domingo, 16 de setembro de 2018

6893. 16 de Setembro: Dia Internacional para a preservação da camada de ozono (II)


Mais de três décadas passadas após a assinatura do Protocolo de Montreal em 1987, começamos a verificar sinais de uma aparente recuperação do ozono estratosférico. O Protocolo de Montreal foi o primeiro tratado ambiental à escala global da história e tem como objectivo acabar com a produção das substâncias que destroem a Camada de Ozono.
Entre as substâncias que destroem o ozono na estratosfera, encontram-se os clorofluorocarbonetos (CFC). O desenvolvimento tecnológico permitiu a substituição rápida destas substâncias por outras que não destruíssem o ozono estratosférico: os hidrofluorocarbonetos (HFC).
A redução dos CFC na estratosfera foi um sucesso. Contudo, os HFC são também gases com efeito de estufa, com um potencial de aquecimento milhares de vezes superior ao do dióxido de carbono, contribuindo também para o aquecimento global. Paradoxalmente, estes gases são muito utilizados na indústria do arrefecimento e naturalmente a sua procura será ainda maior num clima mais quente.
Neste contexto, em Outubro de 2016 foi acordado em Kigali (Ruanda) a redução faseada da produção destes gases: a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal. O cumprimento do Protocolo de Montreal foi colocado em causa recentemente após a notícia de que algumas fábricas estariam a produzir CFC ilegalmente.
É por isso imperativo continuar os programas de vigilância da Atmosfera, com vista a acompanhar a evolução da Camada de Ozono bem como para detectar desvios ao cumprimento do Protocolo de Montreal que comprometam a sua recuperação. Este acompanhamento é feito principalmente com satélites especiais, cujos resultados são regularmente comparados e validados com observações de superfície.
Para o efeito, o IPMA participa no esforço global de monitorização da Camada de Ozono contribuindo com duas estações de superfície, equipadas com espectrofotómetros. Neste sentido, estes espectrofotómetros participam com outros equipamentos do mesmo tipo e de outras instituições em campanhas de intercomparação, com vista a controlar as calibrações dos vários instrumentos.
O ozono é também um gás climático e por isso a sua monitorização é relevante no contexto de um Clima em mudança.
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