O mais longo eclipse total da Lua
do século tem lugar esta sexta-feira e deverá ser visível em quase todo o
mundo. Portugal apanhará o fenómeno a meio, dado que o satélite natural da
Terra nasce quando o fenómeno estiver a decorrer. O ponto máximo está previsto
para as 21h22. O tom vermelho será predominante, por causa da luz projectada
pelo Sol. Para o fenómeno ser observável, o céu tem de estar limpo e a linha de
horizonte, a nascente, desimpedida. É possível observá-lo a olho nu, com
binóculos, óculos, telescópios ou instrumentos ópticos mais poderosos.
Ao contrário de um eclipse solar
total, durante o qual é perigoso olhar para o Sol, a Lua nunca fica brilhante o
suficiente para ameaçar os olhos. Durante um eclipse lunar total, a luz e o
calor do Sol desaparecem em minutos. Por definição, o eclipse total da Lua
ocorre quando "a Terra se encontra entre o Sol e a Lua, de forma a projectar
a sua sombra na Lua, e a Lua atravessa completamente a sombra da Terra",
refere o portal do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
Visível em todo o território – O eclipse
lunar total desta sexta-feira terá uma duração de cerca de uma hora e 43
minutos. Em Portugal, o fenómeno será observável em todo o território nacional.
"Os arquipélagos e o continente vão poder ver mais ou menos a mesma coisa.
Quem quiser ver esta progressão do eclipse deve escolher um local onde tenha
uma boa vista sobre o horizonte do lado nascente", explicou Rui Agostinho,
director do Observatório Astronómico de Lisboa. A Lua nasce às 20h47
(hora de Lisboa). Subirá lentamente e o meio do eclipse – que corresponde ao
máximo do eclipse visível – acontece às 21h22 e terminará às 22h14. Já o pôr-do-sol
ocorre às 20h52.
Na maior parte das vezes, existem
dois eclipses da Lua por ano. Este será o 17º eclipse lunar total do século. O
próximo ocorrerá a 21 de Janeiro de 2019. Para esta sexta-feira, o Instituto de
Astrofísica e Ciências do Espaço, o Planetário Calouste Gulbenkian, o
Planetário do Porto e o Centro Ciência Viva de Constância organizam sessões de
observação do eclipse lunar, dos planetas e das estrelas. Para além de
Portugal, a Lua pode ser observada a partir da Austrália, Antártida, Ásia,
África, Médio Oriente, Europa, América do Sul, sul do Oceano Pacífico, Oceano
Índico e Oceano Atlântico.
No entanto, o melhor lugar do
planeta para ver este eclipse é a ilha de Reunião, onde a lua está no zénite em
plena noite. Os únicos países que não conseguirão ver o eclipse total da Lua
são a Groenlândia, o Canadá e os Estados Unidos.
Lua vermelha – Um eclipse lunar
total acontece quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham perfeitamente. Quando a
Lua está totalmente na sombra da Terra, fica avermelhada. Por isso mesmo, o
fenómeno ganhou o nome de Lua de sangue. A cor vermelha acontece porque a luz
solar é desviada através da atmosfera da Terra. "A luz do sol passa
tangente à Terra e consegue iluminar a Lua. Perde a coloração azul porque fica
presa dentro da nossa atmosfera", aponta Rui Agostinho.
Enquanto estiver em fase de
eclipse total, a Lua manterá esta cor avermelhada “mais escura no início e
depois vai ficando um bocadinho mais brilhante consoante se aproxima do final
do eclipse total”, realça o astrónomo. Se a Terra não tivesse atmosfera, a Lua
eclipsada seria negra.
Na mesma noite e nos próximos
dias, Marte estará no ponto mais próximo da Terra desde 2003. Será visível como
uma estrela vermelha brilhante.
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Fonte: RTP Notícias
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