapidamente activou
não só a corporação de Bombeiros do Pinhão mas também outras corporações do
concelho e da região com 78 operacionais e vários veículos de apoio. Esta
pronta resposta, que contou também com a ajuda de muitos populares, permitiu
que por volta das 22h00 a normalidade estivesse praticamente reposta na vila”.
Ainda segundo o comunicado da
Junta de Freguesia, as chuvas intensas são comuns na região, contudo as
consequências têm sido cada vez mais graves “devido às alterações nas vinhas,
nem sempre acompanhadas pelo correcto dimensionamento dos sistemas de drenagem.
Por outro lado a nossa rede de águas pluviais, uma das primeiras do distrito a
ser instalada, está a chegar ao limite e em vários pontos já não tem a capacidade
de vazão necessária, sendo urgente uma intervenção séria”.
O VivaDouro tentou ainda falar
com o comandante dos bombeiros do Pinhão que se encontra ocupado em trabalhos
de limpeza, razão pela qual não foi possível prestar-nos qualquer declaração.
Contudo, fonte da corporação confirmou um avultado número de ocorrências, bem
como o reforço dos meios humanos com operacionais deslocados de corporações
vizinhas para ajudar nas operações de limpeza.
Em Sabrosa o mau tempo também se
fez sentir de forma violenta, obrigando, inclusivamente, ao corte de algumas
vias, em especial a estrada (N323), que liga aquela vila ao Pinhão. Segundo o
departamento de comunicação da autarquia sabrosense, contactado pelo nosso
jornal, “várias quintas foram afectadas pela queda de granizo” estando neste
momento a ser feito um levantamento exaustivo de todos os danos causados para
estudar possíveis medidas a tomar.
Situada na N323, a Quinta do
Junco foi também fortemente afectada pelo mau tempo. Contactada pelo VivaDouro,
a responsável de comunicação da empresa proprietária da quinta confirmou que
esta foi “uma das situações mais graves de que há registo”, levando a “estragos
significativos que ainda estão a ser avaliados”. Afirmou ainda que “é tempo da
região pensar em mecanismos de protecção para situações destas, à semelhança do
que já se faz em outras regiões vinícolas do mundo como Bordéus ou Champanhe,
em França”, contudo, continua a responsável “esta é uma preparação que deve ser
feita pela região como um todo e não por apenas um ou outro proprietário, até
porque estes fenómenos são cada vez mais recorrentes”.
Em Moimenta da Beira também
choveu com intensidade “durante cerca de meia hora”, informou um autarca local
que, no entanto, se mostrou aliviado por não se registarem “danos de grande
relevância, apenas alguns deslizamentos de terras aos quais a Protecção Civil
Municipal respondeu prontamente”. Ao VivaDouro o autarca confirmou ainda que
“não chegou ao município qualquer aviso por parte do IPMA ou da Protecção Civil
Distrital”.
Para um dos responsáveis da
página do Facebook, Meteo Trás-os-Montes, e criador da página Luso Meteo, esta
situação era previsível “logo a partir das 11/12H, quando se começou a ver
forte instabilidade, com aguaceiros e trovoada intensa um pouco por toda a
região de Trás-os-Montes e Beira Interior”. Para o meteorologista amador, os
avisos do IPMA não foram adequados à situação previsível, “olhando aos
acumulados das estações, e aos registos dos estragos penso que o aviso laranja
seria o mais adequado. No mínimo amarelo era exigido, mas não houve qualquer
aviso”.
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Fonte (adaptado): Viva Douro

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