Mais de três
décadas passadas após a assinatura do Protocolo de Montreal em 1987, começamos
a verificar sinais de uma aparente recuperação do ozono estratosférico. O
Protocolo de Montreal foi o primeiro tratado ambiental à escala global da
história e tem como objectivo acabar com a produção das substâncias que
destroem a Camada de Ozono.
Entre as
substâncias que destroem o ozono na estratosfera, encontram-se os
clorofluorocarbonetos (CFC). O desenvolvimento tecnológico permitiu a
substituição rápida destas substâncias por outras que não destruíssem o ozono
estratosférico: os hidrofluorocarbonetos (HFC).
A redução dos
CFC na estratosfera foi um sucesso. Contudo, os HFC são também gases com efeito
de estufa, com um potencial de aquecimento milhares de vezes superior ao do
dióxido de carbono, contribuindo também para o aquecimento global. Paradoxalmente,
estes gases são muito utilizados na indústria do arrefecimento e naturalmente a
sua procura será ainda maior num clima mais quente.
Neste contexto,
em Outubro de 2016 foi acordado em Kigali (Ruanda) a redução faseada da
produção destes gases: a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal. O
cumprimento do Protocolo de Montreal foi colocado em causa recentemente após a
notícia de que algumas fábricas estariam a produzir CFC ilegalmente.
É por isso
imperativo continuar os programas de vigilância da Atmosfera, com vista a
acompanhar a evolução da Camada de Ozono bem como para detectar desvios ao
cumprimento do Protocolo de Montreal que comprometam a sua recuperação. Este
acompanhamento é feito principalmente com satélites especiais, cujos resultados
são regularmente comparados e validados com observações de superfície.
Para o efeito, o
IPMA participa no esforço global de monitorização da Camada de Ozono
contribuindo com duas estações de superfície, equipadas com espectrofotómetros.
Neste sentido, estes espectrofotómetros participam com outros equipamentos do
mesmo tipo e de outras instituições em campanhas de intercomparação, com vista
a controlar as calibrações dos vários instrumentos.
O ozono é também
um gás climático e por isso a sua monitorização é relevante no contexto de um
Clima em mudança.
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Fonte: IPMA(Açores)
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