A predominância de situações
anticiclónicas sobre a Europa Ocidental e Atlântico adjacente durante quase
todo o mês de Março, originaram um deficit hídrico significativo no território
do Continente.
Durante o mês de Março de 2019,
com excepção do período entre 5 a 7, não se registaram quantidades
significativas de precipitação e, associado a esta ocorrência, registaram-se
valores muito baixos de humidade relativa, em especial a partir do dia 15. No
período de 26 a 28, a situação agravou-se, tendo-se registado valores da
humidade relativa extremamente baixos, inferiores a 15%, em quase todo o
território, incluindo as regiões do litoral Norte e Centro, e o vento de leste
intensificou, soprando por vezes forte, com rajadas da ordem 60-70 km/h.
Estas condições meteorológicas
favorecem, por si só, uma propagação rápida dos incêndios rurais assim como uma
secura rápida dos combustíveis finos que se encontram na camada superficial do
solo e que é notório nos valores dos índices de humidade dos combustíveis finos
e do índice de propagação inicial do fogo.
O índice meteorológico de perigo
de incêndio florestal, FWI (Fire Weather Index), é um bom indicador da
severidade das condições meteorológicas relativamente à intensidade do fogo. A excepcionalidade
dos valores do FWI para esta altura do ano é evidenciada pelo valor do
percentil do FWI, exemplo dia 27 de Março, onde os valores mais elevados se
encontram nas regiões do Minho, Douro Litoral, Litoral Centro (onde foram
registadas o maior número de ocorrências de incêndios nos últimos dias de Março)
e no Algarve.
O risco de incêndio florestal,
disponibilizado diariamente na página do IPMA, o RCM, é uma combinação do
índice FWI e da perigosidade (componente estrutural, da responsabilidade do
Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta, ICNF) apresentou nos dias
26 a 29, classes de risco Elevado ou Muito Elevado no Algarve e Baixo Alentejo,
em alguns locais do interior das regiões Norte e Centro e risco Moderado ou
Reduzido nas outras regiões.
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Fonte: IPMA
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