terça-feira, 5 de junho de 2018

6732. Chuva e frio em Portugal, calor e sol no centro da Europa

Quem esperava que o início de Junho trouxesse o bom tempo vai ter que esperar pelo menos até sábado. Portugal está sob a influência de um anticiclone que deixa a primavera em pausa. Ao contrário, a zona central da Europa vive um verão antecipado. Ao JN, especialistas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explicam o fenómeno que não é assim tão estranho.
Chuva, nuvens a tapar o sol e até frio. A primavera em Portugal está a defraudar as expectativas de quem contava fazer os primeiros dias de praia no início de Junho. "Os valores que têm sido registados nesta altura do ano têm sido abaixo do que é normal para a época", explica Vânia Lopes, do IPMA.
A culpa do tempo cinzento é do Anticiclone dos Açores que este ano "está ligeiramente abaixo da sua posição normal", originando uma "corrente de oeste e permitindo a passagem de perturbações frontais" e depressões "que têm causado o tempo mais instável". Apesar do desapontamento que a falta de calor possa causar, a especialista revela que "não se trata de uma situação inédita no território continental".
De acordo com os dados do IPMA, a chuva e o tempo mais frio "deverão manter-se até pelo menos o dia 9 de Junho". "É expectável que as temperaturas subam nos meses de Julho e Agosto, no entanto, não podemos afirmar que o verão venha a ser mais quente que o normal", conta.
Mas, se em Portugal são as baixas temperaturas que surpreendem, no resto da Europa é o calor e o sol. Berlim, na Alemanha, tem máximas de 26 graus e a capital austríaca, Viena, atinge mesmo os 29. Mais a norte, na Dinamarca, as máximas estão perto dos 30. "Nos últimos dias a Europa central tem estado sob a influência de uma vasta região depressionária", explica Vânia Lopes.
"O Mediterrâneo tem estado com uma corrente de sul que transporta o ar quente do norte de África para a Europa, que entra na circulação da referida região depressionária, aumentando os valores de temperatura e também aumentando a instabilidade atmosférica", conclui.
Ivo Neto
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